Justiça atende Ministério PÚblico em pedido que foi proposto por três Promotores
Flávio Herculano
O juiz da 1ª Vara Criminal de Porto Nacional, Alessando Hofman Mendes, acatou pedido do Ministério Público Estadual (MPE) e decretou, nesta segunda-feira, 10, a prisão preventiva do empresário Eduardo Augusto Rodrigues Pereira, ex-presidente do Sindicato de Revendedores de Combustíveis do Estado (Sindposto), acusado de ser o mandante do assassinato do também empresário Wenceslau Gomes Leobas de França Antunes, de 77 anos, conhecido como “Wencim”.
O pedido de prisão apresentado pelo MPE justifica-se pelo fato de que o acusado estaria tentando criar obstáculos à elucidação dos fatos, ao efetuar tentativas de intimidação e de aliciamento a uma testemunha ocular do crime de assassinato. Nesse sentido, duas pessoas que se apresentaram como mensageiras do suposto mandante do crime procuraram a testemunha, a fim de convencê-la a mudar o depoimento prestado anteriormente à Polícia Civil, inclusive questionando se a mesma aceitaria dinheiro para alterar sua versão dos fatos.
A abordagem dos emissários do empresário à testemunha foi gravada em áudio e apresentada pelo Ministério Público à Justiça, como prova. Um desses mensageiros é Sandro Alex Cardoso de Oliveira, que foi arrolado por Eduardo Pereira no processo por crime de homicídio, na condição de testemunha de defesa. A outra mensageira é a esposa de Sandro Alex Cardoso, conhecida como Selene.
Também com intenção de dificultar a elucidação dos fatos, o suposto mandante estaria agindo para tentar imputar a autoria do crime de homicídio a outra pessoa.
Ao decretar a prisão, o magistrado avaliou que o Ministério Público conseguiu demonstrar as tentativas de embaraço à produção de provas, apresentando indícios suficientes da ligação de Eduardo Pereira com essas práticas.
O pedido de prisão foi apresentado pelos promotores de justiça Abel Andrade Leal Júnior, Vinícius de Oliveira e Silva e André Ricardo Fonseca Carvalho.
Entenda o Crime
O crime ocorreu na cidade de Porto Nacional, no início de 2016, causando grande comoção na comunidade local. Teria sido motivado por interesses financeiros, já que Wenceslau Gomes estava instalando um posto de combustíveis em Palmas, onde praticaria preços inferiores aos de seus concorrentes, entre os quais está Eduardo Pereira.
Segundo relata a denúncia, Wenceslau Gomes já possuía um posto de combustíveis na cidade de Porto Nacional, no qual os preços são inferiores aos cobrados na cidade de Palmas. Por esse motivo, ele teria sido procurado anteriormente por Eduardo Pereira (presidente do Sindposto e proprietário de postos de combustíveis em Porto Nacional e Palmas), que lhe propôs um esquema de alinhamento de preço para anular a concorrência e aumentar a margem de lucros. Wenceslau Gomes teria rejeitado a proposta.
Tempos depois, após “Vencim” dar início à instalação de um posto de combustíveis na Capital, Eduardo Pereira haveria passado a ameaçá-lo de morte. As ameaças teriam se intensificado na semana anterior ao homicídio.
O empreendimento de Wenceslau Gomes afrontaria diretamente os interesses de Eduardo Pereira, já que seria instalado na TO-050, entre Palmas e Taquaralto, próximo ao campus de Ciências Agrárias da Faculdade Católica do Tocantins, em frente a uma área de propriedade do denunciado, também destinada à instalação de posto de combustível. Além disso, consta que Eduardo Pereira é arrendatário de um posto localizado no trevo de Taquaralto, que também concorreria diretamente com o comércio de “Vencim”.
Na época do crime, o empreendimento de Wenceslau Gomes contava com licença prévia, licença de instalação e com projeto de combate a incêndio aprovado pelo Corpo de Bombeiros, restando necessária para sua instalação apenas a anuência da Prefeitura de Palmas para o desmembramento da área. Desde o assassinato do empresário, sua família vem tentando obter a documentação restante, sem êxito até o presente momento.
