As eleições de 2022 precisam ser um marco da guinada do Tocantins para a retomada do crescimento econômico e do cuidado com o seu povo, resiliente, valente, mas muito sofrido por conta de omissões históricas de seus governantes anteriores. Não que eles não tenham feito nada. Pelo contrário, fizeram muito. Mas, também deixaram de fazer muitas coisas. O principal, foram as rupturas, as mudanças de foco, a cada novo governo que assumiu, deixando projetos importantes, obras em andamento e ações sociais descontinuadas ou, simplesmente, colocados de lado.
Por Edson Rodrigues
O futuro governador do Tocantins, a ser eleito em 2022 tem a missão e o dever de resgatar o Estado que todos nós, tocantinenses, sonhamos, desde a sua criação. Um Estado em constante desenvolvimento, gerando empregos, qualidade de vida, com moradias populares que atendam ás famílias de baixa renda, uma saúde Pública descentralizada, Educação de qualidade e Segurança Pública. E isso se faz com Projetos de Estado para os próximos 15, 20 anos e, não, com projetos de governo.
Esses Projetos de Estado precisam ser pautados em iniciativas populares. A população é que deve pautar a esses candidatos as prioridades.
Esta discussão, aqui proposta por O Paralelo 13, independe de partidos ou segmentos políticos. É uma iniciativa que precisa partir da população e unir entidades classistas, empresariais, religiosas, estudantis e de todos os setores da sociedade, para que os sonhos coletivos sejam trazidos à tona e cobrados efetivamente dos candidatos de 2022, para que eles entendam que, sem comprometimento, não haverá voto.
EQUILÍBRIO FINANCEIRO
E esses Projetos de Estado dos quais falamos, só serão possíveis, porque o governo de Mauro Carlesse preparou o terreno para que fossem possíveis, ao reequilibrar as finanças do Tocantins e reenquadrar o Estado na Lei de Responsabilidade Fiscal, deixando tudo pronto para que o governo possa receber emendas impositivas, recursos da União, celebrar convênios e captar empréstimos e investimentos com entidades financiadoras nacionais e internacionais, resgatando a credibilidade do Tocantins no mercado financeiro.
Essa, talvez, tenha sido a grande realização do governo Mauro Carlesse, assim como a sua condução no enfrentamento à pandemia, e pode ser sua marca histórica na política tocantinense, conquistada com a harmonia estabelecida entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo estaduais.
Ou seja, será uma conquista de Carlesse e de todos o Legislativo Estadual, sob a batuta do presidente da Assembleia legislativa, Toinho Andrade, pois foi ele que conduziu, de forma apartidária, essa harmonização com o Executivo, aprovando Leis e mudanças, muitas vezes impopulares, mas que foram cruciais para que o Tocantins recuperasse sua capacidade econômica, como um dos poucos estados da nação em condições com o “nome limpo” junto ao governo federal.
PROJETOS QUE PRECISAM DESLANCHAR
Dentre vários projetos que destravariam a economia tocantinense de vez, O Paralelo 13 relembra, aqui, alguns dos que são considerados prioritários para as próximas duas décadas, como é o caso da rodovia Transbananal, ligando o Tocantins ao Mato Grosso, passando por Gurupi, um projeto defendido pelo deputado Eduardo do Dertins, a extensão da energia rural para atender milhares de propriedades, o aproveitamento dos nossos lagos em Peixe e na Usina do Lajeado, que banha os municípios de Palmas, Porto Nacional, Brejinho de Nazaré e Ipueiras, e que pode ser utilizado tanto para o turismo quanto para a criação de peixes – já está comprovado que o Tocantins poderia ser o maior produtor de peixes em tanques-rede do Brasil – a revitalização dos projetos de fruticultura no Manoel Alves, dos Projetos Rio Formoso e São João, todos com potenciais comprovados, mas, não se sabe por quê, inativos ou a passos de tartaruga.
Abrimos um adendo importantíssimo: a Região Sudeste do Tocantins não tem um hospital geral sequer e o atendimento da população, nos municípios, é feita por clínicos gerais, não há um médico especialista à disposição.
Por quê, até hoje, não há um hospital para a população tão sofrida do nosso Sudeste tocantinense?
Para isso, será necessária a integração do governo do Estado com todas as entidades possíveis, que entendam dos assuntos, como Faet e Fieto, acionar os agentes financiadores, como Basa, Banco do Brasil, Caixa Econômica, bancos internacionais e todas as instituições que tenham interesse legítimo de atuar, com seriedade, no Tocantins, cuidando para que em todos os projetos, senão toda, mas a maioria da mão de obra seja de cidadãos locais.
