Por Edson Rodrigues
A INFORMAÇÃO, O ELEITOR E O SEU PAPEL
As famílias tocantinenses terminam o ano de 2021 com um saldo negativo, com a perda de quase quatro mil vidas por conta da pandemia de Covid-19 que assola o mundo, deixando um rastro de destruição, órfãos e pessoas com sequelas para o resto da vida.
Os efeitos colaterais dessa pandemia na economia do nosso Estado apontam para um índice monstruoso de empresas que fecharam suas portas, cidadãos desempregados, alguns deles passando fome.
As coisas só não foram piores no Tocantins, graças ao empenho e ao esforço dos nossos congressistas, em Brasília, que se desdobraram para conseguir recursos federais extras para o Estado e para os municípios para o combate a esse vírus maldito, e evitaram que o total de mortos chegasse à casa dos 15 mil, conforme projeções de especialistas.
Foram milhões e milhões de reais vindos de Brasília para os governos estadual e municipais de toda a bancada federal, mas não seria justo se não abríssemos um parêntese para falar da atuação destacada do senador Eduardo Gomes, líder do governo de Jair Bolsonaro no Congresso Nacional, função pela qual conseguiu potencializar o montante dos recursos federais enviados ao Tocantins, além de leitos de UTI, Utis móveis, equipamentos hospitalares e um avião lotado de insumos médicos no auge da pandemia.
“FACULDADE DA CORRUPÇÃO”
Por outro lado, o Tocantins entrou, em 2021, simbólica e definitivamente, para o livro dos recordes no quesito corrupção , ao ponto de um amigo, funcionário público federal “cinco estrelas”, que esteve, neste mês de dezembro, a serviço no Tocantins, justamente investigando atos de corrupção, afirmar que “em mais de 38 anos de vida pública, em centenas de missões Brasil afora, fico impressionado de ver como o Tocantins se transformou em uma ‘faculdade da corrupção’, o Estado mais novo do Brasil, colocando os outros, tradicionalmente corruptos, como o Rio de Janeiro, numa espécie de pré-primário da corrupção”.
E, nós, tocantinenses, não podemos criticá-lo pelas palavras duras, afinal, são três governadores cassados ou afastados, desembargadores afastados de suas funções ou aposentados de forma compulsória, dezenas e dezenas d operações da Polícia Federal, sem contar com a extinção, justamente, da delegacia da Polícia Civil especializada no combate à corrupção.
Há delações em segredo de justiça que, assim que as férias forenses terminarem, vão gerar outras tantas operações de prisão, busca e apreensão. As informações dão conta de que recursos destinados à Saúde foram desviados até para a compra de tralha de pesca.
OS “JUÍZES SUPREMOS”
A situação é tão podre, que é melhor pararmos por aqui, e falarmos da solução, que são os eleitores, as pessoas que escolhem quem serão seus representantes pelos próximos quatro anos.
Os eleitores tocantinenses têm a vantagem do acesso gratuito a 99% das informações de que precisam para formular seus votos. Nenhum estado brasileiro tem tantos veículos de comunicação com acesso gratuito e distribuição de jornais impressos, como acontece no Tocantins.
São blogs, site de notícias on-line, jornais e revistas impressos, cada um com sua linha editorial, mas sempre voltados para os fatos de interesse do povo tocantinense. Dessa forma, o eleitor tocantinense jamais poderá alegar falta de conhecimento ou de informações sobre cada um dos políticos com mandato ou postulantes a um cargo eletivo.
O papel do eleitor é o de juiz supremo a cada processo eleitoral. Cabe a cada um dos aptos ao voto a responsabilidade pela análise, pesquisa e conhecimento das capacidades, da vida pregressa e do caráter de quem escolher para dar seu voto. Logo, é o eleitor que julga quem é bom ou ruim, quem poderá ser um bom representante do povo e quem só está pensando nas benesses do poder.
O voto é um direito e um dever. É intransferível e equivale ao mesmo tempo a um veredicto e a uma “carta branca”.
Logo, se quiser um Tocantins diferente, sem corrupção, com uma boa imagem junto à opinião pública brasileira, o eleitor deve assumir seu papel de juiz supremo e escolher só os políticos que julgar capazes de realizar um bom trabalho no Congresso Nacional, no Governo do Estado, e na Assembleia Legislativa, sem precisar roubar, prevaricar ou se deixar seduzir pelo dinheiro fácil da corrupção.