A denúncia formalizada pelo MPE frisa que Eduardo Pereira possui “grande poder econômico e forte trânsito no meio político das cidades de Porto Nacional e Palmas, atuando diretamente para impedir a construção e instalação do posto de combustível da vítima na cidade de Palmas”.
Três promotores de justiça assinam a denúncia, na qual foi pedida a prisão preventiva do denunciado, a fim de que o mesmo não interfira nas investigações. A Justiça, porém, não acatou o pedido de prisão preventiva, mesmo diante de provas que indicam o envolvimento direto de Eduardo Pereira no caso e de relatos de testemunhas que dizem estar sofrendo coação e ameaças para não prestarem depoimento.
O Ministério Público Estadual disse que eles receberiam R$ 350 mil pela morte, sendo que R$ 33 mil já teriam sido pagos.
A defesa do petista nega taxativamente envolvimento em qualquer tipo de ilegalidade
Com EM
O empresário Marcelo Odebrecht confirmou ao juiz Sérgio Moro, da Operação Lava-Jato, que o ex-presidente Lula é o 'amigo' da planilha de propinas milionárias da empreiteira. Em depoimento nesta segunda-feira, 10, Odebrecht disse ainda que 'Italiano' - alcunha também lançada na planilha - é uma referência ao ex-ministro Antônio Palocci (Fazenda/Casa Civil/governos Lula e Dilma) e 'Pós Itália' referência a Guido Mantega, que também ocupou a pasta da Fazenda.
As informações foram divulgadas pelo site O Antagonista e confirmadas pela reportagem. Odebrecht foi interrogado durante cerca de duas horas meia. Ele praticamente reiterou o que já disse à Procuradoria-Geral da República e ao Tribunal Superior Eleitoral.
Como delator da Lava-Jato, Odebrecht se obrigou a responder a todas as perguntas, diferentemente da primeira vez em que foi ouvido por Moro, ainda em 2016 - na ocasião, limitou-se a entregar esclarecimentos por escrito, não respondeu nenhuma indagação do magistrado e acabou condenado a 19 anos e quatro meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro do esquema de propinas e cartel na Petrobras.
Nesta ação que o levou a novo encontro frente a frente com Moro, Odebrecht é réu ao lado de outros 14 acusados, entre eles Palocci, que, segundo o Ministério Público Federal, teria recebido propinas de R$ 128 milhões da empreiteira.
Relatório da Polícia Federal entregue ao Ministério Público Federal e ao juiz Moro já havia cravado que o 'amigo' da planilha de corrupção era uma alusão a Lula. A defesa do petista nega taxativamente envolvimento em qualquer tipo de ilegalidade.
Ainda segundo o site O Antagonista, o empresário confirmou a Moro que tentou avisar o governo Dilma do risco de que a Lava-Jato pudesse chegar à conta secreta do marqueteiro João Santana - das campanhas presidenciais de Lula (2006) e Dilma (2010/2014).
Odebrecht teria ido até o México alertar pessoalmente a então presidente, mas ela não teria demonstrado preocupação.
Odebrecht descreveu a Moro a planilha elaborada pelo Setor de Operações Estruturadas da empreiteira, o Departamento de Propinas.
O empresário falou sobre R$ 4 milhões que teriam sido repassados ao Instituto Lula e na soma de R$ 12,4 milhões supostamente investidos na compra do prédio do Instituto.
Também abordou a cifra de R$ 50 milhões em propinas para Mantega que teriam sido usados na campanha de Dilma e, ainda, os R$ 13 milhões em espécie sacados pelo ex-assessor de Palocci, Branislav Kontic, ou Programa B, entre 2012 e 2013.
Odebrecht disse no interrogatório que Palocci era 'o principal interlocutor da empresa com o governo Lula'. Ele definiu o ex-ministro como 'o intermediário'. Esclareceu todos os pagamentos lançados na planilha das propinas a Palocci, Lula e o PT.
Ainda segundo revelou O Antagonista, Odebrecht confirmou uma doação de R$ 4 milhões ao Instituto Lula em 2014. A propina teria saído da conta corrente que supostamente o petista tinha com a empreiteira e foi registrada na 'Planilha Italiano', subplanilha 'amigo'.
