Senador afirmou que deixaria corrida presidencial apenas com a soltura de seu pai, condenado por tentativa de golpe de Estado
Por Camila Stucaluc
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que não pretende desistir da candidatura às eleições de 2026. Segundo o parlamentar, o único cenário em que poderia deixar a corrida ao Planalto seria a soltura de seu pai, ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e a possibilidade de ele próprio disputar o pleito.
“O meu preço é justiça. E não é só justiça comigo, é justiça com quase 60 milhões de brasileiros que foram sequestrados — estão dentro de um cativeiro, neste momento, junto com o presidente Jair Messias Bolsonaro. Então, óbvio que não tem volta. A minha pré-candidatura à Presidência é muito consciente”, disse Flávio, em entrevista à Record.
O senador ainda afirmou que o lançamento de seu nome foi um pedido do pai para “dar esperança” ao Brasil. Ele ressaltou que está “dando a cara a tapa” e que só vai “parar no dia da vitória”.
“Não tiro o meu nome, a não ser na condição de nós termos justiça — como eu falei aqui — não só com Bolsonaro, mas com centenas, com milhares, com milhões de brasileiros que estão sofrendo, angustiados, desesperançosos, com aquela sensação de: ‘A quem recorrer? O que a gente faz agora?’ Então, o lançamento do meu nome vem para resgatar esse brilho, para esquentar de novo o coração do brasileiro”, afirmou.
Jair Bolsonaro foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado. Ao anunciar à candidatura às eleições do próximo ano, Flávio afirmou que sua primeira pauta seria o projeto de anistia, atualmente travado na Câmara, que visa perdoar condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 — caso do pai.
Bolsonaro inelegível
Com a prisão, Bolsonaro fica inelegível pelos próximos 35 anos. O prazo está previsto na Lei da Ficha Limpa, que determina oito anos de inelegibilidade após o cumprimento da pena nos casos de condenação dada por órgão judicial colegiado — caso do STF. Com isso, o ex-presidente ficará sem poder disputar eleições até 2060, quando terá 105 anos.
Antes, Bolsonaro já era considerado inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o considerou culpado de abuso de poder político e econômico. A decisão está relacionada à reunião com embaixadores, realizada em julho de 2022 no Palácio da Alvorada, na qual o ex-presidente fez ataques ao sistema eletrônico de votação.