RESGATE DA CULTURA
O futuro governador precisa, durante suas andanças pelo Estado, separar um tempo para interagir com os profissionais da cultura tocantinense, para ouvi-los sobre os planos de resgate da nossa história, do nosso folclore, que é riquíssimo, com as cavalgadas do Congo, as Folias de Reis, Festa do Divino, festivais de música, até mesmo os Jogos Estudantis, que alavancam o turismo, juntamente com nossas riquezas naturais.
Esse setor também precisa de investimentos e financiamentos e precisa de um Projeto de Estado, e não de governo, com uma linha de recursos públicos e apoio efetivo aos nossos artistas de todas as vertentes.
“Quem não tem passado, não tem história”, já diziam os sábios. E somente por meio do reconhecimento e da valorização dos nossos artistas, teremos uma história para contar às nossas futuras gerações.
HOSPITAL DE PORTO NACIONAL
Um novo Hospital em Porto Nacional precisa ser projetado, discutido e ter a sua construção assegurada pelo futuro governador a ser eleito em 2022. Mais que uma necessidade, essa é uma urgência e condição “sine qua non” para que os pré-candidatos recebam os votos da Capital da Cultura Tocantinense.
Logo, essa é uma missão para os eleitores portuenses e das 12 cidades circunvizinhas que se valem dos serviços do nosso Hospital. Simplesmente não votar, em massa, naquele que não tiver essa condicionante em seu projeto de governo.
Dizemos isso porque cada um dos governadores que passou e o que aí está, fizeram o possível para manter o Hospital Regional de Porto Nacional em funcionamento. Uns mais, outros menos, mas todos apenas remediaram situações pontuais, nenhum “curou” o mal de que sofre nossa maior unidade de Saúde Pública.
O que nossa cidade precisa é de um Hospital à sua altura, com centros cirúrgicos, UTIs adulto e infantil e médicos das mais importantes especialidades. Estamos falando de uma dívida de Estado, de honra, não de governo.
SOCIEDADE UNIDA
Voltamos a ressaltar que essa iniciativa tem que partir da sociedade portuense e dos demais municípios atendidos pelo nosso Hospital, das lideranças classistas, empresariais, religiosas, estudantis para, só então, depois de discutida e debatida, chegar na esfera política, formatada, pronta e “embrulhada”, para que não haja desculpas nem procrastinação.
Aí será a vez dos políticos, principalmente os que estão em cargos eletivos e os candidatos a deputados estaduais, federais e senadores e ao governo, mostrarem o quanto estão engajados e preocupados com as demandas portuenses e dos municípios circunvizinhos, e colocarem a construção de um novo Hospital Regional de Porto Nacional em seus programas de governo ou atuação legislativa.
OUTRAS DEMANDAS
Porto Nacional ficou parada, estagnada no tempo por um período longo demais. Não nos cabe, agora, buscar as causas dessa paralização econômica e institucional, mas é hora de recuperar o tempo perdido e resgatar a importância política e econômica da nossa cidade.
Dessa forma, há muitas demandas a serem discutidas e observadas pelos pretensos candidatos à eleição e à reeleição. Podemos elencar as principais delas neste editorial, como o pátio industrial da Ferrovia Norte-Sul, no Distrito de Luzimangues, uma parceria público-privada pactuada entre o governo municipal e o governo estadual prevendo a construção de infraestrutura total para viabilizar a industrialização de grãos em território tocantinense, gerando empregos, renda e impostos para Porto Nacional e para o Estado, absorvendo mão de obra de profissionais tocantinenses e colocando, de vez, Porto Nacional no mapa logístico do Brasil, não apenas como um ponto de passagem.
A intenção deste editorial é dar o ponta pé inicial nessa ideia e começar a sua disseminação entre os formadores de opinião e as cabeças pensantes.
Está na hora de colocar as mazelas apenas na conta dos maus políticos, aqueles que cuidam apenas dos seus interesses pessoais em detrimento do interesse coletivo, afinal, somos nós, povo tocantinense, que os escolhemos e, se existem políticos bons, verdadeiros representantes do povo, por que não votar neles?
E, já que é assim, que tomemos a decisão e o posicionamento corretos: sem desenvolvimento nos programas de governo, sem votos nas urnas.
Simples assim!