No interrogatório, Odebrecht contou que, por meio de uma empresa laranja, a empreiteira comprou o terreno que serviria para abrigar a sede do Instituto Lula.
Defesa A assessoria de imprensa do Instituto Lula afirma que:
"O Instituto Lula funciona em uma casa adquirida em 1991 pelo antigo IPET, que depois seria Instituto Cidadania e depois Instituto Lula. O Instituto jamais teve outra sede ou terreno.
O ex-presidente Lula teve seus sigilos fiscais e telefônicos quebrados, sua residência e de seus familiares sofreram busca e apreensão há mais de um ano, mais de 100 testemunhas foram ouvidas em processos e não foi encontrado nenhum recurso indevido para o ex-presidente. Lula jamais solicitou qualquer recurso indevido para a Odebrecht ou qualquer outra empresa para qualquer fim e isso será provado na Justiça. Lula não tem nenhuma relação com qualquer planilha na qual outros possam se referir a ele como 'amigo', que nem essa planilha nem esse apelido são de sua autoria ou do seu conhecimento, por isso não lhe cabe comentar depoimento sob sigilo de justiça vazado seletivamente e de forma ilegal.
Todas as doações para o Instituto Lula, incluindo as da Odebrecht estão devidamente registradas, com os nomes das empresas doadoras e com notas fiscais emitidas, foram entregues para a Receita Federal em dezembro de 2015 e hoje são de conhecimento público."
O ASSÉDIO SEXUAL DE JOSÉ MAYER, O MOTIM DE RENAN POR MEDO DA LAVA JATO E AS FANFARRICES DE LULA DOMINAM AS MANCHETES DAS PRINCIPAIS REVISTAS DO PAÍS
VEJA
'Mexeu com uma, mexeu com todas': As atrizes globais se unem por fim do assédio na TV
"Mexeu com uma, mexeu com todas. Chega de assédio".Com estas duas frases estampadas em suas camisetas, atrizes globais se juntaram contra o assédio sexual na terça-feira (4). Taís Araújo, Camila Pitanga, Cleo Pires, Leandra Leal e outras personalidades, publicaram fotos e textos nas redes sociais em apoio á figurinista Su Tonani, de 28 anos, que denunciou assédio do ator José Mayer em texto para o blog #AgoraÉQueSãoElas, da Folha de S. Paulo, na semana passada.
Sophie Charlotte, Débora Falabella, Astrid Fontenelle, Bruna Marquezine, Maria Casadevall, Dira Paes, Mariana Xavier e Drica Moraes também aderiram ao movimento. Outras personalidades como Tati Quebra Barraco, Karol Conká, Caetano Veloso, Bianca Comparato e Giselle Batista também publicaram o manifesto em suas redes sociais.
Na noite desta segunda-feira (3), a Rede Globo divulgou um comunicado confirmando que o ator José Mayer foi afastado da próxima novela de Aguinaldo Silva, prevista para 2018. A justificativa é que a emissora não quer "dar visibilidade a uma das partes envolvidas numa questão que é visceralmente contra tudo que a Globo acredita".
A Globo manteve posicionamento semelhante no caso do cantor Victor Chaves, da dupla Victor & Léo, técnico do The Voice Kids, que foi acusado de agredir sua esposa. O cantor foi indiciado pela Polícia de Minas Gerais nesta terça-feira (4), segundo o G1.
A denúncia que ganhou rosto e corpo havia sido feita no ínicio de março, de forma anônima, à coluna de Leo Dias, no site iG. Na época, a TV Globo havia emitido uma nota de esclarecimento:
"As relações entre funcionários e colaboradores da Globo se dão em um ambiente de harmonia e colaboração, de acordo com o Código de Ética e Conduta do Grupo Globo. O desrespeito no ambiente de trabalho não é tolerado pela emissora. A Globo não comenta assuntos internos".
No relato mais recente, Tonani veio a público dar detalhes da violência que diz ter sofrido. Segundo a figurinista, o ator passou a elogiá-la em encontros profissionais. As "brincadeiras" invasivas começaram há oito meses, quando Mayer era o protagonista da novela em que ela trabalhava como figurinista assistente.
