PREFEITO, O CABO ELEITORAL MAIS CARO E SEM TRANSFERÊNCIA DE TRANSFERÊNCIA DE VOTOS

Posted On Segunda, 11 Julho 2022 07:10
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Nem todas as regras têm suas exceções, principalmente quando analisamos os custos de certos “apoios” em uma campanha eleitoral. De todos os necessários e indispensáveis, o apoio mais caro sempre é o dos prefeitos.  O problema é que, apesar do valor, nem sempre há reciprocidade e lealdade.

 

Por Edson Rodrigues

 

Há um grande engano matemático entre o número de prefeitos que apoiam uma candidatura e o resultado no número de votos no município, ao fim da eleição.  Ter 10, 20 prefeitos a apoiar uma candidatura proporcional, significa, apenas, 10, 20 prefeitos em uma foto e, não necessariamente o número de votos que cada um desses prefeitos recebeu para se eleger.

 

Ledo engano de quem acha que aparecer ao lado de muitos prefeitos em fotografias na mídia, significa que os eleitores desses prefeitos irão votar no candidato tal só porque o prefeito está junto.

 

No passado – e no presente – muitos parlamentares afirmam, em alto e bom tom, que tem apoio de 20, 30, 40 prefeitos.  Antes essas afirmações eram apenas bravatas, hoje têm outro nome: fake News.

 

ENGANO

 

O engano desses parlamentares é achar que o apoio do prefeito significa, também, o apoio da primeira-dama, dos secretários, dos vereadores e dos servidores públicos.  Todos esses já estão “agasalhados” por, pelo menos, mais dois anos, logo, não veem – nem sentem – a necessidade de ser leais aos acordos dos prefeitos com o candidato A ou |B para a Assembleia Legislativa, para a Câmara Federal ou para o Senado.  Principalmente nesta eleição que se aproxima, que será a mais diferente de todas, por conta da tal de federação partidária.

 

Um acordo na cúpula nacional dos partidos, sem ouvir ou levar em conta as parcerias regionais de cada uma das legendas, tirou da lista das “obrigações” algumas das coisas mais importantes em uma campanha política, que são a lealdade, a fidelidade.

 

CAMPANHA CAMARÃO

As federações partidárias fizeram vir à tona um tipo de campanha antes praticado apenas por uma minoria” quieta” de políticos, em que os candidatos proporcionais tratam a chapas como “camarões”, ou seja, pedem votos e trabalham apenas para si, “jogando fora” o nome do cabeça de chapa, assim como se faz ao consumir um camarão.  Pedir voto para governador e para senador, definitivamente, não será a prioridade de dezenas de candidatos proporcionais.

 

Os senhores prefeitos foram eleitos, em sua maioria, em composições políticas com vários partidos, e todos já estão tratando da próxima eleição municipal, com a maioria dos vereadores e secretários municipais compromissados com candidaturas ao governo e deputados estaduais.

 

Ninguém segue a orientação política do prefeito. Há, no Tocantins, dezenas de políticos que foram candidatos à reeleição, distribuíram milhões de reais em emendas impositivas a vários prefeitos e que, na “hora H” não conseguiram nem ser um dos primeiros suplentes.

 

Há, uns poucos prefeitos de municípios menores, que acabam se tornando os cabos eleitorais mais caros, pois exigem mundos e fundos dos candidatos, mas não conseguem transferir votos, não por trairagem ou por má intenção, simplesmente porque não contam com 100% do apoio de seus vereadores, muito menos das próprias primeiras-damas.

 

Todos têm seus compromissos políticos pessoais e, os candidatos aos parlamentos que investem muito em certos prefeitos, terminam em último ou nas piores colocações de votos naquele município, enquanto que os candidatos apoiados pelos vereadores recebem muito mais votos.

 

Essa é uma tradição na nossa política, não é exclusiva do Tocantins, mas, infelizmente, é um fato.

 

E deve ser levado em consideração pelos candidatos proporcionais, sob pena de gastar muito e ganhar pouco.

 

Quem avisa, amigo é.