Começamos este Panorama repetindo que não podemos ter como base em uma campanha sucessória apenas a aprovação popular ao governo municipal. Este é apenas um dos diversos itens que devem ser levados em conta na hora de se tomar decisões pelos candidatos à reeleição ou aos apoiados pela atual gestão.
Por Edson Rodrigues
O Paralelo 13 fez uma primeira avaliação nos quatro maiores colégios eleitorais do Tocantins, levando em conta que muitos lances e muitas cartadas ainda estão por vir, antes mesmo das Convenções Partidárias. Muitas serão positivas, outras extremamente negativas, e resolvemos dividi-las com os (e)leitores, para que possam se preparar para a mais difícil escolha de candidatos dos últimos anos no Tocantins.
PALMAS
O processo sucessório municipal na Capital começa a ganhar novos contornos. A prefeita, Cinthia Ribeiro vem realizando uma administração politicamente equilibrada, tanto em termos de obras quanto no enfrentamento à pandemia de Covid-19 e tem, obviamente, uma boa avaliação popular, conseguindo boas adesões.
Mas, o estilo pessoal da prefeita vem maculando seu relacionamento – ou a possibilidade deles – com os principais líderes partidários, presidentes de partidos e detentores de mandato no Congresso Nacional, que acaba criando um distanciamento natural, por falta de empatia.
Em conversas reservadas com vários desses líderes políticos, comunitários, estudantis e religiosos, além de alguns congressistas, quase que de forma unânime, ouvimos relatos de descontentamento com a postura pessoal da prefeita, que podem, em algum momento, chegar ao ponto de provocar um “desembarque” da candidatura dela à reeleição. E a reclamação é uma só: falta de diálogo e de valorização, que gera um sentimento de desprestígio.
A grande maioria dessas pessoas com quem O Paralelo 13 vem conversando ao longo desta semana já admite estar em conversação com outras legendas e outros grupos partidários, no sentido de formar um pacto de “fechamento político” com a candidatura do deputado federal Osires Damaso á prefeitura de Palmas, ou com outro nome indicado e apoiado por todos. Mas, a primeira opção, garantem, será mesmo Damaso. Uma grande reunião está agendada para esta quinta-feira (4), que pode selar o fim da tranquilidade com que Cinthia Ribeiro vem tocando sua campanha à reeleição.
Todos, porém, deixaram bem claro que as portas continuam abertas para Cinthia Ribeiro, porém, a paciência e a vontade de aguardar por um gesto de “boa vizinhança” por parte dela, estão perto do fim.
ARAGUAINA
O prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas vem enfrentando fortes turbulências coma forma com que está encarando o enfrentamento à pandemia de Covid-19 em seu município.
Dimas não foi feliz em termos de estratégias e se viu obrigado a desfazer ações, criando um indesejável “efeito sanfona”, que causa uma sensação de insegurança na população.
Primeiro fechou tudo, tomou medidas duras mas, depois, com as pressões dos comerciantes, empresários e pelo fato da cidade estar á beira da BR-153, se viu obrigado a afrouxar as próprias medidas, infelizmente, na hora errada, e viu os índices de contaminação darem um salto exponencial, que o levaram a pedir ajuda ao governo do Estado, a quem tanto critica , pelo fato de ser, abertamente, candidato a governador em 2022.
Com a ajuda de seu filho, deputado federal Tiago Dimas e do senador Eduardo Gomes, tem conseguido melhorias para o enfrentamento à pandemia, com a compra de testes, respiradores artificiais, aberturas de leitos de UTI e de enfermarias e a contratação de mais profissionais de saúde.
Mesmo assim, o desgaste, desnecessário, já ocorreu, contribuindo para que mesmo com uma das melhores administrações do Estado, a sucessão municipal em seus domínios seja uma das mais disputadas, uma vez que o eleitorado araguainense vai direcionar seu voto para o candidato que se mostrar mais preparado na tomada de decisões, tiver o melhor programa de governo e capacidade administrativa, independente se é o escolhido para ser o sucessor de Dimas ou não.
E os adversários de Dimas já trabalham, nos bastidores, nomes identificados com a população e com as qualidades necessárias para merecer o voto.
GURUPI
Enquanto isso, a “Capital da Amizade”, administrada pelo competente prefeito Laurez Moreira, considerado o melhor prefeito da história da cidade em termos de obras e de gestão, e que apresenta um dos melhores índices de avaliação popular, beirando os 87% de aprovação, com Excelência em Saúde, Educação e Infraestrutura, com as contas em dia e todas as certidões, junto ao governo federal, positivas,também não garante à Laurez uma transição tranquila, com a eleição do escolhido para ser seu sucessor.
Da mesma forma que ocorre em Araguaína, o eleitorado está atento ao nomes da oposição, aos seus programas de governo e propostas, para definir seus votos, independente do sucesso da gestão de Laurez Moreira.
A administração de Laurez também vem enfrentando com propriedade a pandemia de Covid-19, mantendo índices aceitáveis de contaminação e dentro das previsões das autoridades da Saúde.
