Principais pré-candidatos ao Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Jair Bolsonaro vão buscar o apoio dos seus eleitorados fiéis na semana de convenções partidárias que oficializam a corrida pelo Palácio do Planalto. Enquanto Bolsonaro deve usar o ato partidário como um grande evento em seu berço político, o Rio de Janeiro, Lula faltará à oficialização de seu nome pelo PT para fazer campanha de rua na região onde nasceu em Pernambuco. Ambos agem para cristalizar apoio nessas regiões.
Por Beatriz Bulla, Pedro Venceslau e Rayanderson Guerra
A ausência de Lula no ato do PT em São Paulo – marcado para esta quinta-feira, 21 – também dará tempo para que sua campanha continue na investida para pressionar uma aproximação com o MDB, que pretende lançar o nome de Simone Tebet no dia 27.
Pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes será oficializado hoje na convenção do partido e deve reforçar o discurso que fez há um mês em Fortaleza (CE), com críticas a Bolsonaro e a Lula. O pedetista usará parte do discurso para se colocar como o único candidato com um projeto de governo já apresentado e publicado em livro.
O PT trata a convenção desta semana como uma mera formalidade. A aposta do partido é fazer da convenção do PSB, que oficializa o ex-governador Geraldo Alckmin como candidato a vice na chapa de Lula, uma grande manifestação política. O próprio Lula deve comparecer à convenção nacional do PSB, que acontecerá no próximo dia 29, em Brasília.
Lula não estará presente na convenção do PT nesta quinta-feira para fazer campanha de rua na região onde nasceu em Pernambuco; Bolsonaro se concentra no Sudeste e fará investida para tentar reverter a rejeição que possui entre o eleitorado feminino.
Até lá, uma ala do MDB vai reforçar a pressão para enfraquecer ou até derrubar a candidatura de Simone Tebet. Até o momento, 19 dos 27 diretórios do partido declararam apoio à senadora, o que garante a convenção que confirma seu nome sem contratempos. Nesta semana foi, dirigentes do MDB em 11 Estados se reuniram com Lula. O grupo tenta uma articulação com o ex-presidente Michel Temer, mas o ex-presidente resiste. A interlocutores, Temer afirma que é difícil apoiar o PT enquanto Lula defende a revogação dos pilares do seu governo, como a reforma trabalhista. Nesta terça-feira, no entanto, ele se reuniu com uma ala emedebista que defende que a convenção nacional do MDB seja adiada até que se chegue a uma posição final sobre um suposto apoio a Lula.
Enquanto a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, formalizará a indicação de Lula como candidato na convenção da quinta-feira, Lula estará a mais de 2,5 mil quilômetros de distância, em um giro por Pernambuco. Alckmin e o presidente da Fundação Perseu Abramo, Aloizio Mercadante, estarão com o ex-presidente no Nordeste.
Já Bolsonaro se concentra no Sudeste e investe para tentar reverter a rejeição que possui entre o eleitorado feminino. Todos os ministros foram convidados para o lançamento da candidatura do presidente no Maracanãzinho e a orientação foi para levarem esposas, namoradas ou filhas. A ideia é ter um palanque o mais feminino possível. As mulheres terão destaque nas falas, sendo que uma dos discursos previstos é o da ex-ministra Damares Alves.
No domingo passado, Bolsonaro admitiu que a economia é um ponto de preocupação ao afirmar que vai usar a convenção para comparar a situação do Brasil com a de outros países. Ele indicou também que vai insistir na retórica “anticomunista” em seus discursos.
Agenda das convenções
Ciro Gomes (PDT)
20/7, em Brasília
Lula (PT)
21/7, em São Paulo
André Janones (Avante)
23/7, em Belo Horizonte
Jair Bolsonaro (PL)
24/7, no Rio
Simone Tebet (MDB)
27/7, em ato virtual
Felipe D’Ávila (Novo)
30/7, em São Paulo
Pablo Marçal (PROS)
30/7, em Brasília
Eymael (DC)
31/7, local não definido
Luciano Bivar (União Brasil)
5 de agosto, em São Paulo
Vera Lúcia (PSTU), Sofia Manzano (PCB) e Leonardo Péricles (UP)
Datas e locais não definidos