Frases como "você é muito bonita" e "como você se veste bem" foram evoluindo para "como sua cintura é fina", "fico olhando a sua bundinha e imaginando seu peitinho" ou "você nunca vai dar para mim?", compartilha a profissional.
O ator José Mayer se manifestou sobre a denúncia de assédio feita pela figurinista.
Mayer negou que tenha assediado sexualmente a colega de emissora.
Ele diz que sempre respeitou as mulheres e seus colegas de trabalho e atribuiu o comportamento denunciado por Tonani a Tião Bezerra, personagem machista que interpretou na novela A Lei do Amor.
"Respeito muito as mulheres, meus companheiros e o meu ambiente de trabalho e peço a todos que não misturem ficção com realidade. As palavras e atitudes que me atribuíram são próprias do machismo e da misoginia do personagem Tião Bezerra... Não são minhas! Nesses 49 anos trabalhando como ator sempre busquei e encontrei respeito e confiança em todos que trabalham comigo."
ÉPOCA
Renan Calheiros em modo sobrevivência
Mergulhado em conversas que se estenderam por mais de duas horas em seu gabinete, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, viu seu telefone ser inundado por mensagens. Uma assessora avisou que havia dezenas delas, perguntando se ele participaria de um jantar oferecido pelo presidente Michel Temer no Palácio do Jaburu naquela noite de quarta-feira, dia 5. Jantar? Que jantar? “Não, eu não estou sabendo”, disse Renan, sem mais delongas. Eram 20h30. Mais cedo, o senador Romero Jucá, também do PMDB e companheiro político inseparável de Renan há anos, havia feito microrreuniões com a bancada do partido para convidar parlamentares para o encontro com o presidente. Renan ficara de fora das conversas. Renan Calheiros nem sabia de um jantar do PMDB com o presidente? Algo muito estranho acontece em Brasília.
Renan agora é visto à vontade pelos corredores do Senado. Será uma miragem? Na condição de presidente da Casa, cargo no qual passou oito anos, em quatro mandatos diferentes, isso era impensável. Sempre passava rapidamente, cercado de seguranças. Foi assim nos últimos quatro anos, quando exerceu dois desses mandatos. Respondia a questionamentos de jornalistas quando achava conveniente, sempre de forma rápida e, em geral, no caminho entre sua sala e o plenário ou em direção ao elevador. Nas últimas semanas, contudo, Renan atravessa os corredores sozinho, com calma. Tem se deixado ficar no cafezinho, onde passa horas conversando com outros senadores e até com jornalistas. Na tarde da última quarta-feira, sentou-se a uma mesa com sua colega de partido, a senadora Kátia Abreu, do Tocantins, de quem se aproximou. Juntou-se a eles depois o tucano José Serra. Na conversa, Renan afirmou que já tinha rompido com “o governo de Eduardo Cunha”. A frase, com algum ar de suspense, é usada quando o questionam se ele rompeu com o governo Temer.
Desde que deixou a presidência do Senado, há dois meses, Renan Calheiros é outro. O processo migratório da cadeira no centro da mesa do Senado para o plenário deixa marcas em qualquer um. Havia pelo menos quatro anos Renan não precisava elevar o pescoço para olhar a mesa do Senado. Renan se adapta à vida de senador comum a sua maneira. Nas últimas semanas, passou a fazer barulho para ser tirado do silêncio ao qual foi naturalmente relegado pela perda do cargo. Hábil para fazer frases, político sagaz e bom estrategista, Renan passou a fazer críticas ruidosas que calaram fundo em Michel Temer. Começou com um discurso que se estendeu por mais de uma hora no plenário, durante o qual atacou as medidas econômicas do governo e as ações da Procuradoria-Geral da República que pesam contra ele, um investigado pela Operação Lava Jato. Além disso, reativou sua conta de Twitter após dois anos de silêncio. Criou um perfil no Instagram, no qual faz vídeos curtos, de 15 segundos cada um, para transmitir suas mensagens. Além de publicados nas redes, eles são enviados por listas de transmissão pelo WhatsApp para prefeitos e políticos de Alagoas.
