Por Edson Rodrigues
O Observatório Político de O Paralelo 13, nesta análise política sobre a sucessão municipal nos cinco maiores colégios eleitorais do Tocantins não discute nomes de pré-candidatos a prefeito e vice- prefeito, mas a movimentação das forças políticas e partidárias, das lideranças, dos detentores de mandatos no Palácio Araguaia, na Assembleia legislativa e na Câmara Federal, que, em sua maioria são presidentes de diretórios partidários ou de comissões provisórias, que possuem patrimônio político para bancar candidaturas, detém boas fatias do fundo partidário, do horário eleitoral obrigatório de Rádio e TV, e podem, se for o caso, bancar candidaturas profissionais nas chapas proporcionais, sem falar na formação de federações partidárias. a participação dessas pessoas terá uma influência muito grande nos cinco maiores colégios eleitorais, principalmente naqueles que possuem emissoras de rádio e TV, além de sediar os principais veículos de comunicação, como Palmas, Araguaína e Gurupi, além de Paraíso e Porto Nacional que têm TVs locais, rádios AM, FM e comunitárias.
Pode não parecer, mas essas características, além do número de votos, é que fazem desses municípios os mais importantes e estratégicos, politicamente, pois influenciam e servem de “espelho” para seus municípios circunvizinhos, tornando ainda mais complexa a engrenagem eleitoral.
INTERESSES CONFLITANTES
Serão muitos os nomes que se apresentarão, primeiro, aos grupos políticos na tentativa de serem escolhidos como candidatos a prefeito nessas cidades, mas a maioria esmagadora dessas pessoas têm interesses conflitantes, sejam pessoais, sejam políticos, o que praticamente elimina a possibilidade da formação de federações partidárias para as disputas locais pelo comando da prefeitura, uma vez que a Legislação Eleitoral obriga que a federação permaneça unida durante os quatro anos do mandato.
Logo, definir nomes nesta análise torna-se uma missão impossível de ser cumprida por qualquer analista político, por isso vamos nos concentrar no posicionamento que será adotado pelo Palácio Araguaia, pelos líderes regionais na Assembleia Legislativa, na Câmara e no Senado Federal, pelos grupos oposicionistas às atuais gestões, pelos presidentes dos partidos e pelas lideranças.
CADA CIDADE, UMA QUESTÃO
Alguns dos prováveis candidatos a prefeitura de Palmas
Vale ressaltar que faz tempo que o Palácio Araguaia não elege um prefeito de forma natural. Na gestão de Mauro Carlesse, Josi Nunes foi a única vitória genuinamente palaciana. Mas, como a largada para as eleições municipais de 2024 só será dada no fim deste ano, quando um embrião já estiver em formação e o nome do candidato praticamente decidido, o Palácio Araguaia irá tratar cada cidade como uma questão em separado, uma vez que as oposições que enfrentará não serão aquelas contra o próprio grupo palaciano, mas contra um cidadão local que, por motivos políticos, foi escolhido para ser o candidato a prefeito apoiado pelo grupo palaciano.
As questões conflitantes não dirão respeito, propriamente, ao Palácio Araguaia, mas ao escolhido pelo Palácio, que não poderá, simplesmente, “tratorar” - o que já não é do feitio do humilde e correto governador Wanderlei Barbosa - os opositores locais, pois eles podem fazer parte do seu grande grupo estadual de apoio, mas estar, somente naquela cidade, na oposição às vontades palacianas.
Por mais que Wanderlei Barbosa seja um homem de diálogo, agregador e sabedor dos seus limites, sempre em busca de paz e harmonia, a sucessão municipal nos cinco principais colégios eleitorais do Tocantins vai envolver, de forma direta, interesses de quem já está em pleno desenvolvimento e aproveitamento das benesses do poder, no gozo do mandato, e os interesses de quem quer assumir esse lugar privilegiado. Por esse motivo, discutir nomes de possíveis pré-candidatos, agora, é quase que proibido, pois, de agora em diante, será uma espécie de teste de fidelidade, para ver quem será fiel e leal aos interesses palacianos e quem vai se dobrar por pequenos mimos ou promessas de apoio futuro.
O PERIGO QUE VEM DE CIMA
Enquanto isso, todos os envolvidos ainda terão que enfrentar as decisões das cúpulas nacionais de seus partidos em relação às federações partidárias, ou seja, de nada adiantarão uma aproximação, acordos ou tratos se, lá na frente, na “hora H” uma federação partidária empurrada de cima para baixo, “goela abaixo” impedir que o “casamento” seja realizado.
Até lá, cabe a cada um fazer a parte que lhe cabe na construção da sua candidatura ou da candidatura do seu escolhido para ser prefeito, pois até em caso das federações, será o escolhido aquele que estiver com seu nome mais forte na mente da população.
Até agora, todos têm o mesmo tamanho, as mesmas chances e as mesmas possibilidades. E, no fim, independente do tamanho ou força da federação partidária, ou do partido ou do grupo político, será o povo quem decidirá quem sairá vencedor nessa batalha.
OS BOROGODÓS FUTUROS
A grande verdade é que há vários nós a serem desatados nesses 18 meses que antecedem o período pré-convenções partidárias nos cinco principais municípios, principalmente em Palmas, onde há a possibilidade de haver dois a quatro parlamentares – da Assembleia Legislativa ou da Câmara Federal – além do presidente da Câmara de Vereadores, Folha Filho, que é da base de apoio à Cinthia Ribeiro, concorrendo à prefeitura, o mesmo podendo acontecer em Araguaína, Porto Nacional, Gurupi e Paraíso, e todos da base de apoio ao governo Wanderlei Barbosa, sem contar as candidaturas de “oposição”, lembrando que a maioria dos atuais prefeitos são candidatos à reeleição - só não são os que não podem mais – e, até agora, não são da base política palaciana, como Araguaína, Porto Nacional, paraíso e Gurupi. em Palmas, a prefeita Cinthia Ribeiro apoiou a candidatura de Wanderlei à reeleição, mas não poderá ser candidata, tendo que emplacar um sucessor que conquiste o apoio de todos no grupo do palácio Araguaia.
Ou seja, por enquanto é tudo um grande borogodó, sem a possibilidade de previsões certeiras, pois a plêiade de nomes em questão transforma tudo em um grande quebra-cabeças para os analistas políticos.
Serão, sim, tempos de muitas trovoadas, ventanias e tempestades entre os postulantes à essas cinco principais prefeituras do Tocantins, onde um só irá se salvar em cada uma delas.
Ou seja, tudo pode ou não acontecer.
Quem viver verá!