A RESPONSABILIDADE E O PERIGO DE SE MANTER ACORDOS FRÁGEIS EM DETRIMENTO DO BEM-ESTAR DA POPULAÇÃO

Posted On Domingo, 29 Mai 2016 22:45
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Ou como o governador Marcelo Miranda corre riscos ao manter o PT no comando da Educação do seu governo e a Saúde em situação caótica.  Nós estamos vendo.  O povo também.....

 

Por Edson Rodrigues

 

I - O Paralelo 13 é um dos mais antigos veículos de comunicação impressos no Tocantins, há mais de 28 anos, em circulação, sempre funcionando no mesmo endereço, com os mesmos dirigentes e com a mesma linha editorial, respeitando as autoridades, os dirigentes classistas, as lideranças comunitária, mas, principalmente, o cidadão.

De forma sempre respeitosa, O Paralelo 13 procura levantar junto aos cidadãos suas principais demandas, para manter nossos representantes nos executivos municipais e estadual a par das necessidades e prioridades elencadas pela população, mesmo quando esses esclarecimentos aparecem em forma de críticas ou palavras duras.

É desta forma que procuramos contribuir para o bem comum, baseados na liberdade de expressão e de informação, desde nossa primeira edição, um ano e meio antes da criação do Tocantins.

Graças ao nosso bom Deus, aos nossos leitores e colaboradores, temos conseguido superar todos os obstáculos que se interpuseram em nosso caminho e, apesar das pressões e incompreensões, a cada dia nos fortalecemos, agregando as novas práticas do jornalismo á nossa forma de contato com o público leitor.

Sabemos que essa nossa resiliência e “teimosia” em buscar sempre a verdade por trás de cada informação acabam por nos distanciar de membros dos Executivos e Legislativos estadual e municipais, que escolheram andar na contramão da legalidade, praticando atos suspeitos e duvidosos, usando os cargos que ocupam em benefício próprio ou de grupos determinados, que nada têm a ver com o bem da população.

Ao contrário do que querem essas pessoas, isso nos vitamina, nos fortalece e nos sinaliza que estamos no caminho certo, no caminho do bom jornalismo e da prestação de serviço.

Sofremos várias e várias retaliações que, às vezes, nos fizeram diminuir nossa velocidade e nos detiveram por tempo razoável, mas sempre conseguimos chegar ao fim, cumprindo nosso dever de informar e de tratar sempre com a verdade, seja com nossa versão impressa, seja em nosso site – WWW.oparalelo13.com.br – e, de uma forma ou de outra, estamos sobrevivendo.

 

COMPROMISSO

Sempre bem documentados e fundamentados, seja online seja em nossa edição impressa, em coluna por nós assinada, abriremos, agora, um novo espaço para tratar exclusivamente da sucessão municipal, dando enfoque especial aos candidatos a vereador, vice-prefeito e prefeito “fichas-sujas”, bem como fazendo uma avaliação das administrações dos candidatos à reeleição que respondem a processos no TCE, TRE, TJ, TCU, CGE e CGU e nas Câmaras Municipais, trazendo o andamento das denúncias, bem como um dossiê com farta documentação sobre cada caso.

Faremos isso como forma de informar aos nossos leitores quem é quem nas eleições municipais deste ano, pois entendemos que, para mudar, o Brasil tem que começar a “faxina” pela raiz.  Desde os vereadores, vice-prefeitos e prefeitos.

Faremos a nossa parte. Caberá ao eleitor fazer a sua!

 

II – DESCASO COM A VIDA DOS TOCANTINENSES

O governo Marcelo Miranda não tem mais por onde encontrar desculpas para dar á população sobre a situação da área da Saúde Pública.  Não “cola” mais falar em “herança maldita” ou em “administrações anteriores”.

Fazemos essa afirmação baseados em dados fornecidos por membros do primeiro escalão do governo estadual que apontam que após um ano e cinco meses de administração, já seria possível para o governo dar uma nova cara a esse setor que, sabemos, tem sempre uma demanda crescente.

Para esses membros do governo, bastava ter dado prioridade ao setor, já que o governo foi auxiliado pelo Poder Legislativo, com a aprovação do pacote de aumento de impostos, que já resultou num acréscimo significativo na arrecadação estadual.

As medidas do governo, no entanto, não surtiram o efeito esperado, muito menos o necessário.  A importação de um secretário e sua imposição, goela abaixo, sob a pecha de “salvador da pátria”, nada trouxe benefícios imediatos.

