Ao revelar que o deputado estadual mantém vaqueiro como funcionário de seu gabinete, portal G1 Tocantins mostra que a podridão também assola a política tocantinense
Por Edson Rodrigues
Ao nos depararmos, na noite de ontem, com a notícia veiculada pelo portal G1, da organização Jayme Câmara, revelando que o deputado estadual Nilton Franco, do PMDB, mantém – ou mantinha até o início deste mês – um vaqueiro como funcionário de seu gabinete, não pudemos nos conter em escrever este editorial ao povo tocantinense.
Com mais de 28 anos de circulação em edição impressa e 10 anos de versão online, O Paralelo 13 vem novamente à campo para dizer ao povo tocantinense que, infelizmente, a podridão e o mau-cheiro da corrupção e da improbidade administrativa coabitam nossas terras junto com sua boa e sacrificada gente.
Não é possível de se admitir essa prática desonesta, desleal e imoral em nosso Legislativo. E logo por um “novato”, um deputado em primeiro mandato, que tinha tudo para fortalecer suas bases eleitorais e alçar vôos mais altos.
Nilton Franco é pecuarista, todo mundo sabe. Foi prefeito de Pium por dois mandatos, todo mundo também sabe. Só não sabíamos que havia um lobo sob a pele de cordeiro. Que no lugar do homem de fala mansa e hábitos requintados, irrompe, agora, a figura de um político da pior estirpe, daqueles que tiram proveito da inocência de seus funcionários para encher seus bolsos de dinheiro e que são tão charlatães que conseguem enganar seus eleitores por anos e anos, até que máscara cai.
Nilton Franco, agora, deve figurar nas manchetes reservadas para Delcídio do Amaral e que já foram habitadas por Demóstenes Torres. Dois exemplos do que há de pior na política brasileira, que são os que posam de bons moços, mas no fundo são mais bandidos que os que já se conhece.
HORA E VEZ DO CONSELHO DE ÉTICA
Felizmente, nossa Assembleia Legislativa é comandada por um homem de caráter e fibra mantenedor de sua palavra e da sua honra. Acreditamos que o presidente, deputado Osires Damaso, não vai se omitir em apurar os fatos e enviar o caso ao Conselho de Ética da Casa.
Já o Conselho de Ética tem que honrar o presidente da AL e os eleitores que os elegeram e investigar e levantar os fatos para dar uma resposta rápida à sociedade.
Não precisamos de pré-julgamentos. Os fatos estão claros e bem detalhados na reportagem do G1 Tocantins. Um vaqueiro trabalhando com o gado e lotado no gabinete. Outros dois assessores parlamentares que recebem parte dos seus salários, mas que não sabem dizer a função que exercem.
Por mais que o regimento da Casa diga que alguns servidores não precisem bater ponto e por mais que o deputado tenha exonerado o pobre vaqueiro, a improbidade está clara. A falta de decoro idem e deve-se trabalhar para mostrar que a Assembleia Legislativa não é um covil de lobos e, sim, uma Casa de respeito e provedora de exemplos.
Fosse na Suécia ou na Noruega, ou em qualquer país sério, o deputado estadual Nilton Franco já estaria atrás das grades neste exato momento em que você, leitor, corre os olhos sobre estas linhas.
O Tocantins, um estado de povo trabalhador e sofrido, como o próprio vaqueiro/assessor e de uma juventude que está aprendendo a votar, não merece esse tipo de exemplo.
Acreditamos na seriedade e na lisura das ações da Assembleia Legislativa e no não acobertamento dos fatos nem na transformação deles em indigesta pizza.
Acreditamos, também, no Ministério Público Tocantinense que, de posse dos fatos, deve se mobilizar em investigação exemplar para salvar a imagem do Tocantins frente à mídia nacional.
Nós, de O Paralelo 13, não vamos descansar no acompanhamento desses fatos, na busca da verdade e na divulgação das respostas que tanto a AL quanto o MP devem se empenhar para prestar, o mais rapidamente possível, à sociedade tocantinense.
E que o recesso do Judiciário não sirva de cortina de fumaça e relegue o caso ao esquecimento.
Quem viver verá!