Deputada federal afirma que sente culpa por invasão golpista em Brasília
Por Gabriel Barbosa
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que durante o governo Bolsonaro foi uma das mais fiéis ao Jair, já começou a dar sinais de abandono ao ex-presidente e disse que a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já é algo superado entre os parlamentares da extrema-direita.
“Já está superada a questão das urnas por nós parlamentares. Se ainda tem algo a ser feito, talvez seja voltar a falar sobre voto impresso”, disse ela em entrevista a Folha.
Antes ferrenha defensora do impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), agora Zambelli volta atrás e diz que “agora a gente tem que virar a chave”. “Qualquer impeachment no STF, o substituto vai ser indicado por Lula. Pode entrar uma pessoa que faça as maldades do Alexandre de Moraes parecerem uma criança chupando picolé”, declarou a parlamentar.
“Várias vezes fui dormir pensando que ia ter que acordar às 6h com a Polícia Federal na minha porta”, prossegue. Já sobre o fatídico episódio em que saiu correndo atrás de um eleitor de Lula com uma pistola, pelas ruas de São Paulo, Zambelli disse o seguinte: “Fiz um mea-culpa em relação a ter sacado a arma. Errei politicamente, deveria ter evitado aquele início de briga”.
Por fim, ela deixou críticas ao ex-ocupante do Planalto, principalmente sobre sua ausência do Brasil. “Na live que Bolsonaro fez em 30 de dezembro, ele tinha que ter deixado claro o que pensava. Ele seria um remédio se tivesse dito que era para as pessoas saírem dos quartéis. Agora não é hora de bater no STF, não é hora de fazer manifestação”, pontuou.
“Passar um tempo fora para pensar no que vai fazer é legítimo. Mas concordo que ele deveria estar aqui para liderar a oposição. A gente teria mais condições, capacidade e força”, finaliza.