Renan não deixa a voz alterar para falar dos conflitos com o governo, mas cutuca os ministros de Temer sobre reformas como a da Previdência. “Eles não disputaram as eleições, não têm mandato”, diz. Ao mesmo tempo, chama dois dos principais aliados de Temer, os ministros Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Moreira Franco, da Secretaria de Governo, de “amigos”. Na noite da quarta-feira passada, Renan deixou o plenário do Senado depois de afirmar que “Temer não tinha para onde ir nessa política recessiva”. Foi alvo de brincadeiras de senadores petistas. “Renan, vou dar minha vaga de líder da oposição para você”, disse Lindbergh Farias. Em seguida, foi para o gabinete da liderança do PMDB, onde conversou reservadamente com o colega Eunício Oliveira, presidente do Senado.
Renan ficou de fora do jantar da quarta-feira passada como reflexo dessas posições sobre o governo a quem, oficialmente, é alinhado. Existe uma movimentação para evitar que suas críticas contaminem a bancada do partido no Senado. Apesar do habitual jogo de cena, o descontentamento exposto por Renan não é exatamente artificial. O Planalto sabe o que Renan quer e por que está agindo assim. Quem manda em sua estratégia é o instinto de sobrevivência, aguçadíssimo em Renan, um homem que já escapou de boas. Renan é um dos maiores alvos da Operação Lava Jato. É protagonista em 11 inquéritos no Supremo Tribunal Federal, uma ação penal, uma denúncia e menções a seu nome estão na megadelação de 78 executivos da Odebrecht. Sabe que precisará manter o mandato em 2018, para evitar voltar à vida de cidadão comum e cair nas garras do juiz Sergio Moro, como aconteceu com seu desafeto, o ex-deputado Eduardo Cunha, hoje preso em Curitiba e condenado a 15 anos no xadrez. Renan sabe que será difícil reeleger-se senador; talvez tenha de, humilhação, concorrer a um simples mandato de deputado. Precisa também ajudar a reeleger o filho governador de Alagoas. Também citado na Lava Jato, Renan Filho não pode ficar à mercê de Moro.
Na semana passada, Renan não foi convidado para um jantar do PMDB com o presidente Michel Temer
Conhecido por uma grande habilidade de articulação e por conseguir ler antecipadamente cenários, Renan se movimenta. “Eu compreendo o Renan, as dificuldades dele, de alguma maneira, ele sempre agiu dessa maneira, ele vai e volta”, disse Temer numa entrevista. Há uma brincadeira entre os parlamentares de que “se o Renan se jogar do 10o andar, pode pular atrás que embaixo tem água”. Renan bate no governo de maneira que suas críticas coincidam com a opinião pública corrente, contrária a temas difíceis, como a reforma da Previdência. Quando diz sobre o governo que “quem não ouve erra sozinho” e que a reforma da Previdência “pune o Nordeste”, não só critica o governo, como dá a entender a eleitores que não participa dessas decisões – exime-se de responsabilidade. O governo entende outra parte: Renan quer cargos.
Um dos fatos que incomodaram Renan foi a nomeação de Osmar Serraglio, do PMDB do Paraná, para o Ministério da Justiça. A aliados, ele afirma que voltou do Carnaval e Temer engoliu o prato feito enviado de Cunha, da cadeia em Curitiba para o Palácio do Planalto. Nesse mesmo período, Temer decidiu trocar o senador Romero Jucá, do PMDB de Roraima, por André Moura, do PSC de Sergipe, no cargo de líder do governo no Congresso. De acordo com Renan, tanto Serraglio quanto Moura são indicações de Cunha. Em troca, Renan aceitaria de bom grado a Secretaria de Portos, a ser recriada.
Ao ser confrontado, Renan nega incoerência e rompimento com o governo. Não perde o tom sereno. “O PMDB não é governo”, diz. Para evitar críticas diretas a Temer, com quem diz manter conversas amistosas, culpa a condução da política econômica do país. “É preciso voltar o (Henrique) Meirelles do governo Lula. Esse aí não é o mesmo”, diz. A amigos, Renan confidenciou recentemente que faria um certo afastamento do governo ao ter analisado dados que mostram que a recuperação econômica não vai tão bem assim. É a hora propícia para, da planície, Renan crescer batendo em quem está no planalto.
