Senador, que reiterou que acabará com a terceirização no Detran, referiu-se às reportagens da Revista Isto É e o Portal UOL revelando um esquema de uso de laranjas do candidato-governador-interino para esconder patrimônio de R$ 100 milhões
Com Assessoria
Senador e candidato a governador na eleição suplementar do dia 24 de junho, Vicentinho Alves (PR) lamentou a ausência do adversário governador interno Mauro Carlesse (PHS) no debate da Rede Globo/TV Anhanguera, que seria realizado na noite desta quinta-feira, 21 de junho. Com a ausência do oponente, a emissora deixou a cadeira de Carlesse vazia e transformou o evento em uma entrevista de 20 minutos com Vicentinho.
“Mais uma vez, há uma falta de compromisso”, ressaltou Vicentinho. Pelo regulamento, o senador teve direito a fazer duas perguntas a Carlesse para que os telespectadores pudessem ouvir. “Sempre olho nos olhos nas pessoas para conversar, mas vou perguntar. Com certeza você está assistindo ao lado de Eduardo Siqueira Campos e Carlos Gaguim. Depois da PF (Polícia Federal) fazer duas devassas, a investigação por abuso de poder, uso da máquina pública, recolhimento de carros oficiais, a revista Isto É mostra um laranjal. O que o senhor tem a dizer?”, destacou Vicentinho, ao se referir as reportagens da Revista Isto É e do UOL que indicam que Carlesse esconde patrimônio de mais de R$ 100 milhões, com um grande usou de amigos e parentes como laranjas.
A outra pergunta de Vicentinho foi no campo administrativo-político. Na sua propaganda, o senhor diz que nunca precisou de político e na sua família. Por que então nomeou o seu sobrinho secretário? Logo seu sobrinho que já foi alvo de operação com detenção em São Paulo por suspeita de alterar combustível e responde a inquéritos e ações junto com você”, salientou.
Na sequência, Vicentinho pode falar da mudança na sua campanha, do caráter plebiscitário da atual eleição, detalhou os planos na saúde, de gestão pública e de segurança.
Na saúde, o candidato explicou a importância de se mudar radicalmente o atual modelo, fortalecendo os hospitais de pequeno porte para que a rede hospital de grande porte fique para o atendimento de alta complexidade. “A gestante tem que poder ganhar seu filho na sua cidade. Não precisa ir até o hospital regional. Também não faz sentido uma pessoa com dedo quebrado ter que ser atendida no HGP (Hospital Geral de Palmas)”, explicou, ao comentar que a ideia é usar os recursos disponíveis, fazendo gestão e distribuição correta. Entre as novidades, será a implantação de um sistema em conjunto com o TCE (Tribunal de Contas do estado), MPE (Ministério Público Estadual) e Judiciário para comprar remédios. “O promotor vai acessar e se não tem determinado remédio numa cidade, ele pode pegar em outra. Isso evita ações judiciais. Em uma ação judicial, o remédio que custa R$ 100 para o Estado, acaba custando R$ 1 mil. E isso não é culpa do MP, é culpa da má gestão do Estado”, destacou.
Fim da terceirização do Detran O senador também reforçou que vai acabar, com decreto, com as terceirizações do Detran, inclusive com os contratos com a Free Way com a Aliança. Para ele, é um absurdo que o Estado faça a pessoa pagar taxas altíssimas para que as pessoas possam recuperar seus carros. “Uma trabalhadora, com um carro de pouco mais de R$ 20 mil, tem que pagar R$ 7 mil de taxa para essa Free Way? Eu vou acabar com isso”, destacou, ao frisar que quem está no governo tem compromisso com essa terceirização e não vai alterar a situação. “Isso vem desde o tempo do Gago (Carlos Gaguim), passou pelo Eduardo Siqueira Campos, pelo Marcelo Miranda e agora está com Carlesse”, disse.
Fim da gastança pública Sobre equilibrar as finanças do Estado, Vicentinho disse que a primeira obra a ser feita é moral, acabando com a história que só tem bandidos no Tocantins. Ele citou que gastos em alugueis de aviões, diárias, consultorias e outros serão cortados imediatamente, gerando economia de mais de R$ 500 milhões. “Tenho responsabilidade e consciência que vou pegar o Estado na mais profunda crise”, disse.
Segurança Pública e concurso PM Vicentinho também falou de segurança pública, garantindo que a sua gestão terá o Plano Estadual de Segurança Pública, integrado ao Sistema Único de Segurança Pública. Isso possibilitará aumentar, e muito, os recursos para área. “Sem dinheiro, não tem segurança. Nós vamos nos adequar a política nacional e trazer esses recursos”, destacou, ao lembrar que o Estado tem 35 cidades sem nenhum policial militar. Vicentinho afirmou que irá acelerar a retomada do concurso da PM, suspenso por decisão judicial, ressaltando que, antes, fará uma análise minuciosa do concurso para detectar a origem e as causas das possíveis fraudes que levaram a sua suspensão.