“A esperança é o derradeiro mal; é o pior dos males, porquanto prolonga o tormento”
FRIEDRICH WILHELM NIETZSCHE
Por Edson Rodrigues
O hospital Regional de Porto Nacional, construído nos anos 70, quando ainda éramos Goiás, era referência em atendimento de Saúde em toda a Região Norte do Brasil, quando viramos Tocantins. O problema é que, a partir daí, sem investimentos, reformas ou ampliações significativas, acabou se transformando em um “postão de saúde”, com infraestrutura precária e apenas a garra e abnegação dos seus servidores como “referência”.
Os problemas do Hospital Regional de Porto tomam proporções de um problema na Saúde Pública não só da cidade, mas de toda a Região Central do Estado, que engloba dezenas de municípios, entre eles Monte do Carmo, Ponte Alta do Tocantins, Pindorama, Silvanópolis, Ipueiras, Santa Rosa, Chapa de Natividade, Brejinho de Nazaré, Santa Rita e Oliveira de Fátima, dentre outros, cujas populações buscam, como primeira opção o nosso Hospital Regional que, antes referência, hoje está sucateado.
Deve-se levar em conta que as cidades acima mencionadas, eram menores, algumas eram distritos e tinham populações menores, mas nada justifica a situação que se deixou chegar o Hospital Regional de Porto Nacional.
Os governos estaduais se sucederam e vieram “puxadinhos” aqui, uma pintura para maquiar o mofo em uma parede, ali, mas nada, literalmente, de concreto.
Com tantos representantes nos governos estaduais, desde a criação do Estado, com tantos parlamentares estaduais e federais, a pergunta que fica é: por quê deixaram nosso Hospital tão abandonado, tão sem atenção?
É por isso que conclamo, aqui toda a classe política portuense, assim como os dirigentes de entidades classistas, religiosas e a população em geral, para se criar uma forma de sentar à mesa e trazer propostas para resolvermos, de vez, os problemas do Hospital Regional de Porto Nacional.
FALTA DE UNIÃO E DE ATITUDE
Não é necessária uma “caça às bruxas”, pois não há um, dois ou três culpados. A culpa é das falta de união e de atitude da classe política portuense e, sim, das cidades acima citadas, além dos dirigentes classistas, religiosos e até da própria população, que, ao não encontrar o serviço necessário no nosso Hospital, foi procurar em Palmas ou em outras cidades, de acordo com suas condições financeiras, e não denunciou, não se manifestou nem cobrou dos políticos que elegeu como seus representantes, pelo menos, não com a força necessária.
A verdade é que, até hoje, nesta cidade, nunca tivemos notícia – nem o prazer – de ter conhecimento de uma reunião sequer desses atores públicos para elaborar um documento de reivindicações acerca da situação do Hospital Regional de Porto Nacional, para ser entregue ao governo do Estado, aos senadores, deputados federais ou estaduais.
FALTA DE RECONHECIMENTO
A verdade é que a nossa Porto Nacional acabou se tornando uma cidade em que seu filhos que conseguem destaque na vida pública acabam sendo “metralhados” com críticas pelos próprios portuenses, caluniados e achincalhados. Alguns, podemos dizer, por merecimento próprio. Outros, pela mais simples e pura injustiça causada pela inveja, seja social, seja política, seja por poder.
Foi assim com o ex-senador Vicentinho Alves, com Dr. Merval, Baylon Pedreira e, hoje, com o deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa, Toinho Andrade, Dr. Euvaldo...
Descontruir, diminuir a credibilidade, atacar pessoalmente... os métodos de depreciação dos portuenses que conseguem destaque em seus ramos de atuação, principalmente na política, continuam sempre os mesmos.
Esse trituramento de líderes portuenses não passa de um ato articulado por grupos que se unem para destruir a representatividade dos nossos representantes políticos. E isso acontece quando essas pessoas se dirigem aos nossos detentores de mandato para pedir um emprego para si ou para um parente, um favor, e quando não consegue, passa para o ataque pessoal.
Essa prática é conhecida desde os tempos em que ainda éramos Goiás. Bastava dar emprego que tinha o voto garantido.
Essa fama, esse tipo de atitude, só enfraquece a imagem dos políticos de Porto Nacional e da própria população, que fica estigmatizada com esse “toma lá, dá cá” e perde a credibilidade na hora de fazer reivindicações sérias.
A HORA DE “VIRAR A CHAVE”
Caros portuenses, o problema da Saúde Pública de Porto Nacional só será resolvido com um novo e moderno Hospital e a única maneira de conseguirmos essa benfeitoria é nos desarmarmos e nos unirmos e mostramos ao governo do Estado e aos nossos representantes na Assembleia legislativa e no Congresso Nacional, que precisamos e queremos resgatar nossa representatividade política.
Chega de “jogar contra” Porto Nacional! É hora de “virar essa chave” e agirmos como um único organismo, uma única entidade e fazermos valer nossa força e nossa tradição.
Afinal, não é à toa que nossa cidade é conhecida como “berço da Cultura Tocantinense”.
O Paralelo 13 espera que os líderes e dirigentes classistas, religiosos, CDL, ACIPA, cooperativas, OAB, representantes das polícias Civil e Militar, do funcionalismo público, da maçonaria realizem reuniões conjuntas, elaborem um documento forte, conciso e objetivo, que leve até o governo do Estado, aos nossos parlamentares estaduais e federais, as prioridades da nossa cidade e da nossa região, ressaltando a questão da Saúde Pública, pois somos uma cidade que tem faculdade de medicina e de odontologia, e não pode ficar só no academicismo. Precisamos de serviços médicos e odontológicos.
Chegou o momento de darmos as mãos por uma Porto Nacional melhor.
NÃO PODEMOS PERDER A GUERRA CONTRA A COVID-19
A atual escalada de mortes provocadas pela Covid-19 em Porto Nacional já passou de catastrófica. Bastaram os casos aumentarem para demonstrar a fragilidade do nosso sistema de Saúde, com falta de UTIs, equipamentos sucateados e falta de profissionais de Saúde.
A Covide-19 foi o pingo d’água para fazer isso tudo transbordar e expor os nossos males da área da saúde que transformam nossos profissionais em verdadeiros anjos guerreiros, tentando salvar vidas em meio ao caos de falta de infraestrutura, insumos e equipamentos.
O aumento de 360% no número de mortes, em um cenário de 5.940 casos e 101 mortes, atesta que estamos perdendo feio a guerra contra a pandemia e que algo precisa ser feito com urgência.
O governo acena com mais 10 leitos de UTI, mas oxigênio, equipamentos e medicamentos também são necessários, assim como mais profissionais da Saúde, que trabalham no limiar do esgotamento.
Ou nos unimos e resgatamos nosso poder de barganha com o governo e com nossos parlamentares ou o que vamos unir serão famílias em enterros comunitários.
A situação é muito triste, senhores!