As oposições estarão unidas em torno de uma só candidatura em Palmas, os sinais já estão mais que claros e nos bastidores políticos os principais analistas já chegaram à conclusão de que o processo é irreversível: o Palácio Araguaia está em uma “sinuca de bico” justamente em Palmas, reduto eleitoral do governador Wanderlei Barbosa, local onde jamais sua família perdeu uma eleição e principal colégio eleitoral do Tocantins.
Por Edson Rodrigues
As candidaturas oposicionistas cresceram muito – e rápido – nas cidades polo do Estado, criando musculatura suficiente para se consolidarem na mente dos eleitores de forma duradoura, até outubro de 2024. E é em Palmas que esse fenômeno é mais fortemente sentido, com a candidatura do ex-prefeito Eduardo Siqueira Campos.
Eduardo Siqueira Campos, hoje, representa a maior ameaça ao projeto político do Palácio Araguaia para 2026, com a candidatura de Wanderlei Barbosa ao Senado e do seu vice, Laurez Moreira ao governo do Estado.
Se não houver uma reflexão urgente no núcleo político do Palácio Araguaia, dificilmente o resultado das urnas nas eleições municipais trarão os resultados esperados para que esse projeto político tenha o alicerce necessário para ser erguido, não só em Palmas, mas nos demais maiores colégios eleitorais do Tocantins.
As movimentações nos bastidores políticos já desenham que a oposição, em Palmas, virá unida em torno do nome de Eduardo Siqueira Campos, apontando que não haverá outras candidaturas oposicionistas para dividir os votos.
HORA DE “ARRUMAR A CASA”
Sede da Prefeitura de Palmas
Enquanto isso, já é sabido pelos principais líderes políticos que há aliados de Wanderlei Barbosa no Congresso Nacional que têm seus apadrinhados alojados em cargos do primeiro ao quinto escalões do governo do Estado e, mesmo assim, essas lideranças terão candidatos diferentes dos apoiados pelo governador, ou seja, candidatos oposicionistas, como é o caso de Araguaína e de outros municípios importantes.
Esse comportamento transparece a ideia de que, hoje, o Palácio Araguaia é a “casa da mãe Joana”, onde muitos mandam, poucos obedecem, e ninguém se importa com o que pensa – e quer – o “dono” da casa.
Mas, essa situação pode mudar drasticamente se Wanderlei Barbosa resolver assumir, de vez, as rédeas do seu governo e colocar ordem na casa, politicamente falando.
Desde que o Tocantins teve a sua emancipação política há 35 anos, jamais teve um governo com tanto foco em ações estruturantes visando o desenvolvimento social, econômico e político, priorizando as obras de Estado ao mesmo tempo em que mantém o equilíbrio nos gastos, respeitando a Lei de Responsabilidade Fiscal. E isso tudo está em jogo caso haja uma interrupção desse processo de consolidação institucional do Estado.
Isso, mais que seu projeto político, torna mais premente que se apressem as decisões da formatação de um grupo político fiel e leal, que lhe garanta a sustentação necessária nas eleições municipais, apoiando os candidatos palacianos, sejam eles de qual partido for, contanto que sejam comprometidos com as ideias e os ideais de Wanderlei Barbosa.
FILME REPETIDO
O Observatório Político de O Paralelo 13 – e todos os tocantinenses – já assistiu a esse filme, em governos anteriores, porém, como coadjuvantes e figurantes e assistentes diferentes, e o desfecho desse filme não precisa ser lembrado, pois todos sabem.
Nosso Observatório Político já trouxe esse mesmo tema em artigos, editoriais e análises recentes, mostrando com exemplos bem próximos de cada cidadão tocantinense, os efeitos que o excesso de democracia, que permitiu que cada um dos aliados pudesse comandar seus projetos políticos de forma independente, criando, alimentando e dando voz a pequenos “judas”, o que se transformou em um verdadeiro desastre político para os que se achavam apoiados de forma inconteste.
A nau chamada “governo” precisa ter um comandante forte, capaz de manter a direção necessária para chegar ao destino final, um comandante firme e determinado e, hoje, só Wanderlei Barbosa tem essa capacidade.
Para isso, ele deve assumir 100% das suas atribuições de governador, das ações sociais e estruturantes às ações políticas que tratarão das candidaturas dos nomes que escolher apoiar nos 139 municípios, sob o risco de ver em 2024 as oposições liderando as pesquisas de intenção de voto nos principais colégios eleitorais, incluindo Palmas, que uma vez nas mãos da oposição, terá a capacidade de competir, olho no olho, com o poderio emanado do Palácio Araguaia nas eleições de 2026 que, podem representar uma dificuldade muito maior que a esperada, com poucos aliados se mostrando 100% fiéis administrativa e politicamente.
