As eleições municipais de 2024 vão exigir muito mais que uma simples vontade de se eleger em todos os municípios tocantinenses, mas, principalmente, nos maiores colégios eleitorais, com ênfase maior ainda naqueles que abrigam sedes ou retransmissores dos canais de TV e Rádio, onde o Horário Eleitoral Obrigatório será um ingrediente fundamental para a formação do voto dos eleitores.
Por Edson Rodrigues
Trocando em miúdos, será jogo duríssimo em qualquer município, mas Palmas será onde o páreo reunirá as condições de disputa mais acirradas e será decidido nos menores detalhes, pois além de Rádios e TVs, é na Capital onde se concentram 90% dos blogs, sites e portais de notícia, abrindo ainda mais o leque para a exposição dos candidatos ao mesmo tempo que para a informação dos eleitores acerca dos postulantes. Essa situação de Palmas é espelhada, em menor escala, nas cidades de Araguaína, Gurupi, Porto Nacional Paraíso e Guaraí, que, em menor escala, também sediam veículos de comunicação.
Essa será a realidade para quem deseja ter alguma chance nas eleições municipais do ano que vem: profissionalismo acima de tudo e uma infraestrutura obrigatória a dar sustentação aos trabalhos de campanha. Não há mais espaço para candidatos “verdes”, para o amadorismo, para o improviso e para os aventureiros.
Equipe, grupo e dinheiro
O profissionalismo tem que estar em primeiro lugar na lista de prioridades nos principais colégios eleitorais do Estado, pois, sem ele, os programetes de Rádio e TV soarão amadores aos olhos e ouvidos dos eleitores, que associarão essa falta de capacidade à imagem dos candidatos, deixando-os fora de suas listas de possibilidades de voto logo de cara.
O grupo político, agremiação ou federação pelo qual o candidato estiver concorrendo também somará ou diminuirá pontos ao candidato. Um grupo político desunido, sem harmonia, sem comando ou sem identidade, relegará o candidato às últimas colocações na escala de preferência dos eleitores. Um partido fraco, sem estrutura e sem identificação com o município, não conseguirá atrair bons nomes, muito menos a atenção dos eleitores. Já uma federação malfeita, acertada apenas por caprichos dos partidos ou candidatos, não conseguirá convencer o eleitorado de que o candidato será fiel às suas ideologias ou às suas propostas pois haverá muitos “caciques para poucos índios”. Por fim, sem dinheiro para bancar uma campanha decente, arcando com as despesas – grandes – que decorrem de qualquer processo eleitoral, com verba vinda exclusivamente da conta oficial da campanha – o que é extremamente difícil – ainda mais em tempos de federações partidárias que decidem tudo de cima pra baixo – não haverá candidatura que se sustente com força e atitude suficiente para chegar à reta final com chances de vitória.
Ouvir primeiro para fazer depois
Outro ingrediente crucial para os pretensos candidatos nas eleições municipais de 2024 será ouvir muito. Ouvir, primeiro, a voz das ruas, as demandas do povo e, só então, passar a ouvir os conselhos das lideranças políticas, partidárias, classistas e comunitárias, para saber filtrar e decidir quem está alinhado com o que quer o eleitorado, que é conselho e o que não passa de bajulação e o que deve ser levado em consideração ou não, na hora de planejar as ações de campanha e os atos de governo, que serão explicados e tornados públicos nos santinhos, nas reuniões e no Horário Obrigatório de Rádio e TV.
O candidato que não estiver sintonizado com as demandas do povo estará fadado a falar ao vento, pois não basta querer ser candidato, é preciso estar preparado – e bem-preparado – para fazer o discurso que o povo quer ouvir para fomentar uma credibilidade genuína junto aos eleitores.
Não basta ter o maior percentual do Horário Eleitoral Obrigatório, muito menos o maior quinhão do Fundo Partidário, se não tiver, também, o maior conhecimento e a maior penetração junto ao eleitorado.
Esta campanha não será a do “milhão contra o tostão”. Será a do conhecedor da situação contra os aventureiros oportunistas, os candidatos profissionais e os candidatos de si mesmos.
Apoio palaciano é importante, mas não garante
Além de todos os elementos já apresentados, há, ainda, um tão importante quanto o profissionalismo, as infraestruturas pessoal e partidária, a condição financeira e a vontade de ser candidato. E ele tem nome e sobrenome: Palácio Araguaia.
Com um governo tão harmonioso, equilibrado e alinhado com as demandas da população, o apoio do Palácio Araguaia e do seu grupo político a qualquer candidato, nos 139 municípios, será um divisor de águas, pois leva consigo a simpatia da maioria absoluta da população tocantinense.
Mas, cada município guarda, em si, uma história política diferente. Há municípios em que bastou o apoio palaciano para que candidatos e candidatos fossem eleitos, mas, em Palmas, por exemplo, nunca, na história política do Tocantins, o Palácio Araguaia conseguiu eleger um prefeito.
Logo, mesmo com todos os predicados necessários para ser competitivo nas eleições de 2024, será necessário muito marketing, muita sola de sapato, muito suor e muito profissionalismo e comprometimento com a própria vontade de ser eleito, para que se consiga ter sucesso.
Palmas, o desafio
Palmas, a Capital do Tocantins, pela primeira vez terá um segundo turno. Não apenas por já ter mais de 200 mil eleitores, mas pelo fato de o número de candidatos, desde agora, ser grande, o que vai dividir os votos por muitos, impedindo que um deles possa ter 50% mais um, dos votos válidos.
Logo, tudo o que foi falado acima, que será necessário para uma candidatura ser, ao menos, competitiva, é multiplicado por 10 em Palmas, principalmente a questão do marketing e da assessoria de imprensa. Afinal, Palmas concentra os veículos de Rádio, TV, blogs, portais e sites de notícias, e é onde todos os partidos, agremiações, federações e grupos políticos concentrarão seus esforços para obter a vitória mais importante, rumos às eleições majoritárias de 2026.
Todos que estejam envolvidos, da mínima forma, nas eleições municipais de 2024 sabem que Palmas é a joia da coroa, principalmente o grupo palaciano que tem que fazer valer o fato de Wanderlei Barbosa ter na Capital a sua base eleitoral e a importância de manter esse predomínio visando o futuro político do governador “curraleiro”
Conclusões
Até agora, o que se vê são dezenas de candidatos a prefeito e milhares de candidatos a vereador, nos 139 municípios tocantinenses, sem condições, sequer, de iniciar uma campanha que lhes garanta competitividade.
Por outro lado, alguns desses candidatos serão “pinçados” por grupos políticos, incluindo o palaciano, para receber apoio, recursos e infraestrutura em suas caminhadas rumo à uma eleição, seja para prefeito – principalmente – seja para vereador. E essa escolha não será por amizade, companheirismo ou parceria. Será por merecimento, melhor estratégia, melhor posicionamento em pesquisas, mas, principalmente, pelos que estiverem com assessorias profissionais de imprensa, marketing e jurídica, pois isso vai, por si só, “filtrar” os candidatos que estão levando suas pretensões a sério e os colocar entre as preferências de todo e qualquer grupo político.
Portanto, os políticos amadores e até os profissionais estarão em segundo plano nas eleições municipais de 2024.
Agora é a hora do profissionalismo!