ISTOÉ
As fanfarrices de Lula
O ex-presidente Lula agora faz proselitismo em horário nobre de TV. Diz que a economia piorou depois que o PT saiu do poder e que tudo pode voltar às mil maravilhas – se o Partido (claro!) recuperar o controle do Planalto. Quem ainda pode acreditar nas lorotas desse senhor, réu em cinco processos, metido num emaranhado inominável de esquemas, que não cansa de cometer atentados aos fatos em prol de uma ambição desmedida? Com a cara mais lavada do mundo, mirada solene, tal qual um restaurador da ordem, cabelos meticulosamente para trás, cada fio em seu lugar, vestindo terno de fino corte, Lula aparece na telinha para exercer o conhecido apego a falácias no intuito de convencer incautos. Alardeia um mundo de fantasias, de programas de educação e saúde que redundaram em rotundos fracassos, com estouros de verbas e pífios resultados, aqui e ali resvalando na corrupção.
Vangloria-se da criação de mais de 22 milhões de empregos na era petista (de onde ele tirou esse número?) quando, na prática, o rastro de destruição deixado pela agremiação gerou um saldo de quase 13 milhões de desempregados. Vende exuberância e prosperidade. Abusa de demagogias populistas. Escora-se na propaganda e marketing pessoal, mesmo para tapear, como a alma do negócio. Ele nem toca no assunto dos erros que levaram à pior e mais longa temporada de recessão de nossa história. No conjunto, Lula e Dilma, durante mais de 13 anos, erigiram uma máquina de desperdício, inépcia e ineficiência. Como dar lições de moral com esse currículo? É bom revisitar sistematicamente as chagas abertas nas gestões do PT, para nunca esquecer.
De sua lava saíram o “Mensalão”, o “Petrolão”, o aparelhamento sindical do Estado com apaniguados e inexperientes compadres a consumir recursos e saúde das empresas estatais. Quebraram quase tudo. Inviabilizaram as contas da União. Saquearam a riqueza dos brasileiros. Ninguém quer o retorno a esses tempos de tragédia. Qualquer pessoa minimamente informada sente a virada de expectativas desde a recente troca de comando em Brasília. Mas Lula não se cansa de pintar com imagens mais sutis, mais benevolentes e menos reais, os feitos petistas. Se esquece, ou desconsidera propositalmente, que a inflação só começou a cair após a deposição da pupila Dilma. Que os investimentos estão, aos poucos, retornando. Bem como a produção industrial, o financiamento em conta, os juros civilizados, os gastos públicos disciplinados no limite do orçamento.
Não precisa ir longe para recordar a marcha da insensatez na qual nos metemos. Em apenas dez meses de lá para cá, mudaram os indicadores, as decisões e planos monetários, os objetivos de governo que hoje luta por reformas estruturais para consertar os estragos deixados e os vícios de origem. Lula ataca as reformas – especialmente a da Previdência – no intuito de sabotar o Brasil. Não pensa no que é melhor para o País. Apenas nele mesmo e em suas costuras eleitorais. Atalho para (quem sabe!) livrá-lo das punições da Justiça. O ex-presidente posa de paladino, de “salvador da pátria”, em um figurino surrado e de baixo crédito. Fala o que lhe dá na telha. Como, aliás, sempre fez, sem medir consequências. E articula as peças do seu tabuleiro em proveito próprio. Repetiu a tática mais uma vez há poucos dias na escolha do candidato a presidir o Partido. O cacique estava mais propenso pela senadora paranaense Gleisi Hoffmann e tentou dissuadir o ex-líder estudantil carioca, Lindbergh Farias, a desistir da pretensão. Sem sucesso. Abriu um racha nas bases. Nada que o lulopetismo não seja capaz de contornar. Tarefa, com certeza, menos inglória do que a de convencer milhões de brasileiros de suas boas intenções numa eventual volta ao governo.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira, em entrevista à rádio O Povo, do Ceará, que está “ansioso” para ficar frente a frente com Sergio Moro, no dia 3 de maio, quando irá, pela primeira vez, ser ouvido pessoalmente pelo juiz responsável pela Operação Lava Jato.
