A reforma política enfiada goela abaixo da imensa maioria, com validade nas eleições de 2022, foi pensada para resolver os problemas dos grandes partidos no pleito proporcional, principalmente no quesito distribuição de recursos do Fundo Partidário e, agora, assemelha-se a um grande problema para os candidatos a vereador nas eleições de 2024 no interior do Brasil.
Por Edson Rodrigues
Em outras palavras, a famigerada Federação Partidária ajudou, apenas, os candidatos a deputado federal e, agora, os candidatos a vereador, inclusive os que buscam uma reeleição, mas que estão filiados a partidos federados, estão ansiosos para a chegada do mês de abril de 2024, quando abrirá a “janela” que permite a troca de legenda, sem o risco da perda do mandato, por conta da fidelidade partidária.
TOCANTINS
No Tocantins a questão não é mais nem SE haverá problemas por conta da federação partidária. A questão já é COMO serão resolvidos, pois os problemas já são fáceis de ser notados.
As confusões já têm data marcada para acontecer entre os partidos que compõem federações e os Executivos municipais que fazem parte delas, mas que não estão na base de apoio ao Palácio Araguaia, seja em Palmas, seja nos maiores colégios eleitorais do Estado, onde haverá exibição do Horário Eleitoral Obrigatório de Rádio e TV. Esse “pertence-não-pertence” será uma confusão a mais na cabeça dos eleitores – e também dos próprios políticos.
Essa confusão será mais sentida em Palmas, onde os vereadores, alguns da base da prefeita Cinthia Ribeiro, outros da base palaciana, uns poucos da base palaciana, mas de oposição à Cinthia Ribeiro, porém, filiados a partidos federados que, em tese, serão oposição ao Palácio Araguaia e, outros, que são da base da prefeita, mas em agremiações, novamente em tese, de federações oposicionistas à gestão municipal. Uma verdadeirabriga no escuro, em que ninguém tem certeza do que pode acontecer. E isso se repete nos 15 maiores colégios eleitorais do Tocantins, sem atenuantes.
Se foi difícil entender o explicado acima, será fácil entender a solução: em abril de 2024, todos os vereadores desconfortáveis em seus partidos por conta das federações, vão debandar, em massa, para partidos livres dessas amarras, em que possam exercer sua vontade política, sem ter que cumprir a Legislação Eleitoral que pesa sobre uma ação partidária, e, não, pessoal.
IMBRÓGLIO
Não bastasse toda essa situação, ao se livrar dos problemas causados pelas federações partidárias e deixarem seus partidos em busca de liberdade, os vereadores em exercício do mandato terão outro imbróglio pela frente. Encontrar um partido que os aceite, pois a grande maioria já vem trabalhando os nomes dos seus principais candidatos às Câmaras Municipais, aqueles com chances reais de eleição. Qual desses partidos que já têm uma nominata forte e encorpada irá aceitar um candidato à reeleição? E qual partido com bons candidatos à reeleição irá aceitar pré-candidatos em busca de um primeiro mandato?
Essa é a gangorra a que os postulantes a uma vaga nos Legislativos Municipais terão que enfrentar, sejam pela reeleição, seja por um primeiro mandato. E os que fazem essa busca nas cidades de Palmas, Araguaína, Gurupi, Porto Nacional, Paraíso, Colinas, Guaraí, Tocantinópolis e em outros municípios polo terão “abacaxis” muito mais difíceis de descascar.
CANDIDATOS SEM MANDATO
Para os candidatos a um primeiro mandato ou aqueles que desejam voltar à vida pública, a situação também não será fácil. Todo cuidado será muito pouco na hora de escolher por qual partido irá buscar sua eleição. O principal ponto a ser observado por esses postulantes á se a agremiação tem um bom fundo partidário, pois os gatos gerais da campanha, como santinhos, carros de som, pagamento de pessoal, produção de propagandas na mídia, tudo deve sair ou do fundo partidário ou de doações legais, estritamente dentro do que reza a Legislação Eleitoral, com o agravante de a fiscalização prometer ser implacável.
Aqueles que possuem uma reservinha pessoal não podem nem pensar em utilizá-la, pois correm o risco de ganhar e não levar, por conta da possibilidade de serem condenados por abuso de poder econômico.
Juntando tudo isso ao fato de os prefeitos de Araguaína, paraíso, Gurupi, Porto Nacional e Paraíso serem de oposição ao Palácio Araguaia e, obviamente, o grupo palaciano ter uma candidatura própria contra cada um deles, e, de todos esses prefeitos, a base de apoio nas Câmaras Municipais estar na base de apoio ao governo do Estado, podemos aguardar um verdadeiro êxodo de vereadores dos seus partidos atuais para outros, no mês de abril de 2024.
Vale sentar para assistir de camarote!