Em depoimento no inquérito que investiga Michel Temer, realizado na sede da Polícia Federal em Curitiba nesta quarta-feira (14), o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) negou ter sido procurado por empresários da empresa JBS e negou também o recebimento de propina. Das 47 perguntas feitas pelos investigadores, Cunha respondeu a metade e não respondeu às perguntas sobre o processo do Fi-FGTS.
Com Agências
De acordo com seu advogado, Rodrigo Sanches Rios, Cunha somente respondeu às questões as quais a defesa teve acesso ao teor das gravações. Ao ser questionado se Cunha tinha relação com os irmãos Batista, da JBS, o advogado ironizou: "Quem nesse país não tem?"
“O silêncio dele nunca esteve à venda, nunca procuraram ele, nem o presidente Temer nem pessoas próximas ao presidente", disse o advogado após o depoimento. No inquérito, Temer é investigado pelos crimes de corrupção passiva, obstrução à Justiça e organização criminosa. Cunha citado na conversa gravada pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS, com Temer em que relata ter repassado dinheiro para Cunha e ele responde: “Tem que manter isso, viu?”Delação
A defesa de Cunha afirmou, mais uma vez, que não pensa em fechar acordo de delação premiada. "Até agora estamos dispostos a enfrentar as acusações", disse o advogado Ticiano Figueiredo na saída do depoimento do ex-deputado.
Eduardo Cunha foi um dos principais articuladores do impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff. Está preso desde outubro de 2016 e ocupa uma cela no Complexo Médico Penal, na região metropolitana de Curitiba.