Por Edson Rodrigues
Não há justificativa para a postura do secretário de Saúde do Tocantins, Carlos Felinto Júnior, que tem ignorado reiteradas recomendações da Justiça e do Ministério Público (MPTO), sem apresentar respostas concretas. O descaso com a crise na saúde pública, especialmente no Hospital Regional de Gurupi (HRG), prejudica a população, mas também expõe negativamente o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), que agora enfrenta sanções judiciais por não garantir um serviço essencial à sociedade.
A crise na saúde pública do Tocantins ganha mais um capítulo com a recente decisão da Justiça de multar tanto o governador quanto o secretário estadual de Saúde devido à falta de médicos obstetras no HRG. A medida foi tomada após sucessivas cobranças do Ministério Público que já acionou o governo pela 13ª vez sobre o problema, sem que houvesse solução definitiva.
A decisão estabelece um prazo de cinco dias para que o Estado assegure a presença contínua de médicos na maternidade do HRG, sob pena de multa diária para o governador e o secretário, podendo chegar a R$ 150 mil cada.
Descaso da Secretaria de Saúde
A falta de médicos obstetras no HRG tem sido um problema recorrente, afetando diretamente gestantes de 18 municípios da região, que somam aproximadamente 180 mil habitantes. Em janeiro deste ano, o hospital ficou sem obstetras em pelo menos sete dias, comprometendo o atendimento e colocando vidas em risco.
Mesmo diante das reiteradas cobranças do MPTO e da própria Justiça, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) alega dificuldades na contratação de especialistas devido à escassez de mão de obra. A pasta argumenta que realiza chamamentos públicos e que implementou medidas para estimular contratações, como a Indenização por Procedimentos Obstétricos (IPO) e reajustes nos valores de plantões extras.
Contudo, essas ações não foram suficientes para solucionar o problema, o que levanta questionamentos sobre a eficiência da gestão da saúde estadual. Mais do que expor a população, a negligência do secretário Carlos Felinto Júnior também desgasta a imagem do próprio governador Wanderlei Barbosa, que agora enfrenta sanções judiciais por não garantir um serviço essencial à população.
Gestão sob críticas
A postura do secretário de Saúde diante das cobranças do MPTO tem sido alvo de críticas. O descumprimento das decisões judiciais e a falta de medidas eficazes para resolver a situação demonstram um descaso com a saúde pública e com a população que depende do atendimento do HRG.
Além de Gurupi, há relatos de falhas na gestão da saúde estadual em outras cidades, como Araguaína, Palmas e Porto Nacional. A bancada federal do Tocantins tem buscado recursos para fortalecer o setor, mas a má administração da Secretaria de Saúde impede que essas verbas sejam convertidas em melhorias reais para os pacientes.
O Observatório Político de O Paralelo 13 destaca a necessidade de uma reavaliação urgente na condução da pasta da saúde. É inadmissível que o governador seja exposto a constrangimentos dessa natureza devido à falta de pulso do secretário e de seus principais auxiliares. É fundamental que o titular da pasta faça uma reflexão sobre sua gestão, priorizando o respeito aos direitos dos cidadãos que dependem dos serviços públicos de saúde no estado.
Enquanto isso, a população continua sofrendo com a precariedade dos serviços, e o governo do Tocantins enfrenta um desgaste crescente. Se medidas concretas não forem tomadas, a crise na saúde pode se agravar ainda mais, colocando em risco a vida dos tocantinenses.