Crimes teriam ocorrido durante o governo Dilma Rousseff (PT). Agentes cumprem 63 mandados de busca e 19 de prisão no Distrito Federal e em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba e Mato Grosso
Yahoo Notícias e UOL
O vice-governador de Minas Gerais, Antonio Andrade (MDB), e o empresário Joesley Batista, da JBS, foram presos nesta sexta-feira (9) em uma operação que investiga suposto esquema de corrupção no Ministério da Agricultura durante o governo da presidente Dilma Rousseff. As informações são da TV Globo.
A operação, um desdobramento da Lava Jato, foi batizada de Capitu e tem como base a delação do doleiro Lucio Funaro, sobre supostos pagamentos de propina a servidores públicos e agentes políticos que atuavam direta ou indiretamente no Ministério da Agricultura em 2014 e 2015.
No total, são 63 mandados de busca e apreensão e 19 mandados de prisão temporária, todos expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Minas, Gerais São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba e Mato Grosso e no Distrito Federal.
Policiais federais fazem buscas no gabinete de Andrade, que foi ministro da Agricultura no governo Dilma.
Ainda segundo a emissora, também há um mandado de prisão contra o executivo da JBS Ricardo Saud, mas está fora do país.
De acordo com as investigações, havia um esquema de arrecadação de propina dentro do Ministério da Agricultura para beneficiar políticos do MDB, que recebiam dinheiro da JBS em troca de medidas para beneficiar as empresas do grupo.
Segundo a PF, a JBS teria pago R$ 2 milhões, por exemplo, pela regulamentação da exportação de despojos e R$ 5 milhões pela proibição de um remédio para parasitas de longa duração.
Segundo nota divulgada pela Polícia Federal, durante as apurações, houve clara comprovação de que empresários e funcionários do grupo investigado – inicialmente atuando em colaboração premiada com a PF – teriam praticado atos de obstrução de justiça, prejudicando a instrução criminal, com o objetivo de desviar a PF da linha de apuração adequada ao correto esclarecimento dos fatos. Daí o nome da Operação, “Capitu”, a personagem dissimulada da obra prima de Machado de Assis, Dom Casmurro.
Os envolvidos deverão ser indiciados pelos crimes de constituição e participação em organização criminosa, obstrução de justiça, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, dentre outros. Caso haja condenação, as penas máximas poderão variar entre 3 e 120 anos de reclusão, proporcionalmente à participação de cada investigado.
Ao UOL, Pioerpaolo Bottini, um dos advogados de Joesley, disse que ainda não poderia comentar a prisão dele, pois não teve acesso a decisão até o momento.