Zeca Dirceu defendeu que partidos de Centro também demonstrem boa vontade nas negociações
Por Naian Lucas Lopes
O deputado Zeca Dirceu, líder do PT na Câmara dos Deputados, expressou sua opinião em uma entrevista à GloboNews nesta quarta-feira (19), afirmando que todos os partidos que estão começando a ocupar espaços no governo deveriam demonstrar "generosidade e visão estratégica de ceder".
“Não pode ser só o PT a ceder. Tem que ser a maioria, o conjunto, todos os partidos que já têm espaços estratégicos. E não estamos falando só de ministérios, pois a equação nos estados ainda não se completou, com muito cargo que ainda não foi nomeado, temos secretarias de segundo escalão dentro dos ministérios, diretorias estatatais, um conjunto de cargos que são legítimos, e que acontece em todos os estados do Brasil e outros países do mundo, que esses partidos venham a ocupar", argumentou.
A declaração do deputado veio como resposta à informação de que o PP e o Republicanos poderiam indicar ministros e, ao mesmo tempo, continuarem independente. Na terça-feira (18), o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que a "tese de incorporar" o PP e o Republicanos ao governo Lula estava consolidada.
Zeca Dirceu enfatizou que a decisão sobre os ministérios cabe ao presidente Lula (PT), que está retornando ao Brasil ainda nesta quarta após uma viagem para a Europa. O deputado acrescentou que tem se reunido com membros dos partidos e com os nomes cotados para os ministérios, e a sensação que ele tem é de que não há pressa nas negociações.
"Vejo neles (líderes) que não há uma agonia, no sentido de que tem que ser tal cargo ou nada feito. Todo mundo está disponível ao diálogo, ao acordo e ao entendimento. O presidente Lula fez um gesto naquela semana que nós aprovamos cinco matérias importantes: ele levou todo mundo ao Palácio da Alvorada, a casa dele, e ali foi se consolidando uma relação que vem desde dezembro e que vai virando uma relação de confiança", concluiu.
A decisão final sobre a ocupação dos espaços no governo caberá a Lula, levando em consideração as negociações em andamento e as estratégias para ter uma base consolidada no Congresso.