Nem no HGP nem nos Hospitais regionais de Araguaína, Gurupi, Paraíso, Porto Nacional, Dianópolis ou Arraias.

O quadro continua de descaso total com a vida humana, com pacientes agonizando, aguardando meses por cirurgias, sem nem previsão para a realização das intervenções, falta de alimentação para pacientes e acompanhantes, passando frio e aumentando a desesperança de, um dia, serem tratados com a dignidade de quem paga impostos para ter acesso a uma saúde que, pelo menos, respeite sua condição de ser humano.

As alegações para tal situação são várias e vêm facilmente à boca de quem deveria estar agindo e não age, e vão de falta de material básico e cirúrgico á falta de médicos especialistas, passando, como sempre, pela falta de leitos de UTI.

Até quando isso vai servir de desculpa?  Há quantos anos ouvimos as mesmas alegações?

Conversamos com uma pessoa que tem um parente hospitalizado há 87 dias no HGP à espera de uma cirurgia.  Ela nos contou que esse parente já foi preparado para a cirurgia por três vezes, mas, nas três vezes, a cirurgia foi suspensa por “problemas técnicos”.

Assim como essa pessoa, há outras centenas de pacientes passando pelos mesmos – não diríamos nem problemas, mas constrangimentos – temores, dores e dissabores.

Sabemos que, sob a mesma situação, centenas de pessoas já vieram a óbito não só no HGP, mas em todas as unidades de Saúde Pública do Estado e outras centenas estão na fila.  Não se sabe se por atendimento ou para entrar nas estatísticas da falta de atendimento.

Aqui cabe a indagação: talvez, se o sistema de Saúde Pública estadual fosse uma prioridade, quantas vidas teriam sido salvas e quantas ainda se poderiam salvar no Tocantins?

Trazemos o exemplo vivo – quase morto – da nossa Porto Nacional, onde tudo o que falamos nas linhas anteriores acontece dia após dia, nas barbas dos nossos “representantes”, dos eleitos pelo povo e para o povo.

Vemos responsáveis e profissionais da área da Saúde realizando verdadeiros milagres com o parco material que têm em mãos para trabalhar.  Seja de onde tenham vindo, pois sabemos que muitos vêm das cidades circunvizinhas onde a Saúde pública simplesmente inexiste, quem chega em  busca de saúde a Porto Nacional encontra profissionais sobrecarregados, falta de material básico para curativos, de material para cirurgias, de leitos, de alimentação, enfim, falta de condição total nas unidades de Saúde.

Com todo respeito ao trabalho do Ministério Público, achamos que já passou da hora da Justiça reconhecer – e fazer – a sua parte nesse caos.

 

ILUSTRAÇÃO

Chegam ao pronto-socorro de um hospital público três pessoas que acabaram de sofrer um acidente.  Elas recebem os primeiros atendimentos e, imediatamente, é acionada a emergência.

Ligam para o diretor da unidade, mas seu telefone está desligado.

Em seguida, o médico plantonista detecta que o estado de duas das vítimas é grave, com grande hemorragia, caso de cirurgia urgente.

Ligam para o secretário de Saúde que, irritadíssimo, afirma que “aquilo não é com ele”, que “quem resolve isso é o diretor”, e desliga o telefone na cara da pessoa que buscava uma solução.

O chefe de enfermagem, então, insiste em ligar para o diretor que, também muito irritado, indaga “o que querem com ele àquela hora”.

Avisado sobre a situação, da gravidade e da necessidade de cirurgia com médico especialista, a resposta é que “estou aqui, no aniversário de uma amiga.  Quando acabar aqui, vou até aí”.

Na manhã seguinte ao chegar á unidade de saúde, o diretor fica sabendo que as duas pessoas que precisavam de cirurgia haviam falecido.  Uma era sua mãe, a outra, sua cunhada.  O sobrevivente, que presenciou toda a tentativa dos profissionais em conseguir ajuda, seu sobrinho.

Ou seja, as autoridades políticas, judiciárias, legislativas, dirigentes e outros “você sabe com quem está falando?”, acaba também fazendo parte das estatísticas nefastas da Saúde Pública no Tocantins.

 

III – EDUCAÇÃO, QUESTÃO DE GOVERNO, QUESTÃO DE GESTÃO

Infelizmente não podemos afirmar nada diferente. O flagelo em que se encontra a Educação do Tocantins é de inteira responsabilidade do governador, Marcelo Miranda.  Afinal, o secretário estadual da Educação é seu auxiliar direto e seus atos são de responsabilidade de quem o escolheu.

