Pressa na divulgação dos teores de delações levam Justiça a se confundir e ligar codinome à pessoa errada. Imprensa faz “meã culpa”
Por Edson Rodrigues
A imprensa nacional incorreu na famosa “barrigada”, ato de divulgar informações sem a devida apuração, utilizando-se da rapidez para “furar” os demais veículos de comunicação no caso do deputado estadual Eduardo Siqueira Campos, ao associar ao parlamentar o codinome de “Acelerado”, que teria recebido 27,4 milhões de dólares da Odebrecht.
A notícia foi veiculada pelos principais veículos de comunicação do País, e replicada pelos informativos regionais, como foi o caso de O Paralelo 13, em sua versão online.
Eis que, os próprios promotores que foram a origem das informações, revelaram, hoje, que um segundo delator da Odebrecht refutou a teoria de que “Acelerado” seria Eduardo Siqueira Campos e, sim um outro ex-executivo da própria Odebrecht.
Dessa forma, caíram por terra todas as elucubrações e associações de idéias que tentavam criar algum laço do deputado estadual tocantinense com a dinheirama da corrupção.
Mas, assim como a nota publicada pela assessoria de imprensa de Eduardo Siqueira Campos, não há nenhuma ligação do político tocantinense com os valores citados, muito menos com operações de caixa 2 supostamente propiciadas pelo ilícito.
Ciente do seu papel de imprensa séria e assumindo que agiu influenciado pela explosão de matérias sobre o assunto na imprensa nacional, O Paralelo 13 se desculpa com o deputado Eduardo Siqueira Campos e com todos os seus leitores, publicando, na íntegra, a nota de sua assessoria de imprensa.
“NOTA
O deputado Eduardo Siqueira Campos recebeu com indignação a sua citação em reportagem do Jornal Nacional na noite desse sábado, 22. A pauta tratava da apresentação de extratos, por parte da Odebrecht, relativos a pagamentos a políticos do PT e PMDB. E segundo a reportagem do JN, com base em apuração do jornal de Folha de São Paulo. No entanto, a Folha de São Paulo em nenhum momento cita o nome do deputado Eduardo Siqueira Campos em sua matéria. A correlação do codinome “acelerado” ao deputado Eduardo Siqueira Campos foi feita pela reportagem do Jornal Nacional.
O deputado Eduardo Siqueira Campos considera um erro grave de apuração de informação, a inclusão de seu nome pela simples ligação a uma lista de diversos codinomes e a não apresentação de nenhum depoimento ou qualquer outro documento comprovando a citação de seu nome. Já foi comprovado que alguns codinomes estão relacionados a mais de uma pessoa. E sem uma afirmação objetiva de quem pagou pelos valores citados, não é possível a reportagem decretar que esse pagamento foi feito a Eduardo Siqueira Campos, assim como não o fez a Folha de São Paulo, obviamente, por não possuir provas para tal afirmação. Na única delação que foi tornada pública que cita o deputado Eduardo Siqueira Campos, o delator Mario Amaro o trata pelo codinome “Canário”. E em nenhum momento, foi divulgado qualquer outro documento que identifica o deputado por outro codinome.
O deputado Eduardo Siqueira Campos jamais foi filiado ao PT ou ao PMDB. Pelo contrário, sempre trilhou sua carreira política em oposição a essas siglas. Também não fez parte de sua atuação política qualquer relação com obras do PAC.
Também surpreende a ligação do deputado Eduardo Siqueira Campos a um valor de US$ 24 milhões de dólares, sendo que jamais o hoje deputado estadual teve qualquer ligação política com cúpula do PT e do PMDB e no período em questão, 2010 a 2012, sequer mandato tinha.
O deputado Eduardo Siqueira Campos solicita ao Jornal Nacional, à Rede Globo e aos demais veículos de comunicação do País, que corrijam as informações erroneamente publicadas envolvendo seu nome, que por demais já tem prejudicado sua honra, lembrando que o jornalismo se faz com a correta apuração dos fatos, e na reportagem em questão está muito claro que isso não ocorreu.
Élcio Mendes
Assessoria de Imprensa"