Por Edson Rodrigues
O Tocantins vive uma das mais delicadas situações financeiras dos últimos anos. Com queda na arrecadação e comprometimento da folha de pagamento, o governo estadual busca fôlego para equilibrar as finanças. Em meio a esse cenário, a Assembleia Legislativa aprovou um novo empréstimo destinado a aliviar as pressões sobre o Tesouro Estadual e garantir o funcionamento da máquina pública.
O presidente da Casa, deputado Amélio Cayres, e os demais parlamentares que votaram a favor do projeto têm sido alvos de críticas e interpretações equivocadas por parte de setores políticos e da opinião pública. Na prática, o empréstimo representa uma tentativa de evitar o colapso financeiro do Estado e não um gesto político isolado.
ESTADO EM SINUCA DE BICO FINANCEIRA

O governador em exercício, Laurez Moreira, e sua equipe técnica têm se empenhado em “ajustar o avião em pleno voo”. A herança deixada por gestões anteriores inclui uma série de contratos e financiamentos firmados com instituições nacionais e internacionais, com aval da União.
Com a frustração das receitas, o repasse automático das parcelas dessas dívidas, descontadas do Fundo de Participação dos Estados (FPE), vem comprometendo a capacidade de o Tocantins pagar servidores, fornecedores e manter serviços essenciais.
O novo empréstimo surge, portanto, como uma manobra emergencial para recompor o equilíbrio fiscal, quitar parte dos débitos com a União e garantir a manutenção da máquina pública.
DE CARLESSE A LAUREZ: A MONTANHA-RUSSA FINANCEIRA

Na gestão de Mauro Carlesse, o Tocantins alcançou estabilidade fiscal e reservas positivas, ficando enquadrado na Lei de Responsabilidade Fiscal. Carlesse deixou o governo com o Estado classificado com “letra B” no Tesouro Nacional e recursos em caixa.
Afastado por decisão do STJ, o ex-governador nunca teve condenação definitiva e mantém seus direitos políticos intactos podendo disputar qualquer cargo nas eleições de 2026.

Agora, o Estado enfrenta um cenário oposto, e Laurez Moreira tenta recompor o equilíbrio herdando uma estrutura inflada, com mais de 30 mil cargos comissionados e contratados, muitos deles de baixa produtividade, conforme informações de bastidores.
Se o empréstimo não for viabilizado, o Tocantins pode entrar em colapso. A crise é global, mas no caso tocantinense, a fragilidade política agrava o quadro.
POLITICA EM COMPASSO DE ESPERA

Enquanto o STF não decide sobre o habeas corpus do governador afastado Wanderlei Barbosa, o Estado segue sem estabilidade política. O julgamento, que deve ocorrer nos próximos dias, estará sob a responsabilidade da Segunda Turma do Supremo, agora com o ministro Luiz Fux como novo integrante. Caso o placar empate, o presidente da Turma terá o voto de minerva.

Ex-senadora Kátia Abreu e o Governador laurez Moreira
Nos bastidores de Brasília, ambos os grupos, Laurez e Wanderlei, se movimentam. Laurez conta com o apoio da ex-senadora Kátia Abreu, do senador Irajá Silvestre, do deputado federal Tiago Dimas e do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab.

Governador afastado Wanderlei Barbosa e o senador Eduardo Gomes
Já Wanderlei tem ao seu lado o senador Eduardo Gomes, vice-presidente do Senado e articulador de recursos federais, além do presidente nacional do Republicanos, Paulinho da Força, e do senador Davi Alcolumbre.
A disputa é intensa, mas o Tocantins precisa, acima de tudo, de estabilidade política e jurídica. O Estado não suporta mais governadores afastados, cassados ou presos.
LAUREZ EM BRASÍLIA

Governador Laurez Moreira com o Ministro da Saúde Eliseu Padilha
De cabeça erguida, o governador em exercício cumpre agenda na capital federal, buscando apoio para viabilizar o empréstimo de mais de R$ 1 bilhão. A meta é regularizar as contas, encerrar o ano com servidores e fornecedores pagos, e preparar terreno para investimentos em 2026.
Acompanhado de Kátia Abreu, Irajá e Tiago Dimas, Laurez tem visitado ministérios e autoridades da cúpula do governo federal. Ele aposta na boa vontade política e na justiça para colocar o Tocantins de volta aos trilhos.
CARLESSE PREPARA RETORNO À CENA POLÍTICA

Nos bastidores, Mauro Carlesse articula sua volta à política estadual. Deve apresentar, nas próximas semanas, um plano de gestão com foco na retomada econômica, relembrando seu período de estabilidade fiscal e as obras iniciadas em sua administração, como os hospitais regionais de Gurupi e Araguaína, ainda inacabados.
Carlesse pretende percorrer os municípios, dialogando diretamente com a população e reconstruindo sua imagem de gestor eficiente.
MDB SE MOVIMENTA: ALEXANDRE GUIMARÃES NO TABULEIRO

O presidente estadual do MDB, deputado federal Alexandre Guimarães, tem seu nome cada vez mais ventilado como possível candidato ao governo em 2026.
A “velha guarda” do partido e lideranças do interior demonstram simpatia pela ideia. Empresário e figura respeitada, Alexandre é visto como um nome capaz de oxigenar o debate político. Antes, porém, deve dialogar com a imprensa e consolidar seu projeto dentro do partido.
DORINHA EM MISSÃO N A CHINA

Enquanto o cenário interno ferve, a senadora Professora Dorinha Seabra cumpre missão oficial na China, representando o Congresso Nacional em agendas voltadas à cooperação educacional e tecnológica. A viagem reforça a imagem da senadora como liderança nacional comprometida com o fortalecimento da educação e da inovação brasileira.
E O FUTURO?

Com o julgamento de Wanderlei Barbosa às portas e o Estado à beira de um colapso financeiro, o Tocantins precisa reencontrar o equilíbrio.
Seja com Laurez, Wanderlei ou outro nome, o que está em jogo não é apenas o poder é a capacidade de garantir estabilidade, crescimento e dignidade para o povo tocantinense.
Como dizia minha mãe, dona Ana Coelho: “Está nas mãos de Deus.”
Saudações,
Edson Rodrigues
(De Goiânia, onde realizo exames de rotina após cirurgia, retornando às atividades no dia 30 de outubro.)