O imbróglio entre Márlon Reis e a Justiça Eleitoral pode provocar um processo sucessório cheio de impedimentos e sem uma data marcada para o fim
Por Edson Rodrigues
A depender da decisão do Pleno do TRE sobre a ação impetrada contra a homologação da chapa encabeçada por Márlon Reis, sua candidatura, de promissora passa a ser apenas mais uma tentativa que naufraga por inexperiência ou falha da equipe jurídica, o que, diga-se de passagem, para um candidato a governado que foi um grande Jurista, é uma falha, no mínimo, incoerente.
Caso o Pleno decida seguir a o parecer do Ministério Público Eleitoral, a chapa encabeçada por Márlon Reis passa a ser nula, pois não há candidato a governador sem um candidato a vice. Isso significaria a implosão da candidatura do ex-jurista e a perda de musculatura de seus candidatos da chapa proporcional de todos os partidos que compõem a sua coligação.
Mais, ainda, a sida do páreo de Márlon Reis transformaria a eleição para o governo quase que em uma decisão plebiscitária, um “sim” ou um “não” ao governo de Mauro Carlesse, que disputaria tendo como rival apenas o ex-prefeito de Palmas, Carlos Amastha.
Caso se confirme a saída dos partidos questionados pela recomendação do MP Eleitoral – PTB e PC do B – as candidaturas proporcionais de deputado federal e estadual seriam, literalmente, implodidas, ficando “sem pai nem mãe” em meio à alcatéia de lobos que concorrem entre si.
Só se salvariam as candidaturas ao Senado, de Irajá Abreu e Paulo Mourão, que têm vida própria e não dependem, muito, do desempenho de Márlon Reis. Irajá, inclusive, aparece como um dos três melhores colocados nas pesquisas, empatados, tecnicamente, com Vicentinho Alves e Eduardo Gomes.
Por falar em Eduardo Gomes, o ex-deputado federal e candidato ao Senado, colocou seu “bloco na rua”, becos e praças, na última terça-feira, com o objetivo de ocupar a primeira colocação nas pesquisas de intenção de voto até o próximo dia 22 de setembro.
Mauro Carlesse e Eduardo Gomes e em Augustinópolis
Gomes passou este fim de semana no Bico do Papagaio, acompanhando o candidato á reeleição, Mauro Carlesse, em alguns municípios.
MAIS PIMENTA
Além da implosão da chapa de Márlon Reis, o processo sucessório deste ano poderá ter mais ingredientes apimentados para sacudir o caldeirão eleitoral.
As operações da Polícia Federal que abrangeram o Palácio Araguaia, a Rede Sat e outras repartições públicas do Estado, com buscas e apreensões e quebra do sigilo bancário das contas do governo na Caixa Econômica Federal e no Banco do Brasil, trarão, certamente, muitas conseqüências e influências, positivas ou negativas para a chapa do governador Mauro Carlesse.
Aliás, Carlesse vem conseguindo manter um governo estadual com equilíbrio e sensatez, tanto na área administrativa quanto financeira, mantendo o foco no funcionalismo público estadual, e uma convivência que evoca a harmonia com os demais Poderes.
Com as prestações de conta de sua campanha nas eleições suplementares aprovadas pelo TRE, Mauro Carlesse e suas equipes Jurídica, Administrativa e de Marketing estão tranqüilos, e seguem em campanha sem pensar no passado.
NO TAPETÃO, NÃO!
O mais importante de todo esse processo eleitoral que se desenrola, é que, no fim, o Estado do Tocantins não continue sangrando. Que o resultado das urnas sejam respeitados como soberanos que são.
O Tocantins já sofreu – e sofre – muito com essas picuinhas que transformam qualquer imbróglio em novela. Não adianta nada eleger a pessoa certa de hoje e continuar com as práticas nocivas da antiguidade.
CONCLUSÃO
O que podemos tirar de todas essas possibilidades é que o Tocantins terá um pleito que não acabará com o somatório dos votos das urnas, ficando sob a dependência do questionamento e das conclusões judiciais em território tocantinense ou nas instâncias superiores, em Brasília.
Vale ressaltar que, neste período embrionário da sucessão estadual, tivemos alguns casos de pareceres do Ministério Público Eleitoral que foram desconsiderados pelo Pleno do TRE, como foram os casos de César Halum, Dorinha Seabra e Ataídes Oliveira.
É por esse motivo que preferimos nos resguardar e não incorrermos no erro do pré-julgamento e da precipitação na emissão de opinião sobre os fatos.
A Justiça é “a” Justiça e vamos aguardar a manifestação do Pleno do TRE para podermos formular uma opinião sobre os fatos.
O contrário disso é “chute” ou tentar influenciar a opinião do eleitor!
Até o próximo capítulo!