PODEMOS VIRA MELHOR OPÇÃO DO PSDB PARA FUSÃO

Posted On Terça, 18 Março 2025 06:38
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Por Edson Rodrigues

 

 

Na tentativa de definir uma fusão com o PSDB, o Podemos preparou um relatório sobre o impacto que a eventual junção das duas legendas teria nos números da união entre elas. O documento foi obtido pelo site da revista Veja e é tido internamente como um trunfo para convencer os tucanos a aceitar a proposta, ao invés de fecharem negócio com o Republicanos.

 

A expectativa dentro do Podemos é que os tucanos definam o seu futuro nos próximos dias. Apesar de negarem publicamente a possibilidade de incorporação, lideranças do PSDB avaliam, nos bastidores, que o partido não conseguirá atingir, em 2026, a cláusula de barreira por desempenho eleitoral — o que deixaria a sigla sem fundo partidário e sem horário gratuito de rádio e televisão.

 

Nas eleições municipais do ano passado, o Podemos teve direito à oitava maior fatia do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, conhecido como fundão eleitoral: 236,66 milhões de reais. Os tucanos, com 147,95 milhões, ficaram na décima posição.

 

Juntos, teriam, segundo os cálculos do Podemos, 381.189.494,95 reais, ficando com o sétimo maior valor do FEFC, superando o Republicanos e bem próximo aos 404,6 milhões do MDB. A dotação de recursos do Fundo Partidário é outra questão destacada pelo Podemos. Em 2024, a legenda teve direito a 57,2 milhões de reais, e o PSDB, 33 milhões. Juntos, teriam aproximadamente 90,3 milhões, o quinto maior valor, superando Republicanos (83,6 milhões), MDB (81,3 milhões) e PSD (80 milhões).

 

MUNICÍPIOS

 

Com a fusão, o Podemos e o PSDB teriam juntos o quinto maior número de vereadores espalhados pelo Brasil, um total de 5.330 (2.330 do primeiro e 3.000 do segundo). A sigla ficaria atrás apenas de MDB (8.109), PP (6.953), PSD (6.620) e União Brasil (5.493), ultrapassando PL (4.958), Republicanos (4.651), PSB (3.591), PT (3.129) e PDT (2.503) no top 10.

 

O Podemos ressalta no relatório que possui uma distribuição de vereadores mais predominante em capitais, enquanto o PSDB tem mais maior em Câmaras Municipais em cidades do interior. Por isso, seria a opção “mais complementar” entre as que estão em negociação.

 

Além disso, o “novo” partido de centro-direita governaria 401 prefeituras — hoje o PSDB tem 274 e o Podemos, 127. Com isso, seria a sétima maior força do país nesse quesito, superando legendas de esquerda — PDT (151), PT (252) e PSB (309). Com 887 prefeitos, o PSD está no topo do ranking, seguido por MDB (856), PP (747), União Brasil (584), PL (516) e Republicanos (433).

 

Em população governada, a junção entre as duas legendas teria a sexta maior fatia (16,3 milhões de pessoas), superando o Republicanos (14 milhões).

 

PSDB  NA UTI

 

Depois de perder a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, que foi para o PSD de Gilberto Kassab,  o PSDB pode ter mais uma grande revés. O  governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite admitiu a possibilidade de participar do processo eleitoral de 2026 por outro partido que não o PSDB. Questionado sobre sua disposição em permanecer na legenda, que luta para não desaparecer, e tenta negociar algum tipo de união com outras siglas, para evitar a extinção, o governador disse que sua vontade é esta, a da permanência.

 

E, para piorar a situação do PSDB, o o Diretório Nacional do Cidadania decidiu não renovar a federação com o PSDB, que estava válida desde as eleições de 2022. O martelo foi batido de forma unânime em reunião em Brasília.

 

O partido alega que a parceria gerou desvantagem ao Cidadania, como a redução de sua representação nas prefeituras, câmaras municipais e estaduais, além da diminuição do número de cadeiras no Congresso Nacional.

 

A própria legenda divulgou que representantes dos estados relataram uma “convivência difícil e desvantajosa” para o Cidadania. Agora, a intenção é recuperar a identidade e definir os novos rumos, pensando nas eleições de 2026.

 

De acordo com o presidente do partido, Comte Bittencourt, o Cidadania ainda não decidiu se vai disputar o próximo pleito sozinho ou se vai realizar outra federação.

 

TOCANTINS

 

Ex-prefeita Cinthia Ribeiro

 

Na hipótese cada vez mais forte dos tucanos fecharem com o Podemos as consequências no Tocantins seriam diretas, lembrando sempre que as províncias não são ouvidas nem consultadas nesses tipos de negociação e têm que engolir as determinações goela abaixo.

 

As circunstâncias que seriam criadas pela fusão entre os dois partidos, colocariam o Podemos em uma ótima situação política, pois além do prefeito da Capital, Eduardo Siqueira Campos, e de Tiago Dimas, presidente estadual da sigla, e que deve assumir como deputado federal após a decisão do STF, na semana passada sobre as sobras eleitorais, os membros do partido serão priorizados no comando da legenda que surgir da união com o PSDB, por conta da superioridade na representatividade política.

 

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite e o deputado Eduardo Mantoan

 

A ex-prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, presidente estadual do PSDB, conta apenas com o deputado estadual Eduardo Mantoan e dois prefeitos de cidades pequenas, e serão minoria na nova agremiação, com poder mínimo de decisão na formação da Comissão Provisória.

 

Dessa forma, caberá aos políticos tocantinenses descontes com a provável fusão entre PSDB e Podemos, usar a brecha legal, dentro do prazo, e se filiar a outras legendas.

 

 

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