O PARALELO 13 E SUA MISSÃO
Dentro desse contexto O Paralelo 13 reafirma seus compromissos com a população tocantinense, com nossos leitores, colaboradores e parceiros em continuar com sua linha editorial destemida, embasada na ética jornalística e na defesa dos interesses do Estado, da população e da democracia.
O Tocantins estará com seu futuro em jogo em 2022 e o momento pede uma profunda reflexão sobre o que faremos para mudar essa triste realidade relativa à corrupção que assola nosso Estado. Quem pode votar não pode se dar ao luxo de deixar a definição do nosso futuro nas mãos de outras pessoas. O comparecimento em massa às urnas é fundamental para que a escolha dos eleitos tenha representatividade popular.
Ser omisso na hora do voto, é deixar o caminho livre para a eleição dos corruptos, que terão seus votos contabilizados, afinal, eles pagam para os eleitores incautos ou mal intencionados para que votem.
Só com a presença de todos os eleitores é que poderemos vencer essa corja e eleger aqueles que têm capacidade para parar esse sangramento e devolver ao povo tocantinense o orgulho de pertencer ao estado mais novo da federação.
WANDERLEI BARABOSA E SEUS DESAFIOS
O Tocantins começou a respirar um novo ar, sem a contaminação do vírus da corrupção. Apesar de estar à frente do governo do Estado há pouco tempo, o governador em exercício, Wanderlei Barbosa tem mais de 30 anos de vida pública e, assim como seu pai, Fenelon Barbosa, ex-prefeito de Palmas, seu irmão, vereador Marilon Barbosa, e seu filho, deputado estadual Yhgor Leonardo, mais conhecido como Leo Barbosa, não tem nenhum envolvimento em atos não republicanos, não responde a nenhum processo.
Para continuar assim, Wanderlei Barbosa precisa ficar de olhos abertos para o que acontece em todos os escalões do seu governo, para manter sua imagem longe de qualquer assunto que envolva qualquer tipo de suspeita, respeitando o passado de sua família e se colocando como um dos poucos políticos confiáveis em ação no Tocantins.
Um dos cuidados mais importantes que Wanderlei deve tomar é com as nomeações dos auxiliares que irão compor sua equipe de colaboradores, principalmente com os paraquedistas desconhecidos, que costumam aparecer na formação de alianças políticas para o ano eleitoral.
O futuro político do Estado, da gestão de Wanderlei Barbosa e de sua candidatura a uma reeleição depende, exclusivamente, do próprio Wanderlei, das avaliações de suas ações, da sua forma de gerir o Estado e de como tratará o erário público.
Wanderlei, hoje, é uma das poucas e raríssimas peças humanas que podem fazer a diferença, mas não é o único. Há pelo menos mais três bons nomes, com força de vencer uma eleição para o governo do Estado.
Sem falar que quem deve provar estar apto a governar o Tocantins pelos próximos quatro anos, a partir de 2023 é o próprio Wanderlei , com todas as prerrogativas governamentais em mãos e com um orçamento aprovado ao seu gosto, e com o apoio da maioria absoluta dos deputados estaduais. Ou seja, só não terá um bom desempenho se não quiser.
Lembrando que a “gordura financeira” encontrada por Wanderlei nos cofres públicos foi deixada por Mauro Carlesse, com uma destinação muito bem distribuída. Foram esses recursos que, neste fim de ano, trouxeram alegrias a várias camadas do funcionalismo público estadual e dos prestadores de serviço e fornecedores, que há mais de uma década não terminavam um ano com seus pagamentos em dia.
A grande pergunta é: como será em 2022?
O ANO DA AFIRMAÇÃO
Muito bem. Esqueçamos tudo o que foi dito até aqui e pensemos apenas em 2022 e nos desafios que Wanderlei Barbosa irá enfrentar, com a máquina pública lubrificada pelos recursos que tem em caixa, mantendo o Sistema de Saúde Pública funcionando, no mínimo, como recebeu, as obras de pavimentação e recuperação das rodovias, dar continuidade às obras em andamento, se manter adimplente com o Tesouro Nacional, evitando a interrupção de transferência de recursos federais para o Estado, manter as obrigações sociais do Igeprev em dia, e manter o pagamento das parcelas dos empréstimos internacionais – feitos por gestões anteriores, tendo a União como avalista –, os repasses do ICMS e dos recursos da Saúde para os 139 municípios.
