Avô e neto foram presos no interior da Bahia, sendo que o mais velho já é foragido por duplo homicídio na Paraíba e vivia com documento falso no Tocantins
Por Rogério de Oliveira
A Polícia Civil do Tocantins, (PC-TO),por intermédio da 103ª Delegacia de Polícia em Taguatinga concluiu, nesta quarta-feira, 30, as investigações sobre a prática do crime de homicídio qualificado, que vitimou um homem de 35 anos.
De acordo com o delegado-chefe da unidade policial, Lucas Rodrigues, o fato ocorreu no dia 18 de julho de 2021, em via pública, quando dois indivíduos, de 55 e 19 anos, efetuaram diversos disparos de arma de fogo contra duas vítimas, sendo uma de 35 e outra de 28 anos.
Segundo apurado, os autores são avô e neto, e teriam praticado o crime em razão do desentendimento acerca de um aparelho de telefone celular que a vítima teria deixado cair ao chão, quebrando-o. “A vítima foi atingida por nove disparos de arma de fogo, sendo quatro deles em regiões vitais do corpo, o que ocorreu em via pública, em local e horário de grande movimentação de pessoas”, disse o delegado Lucas.
Ainda de acordo com a autoridade policial: “o crime causou grande comoção da cidade, pois foi cometido com extrema frieza e sem qualquer preocupação, por parte dos autores, em relação às demais pessoas que se encontravam no local, pois os disparos foram efetuados nas proximidades de um estabelecimento comercial onde estavam presentes dezenas de pessoas”.
Após efetuar os disparos, os autores empreenderam fuga da cidade de Taguatinga, permanecendo foragidos, motivo pelo qual, o delegado representou, junto ao Poder Judiciário, pela prisão de ambos os autores, com a consequente expedição dos mandados de prisão preventiva.
Do uso de documento falso.
Durante as diligências realizadas no intuito de dar cumprimento aos mandados de prisão, foi constatado que um dos investigados se utilizava de documentos falsos, mantendo uma vida estável como comerciante em Taguatinga/TO por vários anos, sem que qualquer pessoa tivesse conhecimento de sua verdadeira identidade.
A partir de então, foi instaurada nova investigação criminal, objetivando apurar sua verdadeira identidade, bem como, a prática do crime de uso de documento falso, crime punido com reclusão de dois a seis anos.
Com o aprofundamento das investigações, foi possível descobrir o verdadeiro nome do investigado, bem como, o fato de estar foragido da Justiça Criminal do Estado da Paraíba, onde é processado por duplo homicídio qualificado, crime ocorrido no município de Princesa Isabel/PB, em 20 de janeiro de 1996.
Desde então, a Polícia Civil fez várias diligências em diferentes órgãos públicos e em dois outros Estados da Federação, no intuito de localizar os investigados. “No decorrer das investigações, a equipe da 103ª Delegacia de Polícia em Taguatinga tomou conhecimento de que um deles teria se apresentado falsamente no Instituto de Identificação da Bahia, na tentativa de conseguir a emissão de novos documentos”, disse o delegado.
Da ação coordenada com a Polícia Civil do Estado da Bahia.
De posse de tais informações, a Polícia Civil do Estado do Tocantins, em ação conjunta com a Polícia Civil do Estado da Bahia, efetuou o cumprimento do mandado de prisão em desfavor de um dos investigados e, após novas diligências, em desfavor do outro, ambos na Cidade de Caatiba/BA, localizada a 68 Km da Cidade de Vitória da Conquista/BA.
Segundo o Delegado de Polícia, Lucas Rodrigues: “O uso de falsa identidade para se furtar da investigação criminal demonstra o perfil criminoso dos investigados e, de certo modo, uma obstinação em desafiar os órgãos de segurança pública. Condutas como esta exigem empenho e estratégias investigativas que possibilitem a Polícia Civil no cumprimento de suas atribuições constitucionais, sobretudo por envolver diligências em outros Estados da Federação”.
Ainda segundo a autoridade policial: “A prisão dos investigados somente foi possível por meio de uma ação articulada com a Polícia Civil do Estado da Bahia, que forneceu todo o apoio necessário para que a decisão judicial fosse cumprida corretamente”.
Após o cumprimento da decisão judicial, os investigados foram encaminhados para a Coordenadoria Regional da Polícia Civil do Interior (COORPIN/BA), onde permanecem à disposição do Poder Judiciário do Estado do Tocantins. Ambos devem ser recambiados para Taguatinga a fim de responder pelos crimes que a eles são imputados.