Da Redação
“Estou ansioso para ir lá [Curitiba] no dia 3 de maio porque é a primeira oportunidade que eu terei de responder às perguntas que me forem feitas”, afirmou o petista. A única vez que Lula prestou depoimento a Moro foi em novembro do ano passado, quando falou, por videoconferência, na condição de testemunha do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Na entrevista, Lula voltou a reafirmar inocência nos casos em que é investigado – ele é réu em três processos da Lava Jato – e disse que espera que a força-tarefa da operação apresente provas das acusações que tem feito a ele. “Quebraram meu sigilo bancário, meu sigilo telefônico, da conversa da minha mulher [a ex-primeira-dama Marisa Letícia, morta em fevereiro] com meus filhos, minha com a Dilma. Eu, sinceramente, não sei qual é o limite dele [Moro] para invadir a minha vida”, disse.
Ele, no entanto, fez um elogio ao juiz. “Moro cumpre um papel importante na história do país. A única coisa que eu condeno nisso tudo é utilizar a imprensa para condenar previamente sem apresentar provas. Primeiro, você condena pela imprensa. Quando o cidadão não tem mais coragem de levantar a cabeça e sair de casa, aí você julga e condena e fica por isso mesmo”, disse.
PROCESSOS
O depoimento do dia 3 de maio será no processo em que Lula é acusado de ter se beneficiado de dinheiro de propina da Petrobras, repassado pela empreiteira OAS, por meio de um apartamento triplex no Guarujá (SP).
Em outro processo da Lava Jato, ele é acusado de se beneficiar de dinheiro ilícito da Odebrecht, por meio da compra de um terreno para abrigar a sede do Instituto Lula e de um apartamento vizinho ao que o petista reside em São Bernardo do Campo. Por fim, na mesma operação, o ex-presidente é réu sob a acusação de tentar obstruir a Justiça ao tentar calar o delator Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras.
Fora da Lava Jato, o petista é réu em outros dois processo: um, da Operação Zelotes, envolvendo irregularidades na compra de 36 caças suecos do modelo Gripen pelo governo brasileiro e a prorrogação de incentivos fiscais destinados a montadoras de veículos; e outro, da Operação Janus, por tráfico de influência junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) para ajudar a Odebrecht a obter empréstimos junto ao banco estatal.
O petista rejeita todas as acusações.
Desde a meia-noite deste sábado, 8, os nomeados já podem escolher as unidades onde possuem interesse em serem lotados, por meio do Sistema de Lotação
Asse, Cidadania e Justiça
O governador Marcelo Miranda nomeou, por meio do Diário Oficial do Estado nº 8.483 desta sexta-feira, 7, 774 candidatos homologados para exercerem as funções dos cargos de provimento efetivo do Grupo “Defesa Social e Segurança Penitenciária”, do quadro geral do Governo do Estado do Tocantins. Os efeitos do ato passam a vigorar a partir do dia 27 de abril, quando os nomeados começarão a tomar posse dos cargos de Técnico ou Analista em Defesa Social.
Para a secretária de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju), Gleidy Braga, ter servidores efetivos atuando no Sistema Penitenciário é uma grande conquista para todo o Estado. "A publicação do ato do governador Marcelo Miranda demonstra o seu compromisso com a área de Segurança Prisional e o alcance de resultados efetivos na ressocialização das pessoas que estão presas no sistema", ressaltou.
Antes de serem efetivamente empossados, os nomeados devem, a partir da meia-noite deste sábado, 8, escolher as unidades onde possuem interesse em serem lotados, por meio do Sistema de Lotação. De acordo com a Instrução Normativa que define a forma de lotação, os nomeados terão até a meia-noite da próxima quarta-feira, 12, para fazer essa escolha prévia.
Para tomar posse na Secretaria de Estado da Administração, os nomeados devem seguir todos os procedimentos admissionais, incluindo a escolha prévia de lotação. Feito isso, eles deverão apresentar cópia do comprovante de posse na Gerência de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas, localizada na sede da Seciju, que emitirá o encaminhamento de lotação.