Nas entrelinhas da sucessão estadual, em qualquer lugar do Brasil, é sabido que não existem as palavras “não” e “impossível” não existem no dicionário político
Por Edson Rodrigues
Como dizia o saudoso Tancredo Neves, “há momentos em que um político precisa dar um passo para trás, para poder dar dez passos à frente, num segundo momento”.
O ex-prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas, que há mais de um ano vem tentando fazer sua pré-candidatura ao governo do Estado decolar. Em alguns momentos, ele chegou a ser visto como favoritíssimo à eleição, mas, de repente, suas pretensões políticas começaram a minguar, perder musculatura política, aliados e até credibilidade.
Não que Dimas seja um político ficha-suja, muito pelo contrário. O ex-prefeito de Araguaína demonstrou ser um grande gestor, um administrador que respeita o bem público e, em suas duas gestões, executou milhões de reais em obras na cidade e suas contas estão todas aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado.
O problema, segundo alguns analistas políticos, foi o clima de “já ganhou” em sua pré-campanha, que resultou em atitudes vistas como arrogantes até pelos principais companheiros de caminhada, inviabilizando alianças e azedando climas antes amistosos com algumas lideranças fundamentais para sua caminhada rumo ao Palácio Araguaia.
ENCONTRO EM BRASÍLIA
O Observatório Político de O Paralelo 13 recebeu informações acerca de um encontro, em Brasília, entre Ronaldo Dimas, o vice-prefeito de Araguaína, Marco Marcelo, e o presidente da Câmara Municipal, Gideon Soares, com o senador Eduardo Gomes, líder do governo de Jair Bolsonaro no Congresso Nacional.
Senador Eduardo Gomes e Ronaldo Dimas
Segundo nossas fontes, a não participação do prefeito de Araguaína, Wagner Rodrigues no encontro, não tem nada de racha político com o grupo de Dimas. Wagner, que inclusive está em Brasília, passou por um procedimento médico e encontra-se em repouso absoluto.
Levando-se em consideração que Dimas e Eduardo Gomes são amigos pessoais há mais de 30 anos, certamente o assunto sucessão estadual foi um dos colocados em pauta durante a reunião, reforçando a ideia de que os dois podem estar no mesmo palanque este ano.
Para isso, Ronaldo Dimas deve deixar o Podemos e rumar para outra legenda, junto com seu filho, deputado federal Tiago Dimas, aproveitando o momento em que os detentores de mandato da Câmara Federal terão pra reforçar suas posições, aproveitando todas e quaisquer “máscaras de oxigênio”q que apareçam em seus caminhos, pois com as Federações Partidárias, não haverá muito espaço para discutir ideologia política ou ficar de muito mimimi. É hora de tomar decisões rápidas e certeiras, pois os candidatos a deputado federal e estadual precisam se acercar de todos os cuidados para não serem surpreendidos com o cenário político em mutação.
Deputado Federal Tiago Dimas
Logo, uma saída conjunta de Dimas e de seu filho, Tiago, coordenador da bancada federal do Tocantins no Congresso Nacional, do Podemos, hoje partido que abriga a pré-candidatura à presidência da República do ex-juiz Sérgio Moro e que, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontou, não comprovou como recebeu um empréstimo de R$ 18 mil do ex-deputado federal José Masci de Abreu, pai da presidente do partido. O repasse aconteceu em 2015 e foi julgado pelo tribunal em outubro de 2021, quando a Corte rejeitou as contas do Podemos daquele ano. A decisão foi tornada pública no mês passado. Procurado pela coluna, o partido alegou “erro formal” e assegurou que não devolveu o empréstimo com o fundo partidário. Em novembro, o Podemos lançou Sergio Moro pré-candidato ao Planalto.
O Podemos é uma sigla que não emplacou no Brasil. Após um começo animador, acabou se desidratando sozinha e deve enfrentar uma debandada assim que o seu candidato à presidência da |República começar a receber os ataques de Lula e de Bolsonaro ao mesmo tempo.
TODO MUNDO JUNTO
Os comentários nos bastidores políticos apontam que Dimas, Tiago e o seu grupo político de Araguaína sairão em conjunto para uma mesma sigla partidária. A grande questão é que, com seu enfraquecimento político, Dimas, na nova sigla, só conseguirá ser candidato a vice-governador, primeiro suplente de senador ou deputado federal. Levando=se em conta que a prioridade é reeleger Tiago Dimas deputado federal e, como falamos no início, nada é exato na política, Ronaldo Dimas pode desistir de qualquer candidatura e se dedicar exclusivamente a coordenar a campanha de seu filho à reeleição.
É. Pois é....