Vale ressaltar que nos seus 33 anos de existência o Estado do Tocantins jamais teve seus cofres irrigados com tantos bilhões de reais como vem acontecendo na gestão de Jair Bolsonaro, nem nenhuma das legislaturas no Congresso Nacional, composta por três senadores e oito deputados federais conseguiu carrear tantos recursos como a atual.
Mas, o mais importante é que “essa fonte está secando” e o ano de 2022 será um ano de queda na arrecadação – no máximo, a manutenção do que foi em 2021 – e a tendência é esses recursos escassearem.
Wanderlei precisará de muita habilidade para manter o pagamento dos servidores estaduais em dia, manter as obrigações do governo para com o Igeprev e as contrapartidas do Estado para a execução das obras com recursos federais.
Temos acompanhado todo o esforço de Wanderlei Barbosa em manter o equilíbrio econômico e o fluxo financeiro de sua gestão, na busca de um aporte de mais 400 milhões de reais, junto ao Banco do Brasil, para investimentos em infraestrutura.
2022 será um ano em que governadores e prefeitos devem estar preparados para a queda de na arrecadação de impostos, nos repasses de recursos por meio de emendas impositivas, para a inflação alta e a queda no consumo.
Quem não tiver planejamento e equilíbrio em suas ações, corre o risco de ter um ano amargo, colocando em risco as chances de reeleição ou de eleição para outros cargos.
Este alerta vale, não só para o Tocantins, mas para todos os estados e municípios brasileiros.
O QUE VEM PELA FRENTE
Finalizando, queremos alertar o povo tocantinense para que não se espante com o número de operações da Polícia Federal que devem acontecer em 2022 em nosso território. Serão muitas prisões, muitas buscas e apreensões, sequestros e bloqueios de bens e muitos escândalos a serem revelados.
Neste último dia 30 de dezembro o Observatório Político de O Paralelo 13 tomou conhecimento do que vem pela frente e ficou abismado com a quantidade e a “qualidade” dos fatos que virão à tona nos primeiros 120 dias de 2022. Serão muitas revelações “cabeludas”, segundo nossas fontes em Brasília.
Existe a possibilidade da suspensão de mandatos após a investigação das denúncias feitas em delações, segundo a nossa fonte, que informou ainda que as investigações vão muito além da esfera do executivo estadual.
O certo é que a boa gente tocantinense ficará imensamente agradecida com as ações dos membros da gloriosa Polícia Federal e do sempre combativo Ministério Público Federal pelos relevantes serviços prestados à honra do Tocantins, tirando de circulação pessoas “apodrecidas” pela lama da corrupção.
Como já afirmamos, em 2022 o eleitor tocantinense terá a chance de dar a sua resposta aos corruptos e sem moral que não passam de satélites do poder, e sobrevivem de falcatruas e de todo o tipo de atos não republicanos que estejam ao seu alcance.
Em outubro de 2022, podemos mudar tudo isso. Depende apenas do “juiz supremo”, o eleitor.
A partir do dia seis de janeiro, após o recesso de fim de ano, o Paralelo 13 volta a ser atualizado em sua versão on-line, com uma linha editorial ainda mais combativa e investigativa, com panoramas políticos, matérias especiais, análises do quadro sucessório e das alianças políticas, revelando quais são as que têm a intenção de melhorara vida do povo tocantinense e quais sãos aquelas que estarão apenas em busca do poder, montando seus “palanques titanics”.
Daremos destaque, também, ao avanço das investigações pela descoberta dos escândalos praticados por agentes públicos e às próximas operações que prometem movimentar como nunca os bastidores políticos do Tocantins.
O Paralelo 13 estará sempre do lado do (e)leitor, em suas verões impressa e on-line, levando as informações com profissionalismo, ética e profundidade. Esse é o nosso compromisso com a população tocantinense.
Assim prometemos!