Cinthia Ribeiro explicou, durante entrevista coletiva, que modelo de contrato de antiga concessão não favorecia transparência do sistema
Por Juliana Matos
Completos os 100 primeiros dias do encerramento de concessão do transporte público, que durou mais de 30 anos, a prefeita Cinthia Ribeiro esclareceu nesta quinta-feira, 2, que gerir de forma direta o transporte público coletivo está permitindo à Prefeitura de Palmas conhecer, com transparência, a realidade do custo operacional do sistema, cenário este que não existia em função do contrato adotado pela antiga concessão. Atualmente a gestão do sistema é realizado pela Agência de Transporte Coletivo de Palmas (ATCP). O balanço de 100 dias foi realizado em entrevista coletiva no Espaço Cultural José Gomes Sobrinho.
“Respeitamos até o último dia do contrato. A antiga gestão do sistema alegava prejuízo presumido de R$ 21 milhões. Pedimos documentação, analisamos notas e foram glosadas (anuladas) mais R$ 13 milhões em notas desse prejuízo presumido. Palmas precisa um sistema baseado em custo real e não em custo presumido, como o antigo contrato”, disse Cinthia.
Segundo a gestora, com seu encerramento em novembro passado, o sindicato que detinha a concessão manteve a operação sob requisição e cobrou do Município em torno de R$ 7 milhões por mês. “Quando a ATCP assumiu, percebemos um custo da execução pela gestão direta em 30 dias de R$ 3,5 milhões", acrescentou a prefeita.
Durante apresentação, foi exibido vídeo com opinião de usuários acerca de deficiências no transporte público de Palmas
De acordo com a gestora, a intenção do Município é avaliar como elevar o transporte coletivo a uma política pública que funcione e ofereça qualidade ao seu usuário. Para isso, é preciso avaliar, segundo Cinthia, se a melhor alternativa é manter a gestão direta ou adotar um modelo novo de contrato terceirizado. “Queremos entender qual a melhor opção para operação. O que já sabemos é que o antigo formato não vai ser mais adotado porque deixava o poder público, que custeava tudo isso, sem acesso informações importantes porque terceiros detinham toda a gestão, operação e a arrecadação”, defendeu a prefeita.
O presidente da ATCP, Fábio Chaves, esclareceu que estão sendo estudados modelos e boas práticas adotados em outras cidades como Curitiba (PR) e São Paulo (SP).