Tanto o secretário quanto sua equipe direta mantém um irritante ar de despreocupação com a situação de milhares de alunos de tempo integral que enfrentam o calor de 40 graus sem nenhum tipo de ventilação mecânica, sem alimentação adequada, enfim, sem a mínima condição de apreender informações, de aprender, pois a fome e o desconforto desviam a atenção do cérebro para a sobrevivência e, posso garantir, nenhuma fórmula matemática ou nenhuma regra do português é mais difícil de ser entendida que um estômago queimando de fome e o corpo ardendo de calor.

Fica a pergunta ao senhor governador Marcelo Miranda, aos senhores senadores, aos senhores deputados, aos senhores membros do Ministério Público, do Tribunal de Contas do Estado, se eles conseguiriam tomar decisões, analisar leis ou contabilidade fiscal sob o calor e assolados pela fome como estão nossos alunos?

Outra pergunta:  para onde está indo o dinheiro que cai na conta, sagradamente, todo mês, vindo do ministério da Educação, direcionado única e exclusivamente às nossas escolas?

A única alternativa certa nesses questionamentos é que falta ao secretário da Educação um compromisso com suas atribuições.  Falta-lhe capacidade de gestão, lhe falta competência e lhe falta um mínimo de humanidade e compaixão.

Sem merenda dá para aprender?

Ao governador Marcelo Miranda falta coragem de mandar esse senhor de volta para seus afazeres anteriores ao de gestor da educação estadual do Tocantins.  Falta coragem ao governador de impor a esse acordo de governo de coalizão com o PT, que os indicados por esse partido tenham um mínimo de competência e capacidade de comandar as pastas que lhes foram oferecidas. 

Pelo menos isso.

Todo mundo já notou que todos os segmentos classistas que manobram contra o Palácio Araguaia são ligados ao Partido dos Trabalhadores, logo, que essa “coalizão” é uma farsa, um fardo para o governo do Estado.

O governador Marcelo de Carvalho Miranda não pode ficar refém de um partido, de um acordo, de uma parceria que soa falsa aos olhos do mais leigo dos leigos.

O governador do Estado do Tocantins não pode correr o risco de enfrentar a mesma situação da presidente afastada Dilma Rousseff, que entre ficar ao lado de aliados “podres” e ficar ao lado do povo, escolheu o lado do acordo puído, da traição e da sabotagem e acabou apeada do poder em dois tempos.

Marcelo Miranda tem que ouvir os anseios e o clamor do povo e tomar a atitude de exonerar esse secretário da Educação, mesmo que o PT rompa com seu governo na Assembleia.

Que o PT indique alguém mais capaz, pelo menos, mas que não se omitam quanto á situação assustadora que nossos alunos enfrentam na rede pública estadual de ensino.

Ao manter o atual secretário da Educação “ad eternum”, Marcelo Miranda assume o risco de assumir, junto com ele, os resultados terríveis da incapacidade desse senhor.

Não falamos muito sobre merenda nem mesmo sobre o transporte escolar na zona rural porque preferimos ir ao cerne da questão.

Se o governador Marcelo Miranda não sabia dessa situação na nossa educação, está sabendo a partir deste editorial.  Não há mais desculpas.

Agora é com o senhor, governador Marcelo Miranda...e com o povo tocantinense.....

 

IV - APENAS PARA CONCLUIR

A construção da linha editorial de O Paralelo 13 foi erguida sobre rocha, sob os princípios morais e éticos do seu diretor-presidente, Edson Rodrigues e do seu diretor-geral Edvaldo Rodrigues, afastado temporariamente de suas funções. Este veículo de comunicação não tem telhado de vidro, muito menos pé de barro e sempre soube se manter afastado das ofertas de vantagens financeiras oportunistas e mal intencionadas, prezando pelo respeito ao seu leitor e á prestação de serviços de utilidade pública.

Assim, usamos este artigo para nos pronunciar sobre a Saúde e a educação do nosso Estado, que vão de mal a pior, usando palavras duras e tecendo críticas construtivas, nos valendo da liberdade de expressão e do direito ao acesso á informação de cada cidadão.

É por esse motivo que nos sentimos tranqüilos em agir como sempre agimos, e assinar editoriais como este, pelo bem do povo do Tocantins.