Líderes do MDB não gostaram do discurso de ruptura do presidente; PSD e PSDB avaliam apoiar pedido de impeachment
Do site o tempo
O discurso de ruptura feito por Jair Bolsonaro (sem partido) aos seus apoiadores nesta terça-feira, 7 de setembro, na avenida Paulista, em São Paulo, reverberou mal em Brasília. Segundo a jornalista da GloboNews Natuza Nery, o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) já orientou os líderes da legenda na Câmara e no Senado que "caiam fora" do governo.
Segundo a jornalista, o partido teme ficar com a impressão de que compactua com a ruptura democrática sugerida pelo presidente.
No Twitter, o presidente nacional da sigla, Baleia Rossi, endossou o espanto com o discurso do presidente: “São inaceitáveis os ataques a qualquer um dos poderes constituídos. Sempre defendo a harmonia e o diálogo. Contudo, não podemos fechar os olhos para quem quem afronta a Constituição. E ela própria tem os remédios contra tais ataques”, escreveu o deputado.
Apoio a impeachment será discutido
Desde cedo, lideranças dos principais partidos da situação vieram a público já admitindo abrir discussão sobre um eventual pedido de impeachment de Jair Bolsonaro.
Pela manhã, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que o pronunciamento do presidente em Brasília “ era claramente afronta à Constituição”.
“Eu nunca havia feito uma manifestação pró impeachment, me mantinha na neutralidade, entendendo que os fatos deveriam ser avaliados e julgados pelo Congresso Nacional, mas depois do que assisti e o que ouvi em Brasília, antes mesmo de ouvir o que ele pronunciará aqui [em São Paulo], ele claramente afronta a Constituição, desafia a democracia e empareda a Suprema Corte brasileira”, afirmou.
Pouco depois, o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, anunciou a convocação emergencial da Executiva Nacional do partido para esta quarta-feira (8). A reunião terá objetivo de “discutir a posição do partido sobre abertura de Impeachment e eventuais medidas legais”.
Na mesma linha, Gilberto Kassab, líder do PSD, disse que vai instaurar uma comisssão para saber se apoia ou não apoia o pedido de impeachment.