O Observatório Político de O Paralelo 13 vem conversando com vários formadores de opinião, ex-congressistas, ex-prefeitos, empresários, lideranças políticas e empresariais e as opiniões, críticas sugestões e impressões colhidas, estão condensadas neste “olho no olho”, nesta análise política.
E a conclusão é unânime: a demora, o aguardar demasiado do governador Wanderlei Barbosa já está fazendo estragos em seu desempenho político.
E, na política, quem espera nem sempre alcança.
GESTÃO
Nos 10 meses de gestão após a vitória nas urnas em 2022, o Wanderlei Barbosa já mostrou a que veio, com obras de Estado, como o Hospital Regional de Araguaína, em acelerado estado de reforma e ampliação, o Daiara, sonho antigo dos araguainenses, totalmente revitalizado, investimentos na Saúde, com o fim das tendas improvisadas no HGP, realização de mutirões de cirurgias eletivas aceleração das obras da nova ponte sobre o Rio Tocantins, em Porto Nacional, e, agora, com dezenas de maquinários completos, aplicados em recapeamento de estradas em todas as regiões do Estado, como na duplicação da rodovia que liga Palmas a Porto Nacional, investimentos em segurança pública e, principalmente na manutenção do equilíbrio das contas públicas, mesmo com as quedas das transferências de recursos do governo federal, honrando com seus compromissos com fornecedores, prestadores, servidores estaduais e, principalmente, com as obrigações sociais do Igeprev, criando um clima propício para a atração de investidores.
ADVERSÁRIOS UNIDOS
Com tanta excelência em gestão, os adversários do governo de Wanderlei Barbosa já se deram conta de que só unidos conseguirão suplantar o poderio de argumentos que ele amontoou ao seu redor com o reconhecimento da população.
Senador Irajá Abreu ( PSD) anunciou em coletiva de imprensa apoio a candidatura de Osires Damaso (PSC) ao governo do Tocantins, semanas depois voltou atrás
Prefeito de Araguaína Vagner Rodrigues e senadora Dorinha Seabra
Vale ressaltar que os mais importantes desses inimigos quase participaram do governo de Wanderlei Barbosa, o que aumenta sua ferocidade e desejo de vingança, como é o caso da senadora Kátia Abreu, que cortejou o governo enquanto ainda no mandato, chegando a comparecer em atos e solenidades, mas que foi repelida após seu próprio filho, o também senador Irajá Abreu, passar uma rasteira no então deputado federal Osires Damaso, lhe tirando a candidatura ao governo e formando uma chapa proporcional sem aceitar a participação de nenhum dos atuais deputados estaduais em seu partido e se lançando candidato ao governo, desandando de vez a relação de Kátia com Wanderlei, que acabou acatando o desejo do seu grupo político, dispensando qualquer tipo de parceria com a então senadora gurupiense e fechando coma deputado federal Dorinha Seabra, que acabou se elegendo, juntamente com Wanderlei.
Prefeito Ronivom Maciel de Porto Naciona, a prefeita de Gurupi Josi Nunes e o Senador Irajá Abreu
A derrota imposta à Kátia Abreu foi mais que uma simples diferença de votos. Foram acachapantes 50,42% dos votos contra humilhantes 18,50 da então “política mais aguerrida do Tocantins”.
Junto com Kátia, a candidatura de Irajá ao governo também foi por água abaixo, com pífios 7,1% dos votos.
Eduardo Siqueira (no centro) com Tiago Dimas se filiando ao partido Podemos
Assim como Kátia e Irajá, o ex-prefeito se Palmas, Eduardo Siqueira Campos chegou a ser convidado para ser secretário de governo de Wanderlei Barbosa, mas foi descartado antes mesmo do anúncio oficial do convite, mesmo tendo apoiado a candidatura de Wanderlei à reeleição.
Os outros dois adversários, Ronaldo e Tiago Dimas, não chegaram a flertar com uma possível participação no governo de Wanderlei Barbosa, mas também foram humilhados nas urnas, mas, baseados na filosofia de Ronaldo, o “professor de Deus”, achavam que levariam a eleição pelo simples fato de se considerarem mais capazes intelectualmente.
Ronaldo foi humilhado nas urnas para o governo e Tiago não conseguiu sua reeleição a deputado federal, perdendo justamente para o candidato da sua região, do Republicanos, ártico comandado por Wanderlei Barbosa no Estado, Alexandre Guimarães.
Agora, Eduardo Siqueira Campos vem candidato à prefeitura de Palmas filiado, justamente, ao Podemos, comandado pelos Dimas,
Ou seja, essa união das oposições junta a fome com a vontade de comer, e quer a cabeça de Wanderlei Barbosa servida em uma bandeja, começando o “banquete” já nas eleições municipais de 2024.
Como já afirmamos, o pleito municipal do ano que vem não será coisa para amadores!