Dentre os nomes que se apresentam em Gurupi, dada a popularidade de Laurez, ainda é muito cedo para qualquer prognóstico, principalmente porque o governador Mauro Carlesse tem sua base eleitoral na cidade, mas ainda não se manifestou em relação à sucessão municipal, abrindo espaço para uma reviravolta, uma vez que será o grande “cabo eleitoral” dessa sucessão municipal não só em Gurupi, como em muitos outros municípios.
O grupo político de Mauro Carlesse é oposição ao governo de Laurez e, certamente, apoiará um candidato na cidade.
O nome de Farley Meyer, policial federal aposentado, com vasto conhecimento em administração, é tido como um bom candidato de Direita e vem elaborando a minuta do seu plano de governo.
Baseado em sua postura de homem sério, de personalidade, que não aceita apoio ou alinhamento com partidos de Esquerda ou políticos que já tiveram seus nomes manchados por envolvimento ou suspeitas de corrupção, Farley é visto como uma boa novidade no cenário político da cidade, e que pode aglutinar à sua volta, bons nomes para fortalecer sua candidatura.
Apesar dos pesares, Gurupi ainda não tem favoritismo nos pré-candidatos á prefeitura e deve permanecer assim até agosto, quando as Convenções Partidárias tiverem definido os nomes que concorrerão.
Serão os debates, as diferenças entre planos de governo e a força política de cada um que vão conquistar ou não os eleitores.
Só o tempo dirá.
PORTO NACIONAL
Já na “Capital da Cultura” do Estado, destacam-se, no momento, três candidatos: o ex-prefeito Otoniel Andrade, o atual prefeito, Joaquim Maia e o vice-prefeito, Ronivon Maciel.
Apesar de toda a comoção em relação à pandemia, a sucessão municipal na cidade está bem adiantada, mas ainda com vários ingredientes a serem acrescentados na receita. A avaliação da atual administração não anda muito boa, por conta das operações da Polícia Civil nas dependências de duas secretarias municipais e dos processos decorrentes delas. Some-se a isso as propostas e planos de governo dos demais candidatos, seus grupos de candidatos a vereador e o fato da cidade ter cinco deputados estaduais (um deles, presidente da Assembleia Legislativa) e um deputado federal, que inclusive mudou seu domicílio eleitoral para poder ser candidato a prefeito (Vicentinho Jr.), pode-se garantir que de calma e tranquila a sucessão municipal em Porto Nacional não terá nada.
Além disso, nenhuma força política externa conseguiu influenciar nas eleições municipais de Porto Nacional nos últimos 30 anos. Elas podem até ter ajudado, mas jamais foram decisivas.
Assim como em Gurupi, apenas uma avaliação mais profunda, após a Convenções e com as propostas e programas de governos colocados à mesa, ´pe que se poderá fazer um prognóstico mais assertivo.
O FATOR GOVERNO ESTADUAL
O Governador Mauro Carlesse vem se comportando como um excelente gestor, cumprindo com os compromisso que o cargo lhe impõe e sempre buscando condições de melhoria para a vida do povo tocantinense.
Apesar de ter recebido o Estado em condições econômicas terríveis, por conta da cassação do ex-governador Marcelo Miranda, apoiado pelas suas três vitória consecutivas em um mesmo ano para o cargo de governador, Carlesse conseguiu reverter a maior parte dos problemas econômicos, quitando dívidas e reenquadrando o Tocantins à Lei de Responsabilidade Fiscal.
Os salários dos servidores estão em dia e os resultados positivos do enfrentamento à pandemia tem demonstrado um comprometimento muito grande do governo com a população – contando com a ajuda do “anjo da guarda” conhecido como senador Eduardo Gomes – com a distribuição de cestas básicas e de kits de higiene pessoal ás famílias menos favorecidas e aos estudantes da rede de estadual de ensino e outros segmentos em vulnerabilidade social.
Dentro de todo esse contexto favorável, o governo estadual ainda não deu um pitaco sequer nas questões que envolvem a sucessão municipal, concentrando suas ações exclusivamente no enfrentamento á pandemia, na recuperação de estradas e em medidas econômicas que impeçam uma estagnação.
Pelas pistas que vem dando, o governo do Estado, inteligente e corretamente, só deve, mesmo, começar a usar sua influência na sucessão municipal após as Convenções Partidárias.
CONCLUSÃO
Este é o retrato do momento político por que passam os quatro maiores colégios eleitorais do Estado. Da forma com que as coisas caminham, amanhã, mesmo, a paisagem pode ser outra. Até as Convenções Partidárias, haverá muitas articulações políticas, perdas e ganhos de todas as partes envolvidas e operações policiais podem anular este ou aquele candidato, principalmente após a liberação da dinheirama, por parte do governo federal, no auxílio a estados e municípios, o que colocará a Polícia Federal e o Ministério Público Federal de olhos mais que abertos quanto á utilização desses recursos.
Até lá, estaremos, nós, imprensa, atentos a todos os movimentos e prontos a divulgar qualquer fato que possa ajudar o eleitor nessa difícil missão de decidir o seu futuro.
Contem conosco!