Da Redação
Em matéria veiculada no blog do analista político, Josias de Souza, a movimentação do ministro Herman Benjamin, corregedor do Tribunal Superior Eleitoral, vai na contramão dos desejos de Michel Temer. Benjamin é relator do processo sobre a cassação da chapa Dilma-Temer. O governo opera para empurrar esse julgamento com a barriga. E o ministro do TSE pisa no acelerador. Marcou para a Quarta-Feira de Cinzas, dia 1º de março, os depoimentos de três delatores da Odebrecht —entre eles o próprio Marcelo Odebrecht, preso em Curitiba.
Os delatores que o ministro interrogará já prestaram longos depoimentos à força-tarefa da Lava Jato. O que interessa a Herman Benjamin são os trechos que trazem informações sobre a forma como o Grupo Odebrecht financiou o comitê eleitoral de Dilma e Temer. O processo do TSE já está abarrotado de evidências de que a chapa vitoriosa em 2014 teve dinheiro sujo em suas arcas. A Odebrecht entra como cereja desse bololô.
Herman Benjamin poderia requisitar ao Supremo Tribunal Federal o compartilhamento dos depoimentos dos delatores da Odebrecht. Porém, se fizesse isso amarraria o processo da Justiça Eleitoral ao calendário da Lava Jato. E o relator do TSE tem pressa. Já declarou que a ação que pode resultar na cassação de Temer “não pode ser infinita”.
Num instante em que celebra os primeiros sinais de recuperação da economia, o Planalto faz tudo para retardar esse julgamento do Tribunal Superior Eleitoral. Mas tudo parece não querer nada com o Planalto. Nas próximas semanais, o governo vai abrir sua caixa de ferramentas.