Enquanto para alguns pré-candidatos basta afirmar sua intenção de concorrer ao governo, Dimas e Amastha terão que entregar cargos
Por Edson Rodrigues e Edvaldo Rodrigues
Nenhum especialista ou analista político, por melhor que seja, poderá fazer um retrato da corrida sucessória deste ano antes que os prefeitos de Palmas, Carlos Amastha, e de Araguaína, Ronaldo Dimas, renunciem a seus cargos e se coloquem aptos a concorrer ao cargo de governador.
Esses são os dois pretendentes que pagarão os preços mais caros por um “ingresso” numa corrida em que não têm a certeza de vitória, pois terão de abdicar de cargos importantes, com dois anos de mandato restante, para se arriscarem em uma pista desconhecida para ambos.
Já outros candidatos sabidos e conhecidos, terão que renunciar a outros cargos de menor monta, como a senadora Kátia Abreu, que terá que renunciar à presidência da Faet e ao presidente da Assembleia Legislativa, Mauro Carlesse, que teria que deixar o comando da Casa de Leis.
E isso não é por capricho ou exigência e, sim, para respeitar a Constituição Federal e a Legislação Eleitoral.
O único pré-candidato que não precisa de desincompatibilizar é, justamente, o atual governador, Marcelo Miranda, que pode concorrer à reeleição ao mesmo tempo em que exerce seu cargo.
FALSO DIAGNÓSTICO
Não seríamos nós, editores de O Paralelo 13, veículo de comunicação mais antigo em atividade no Tocantins que iríamos trair a confiança dos nossos leitores e enfiar-lhes “goela abaixo” um falso diagnóstico do panorama eleitoral, maquiado por pesquisas mentirosas, fabricadas em gabinetes, a custos vultosos, que não levam em conta os planos de governo de cada coligação, principalmente porque, efetivamente, ainda não há coligações!
Algumas pesquisas em circulação, passadas boca-a-boca como boatos são tão fraudulentas, que apontam cenários em que 80% do eleitorado já sabem em quem vai votar e, outra, que só 14% dos eleitores estão indecisos.
Ora, como se chega a resultados assim sem nem conhecermos os reais candidatos?!
Na hora em que aparecer uma pesquisa que mostre um cenário extraído de, pelo menos, 1.000 pessoas entrevistadas, em que 25% tenham uma opção escolhida e, desses 25%, 30% já tenham seu candidato, podemos até acreditar que é real.
SENADO
Outro cenário muito difícil de mensurar, neste momento, é para o senado, uma vez que são duas vagas em disputa e muitos nomes, bons, concorrendo a uma delas. O problema é que, mesmo com bons nomes, não se sabe com quais candidaturas ao governo esses nomes virão acompanhados, muito menos quem serão seus suplentes.
Um caso emblemático é o do ex-governador Siqueira Campos. Ele é candidato ao Senado, mas quem será o seu coligado concorrendo ao cargo de governador? Terá Siqueira Campos condições físicas de participar de uma campanha que se vislumbra dificílima? E, nesse caso, torna-se muito mais importante saber quem será o seu suplente...
O que estamos afirmando é que os componentes desse tabuleiro de xadrez só serão conhecidos após as convenções de julho próximo e, mesmo sabendo disso, há pessoas capazes de tentar empurrar pesquisas em que 80 a 90% dos entrevistados já sabem em quem vão votar para o Senado.
Isso é falso, inverídico e passível de punição pela Justiça Eleitoral caso seus autores sejam identificados!
EMBRIÃO SEM ROSTO
Podemos afirmar com tranqüilidade que o “embrião sucessório” ainda não tem sequer um rosto definido e essa definição só começará a acontecer após o dia sete de abril, quando os detentores de cargos renunciarem para poder concorrer ao governo e, aí sim, as chapas começarem a se definir.
Ronaldo Dimas, Carlos Amastha, Kátia Abreu, Mauro Carlesse, são nomes que só poderão constar no páreo após sete de abril. Aí sim podem começar as especulações e os prognósticos reais, aguardando as convenções de julho para darmos a delineação final do embate que vem pela frente, com as coligações majoritárias e proporcionais definidas, cada uma com seu “rosto” próprio.
Por enquanto o que sabemos é que Amastha não está morto, Ronaldo Dimas ainda não se convenceu de que deve ser candidato, Siqueira pode não agüentar, fisicamente a campanha, Carlesse não tem “canxa” política suficiente, Kátia Abreu ainda precisa de um partido e Marcelo de um MDB unido.
Se o eleitor quiser acreditar nas pesquisas que se apresentam antes dessa data, que esteja apto a identificar algo de valor em meio ao lixo que essas planilhas montadas representam.