Corregedoria do Ministério Público abriu processo contra procuradora que apontou suposta corrupção no STF; ela afirmou que ministros “recebem por fora” para beneficiar políticos e empresários
Com jornal Folha de S.Paulo
A procuradora Monique Checker, do Rio de Janeiro, terá um processo aberto contra si na Corregedoria Nacional do Ministério Público. Ela insinuou, em sua página nas redes sociais da internet, que ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) recebem “por fora” para favorecer políticos e empresários em julgamentos no tribunal.
Escreveu Monique Checker sobre a suposta corrupção no STF : "Não há limite. Vamos pensar: os caras [magistrados] são vitalícios, nunca serão responsabilizados via STF ou via Congresso e ganharão todos os meses o mesmo subsídio. Sem contar o que ganham por fora com os companheiros que beneficiam. Para quê ter vergonha na cara", questionou, na segunda-feira (2). A informação é do jornal Folha de S.Paulo .
No dia seguinte, Dias Toffoli e Gilmar Mendes , ministros do STF, encaminharam reclamações à corregedoria do Ministério Público pedindo investigações sobre a publicação. Eles requisitaram, ainda, “a adoção de medidas de cunho disciplinar para o esclarecimento da questão".
Frente a insinuação sobre corrupção no STF, ministros comentam críticas
Já há algum tempo o Supremo Tribunal Federal (STF) está no epicentro da crise política que, desde 2016, tomou o país. Nos últimos dias, ministros da casa vieram a público para responder – ou reforçar – as críticas e as pressões direcionadas a mais alta instância da Justiça brasileira.
Os comentários mais recentes vieram do ministro Luís Roberto Barroso. Carioca, alinhado a pautas progressistas como a descriminalização do aborto e das drogas, e considerado um apoiador dos procedimentos da operação Lava Jato no STF, Barroso foi duro ao apontar o que, para ele, é o principal problema do STF .
“É juiz que faz favor e acha que o poder existe não para fazer o bem e a justiça, mas para proteger amigos e perseguir inimigos”, disse ao jornal Folha de S.Paulo .
O comentário pode ser interpretado como uma indireta ao ministro Gilmar Mendes . Além de Barroso e Mendes já terem protagonizado momentos tensos no plenário, com ataques e insinuações de corrupção no STF de ambos os lados, nas últimas semanas o ministro Gilmar mandou soltar diversos empresários e políticos envolvidos na Lava Jata.