O RECADO RETO E DIRETO DAS URNAS

Posted On Quinta, 06 Outubro 2022 06:33
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Por Edson Rodrigues

 

Os eleitores brasileiros, finalmente, resolveram tomar para si o poder que têm desde a redemocratização do país e iniciar, de cima para baixo, a reforma política que os políticos tanto enrolam para fazer.  De forma reta, clara e direta, o eleitorado Brasileiro mostrou que o desejo por mudança não vai mais ficar apenas no desejo e que, a partir de agora, maus políticos ou políticos com práticas duvidosas – de qualquer espécie – ficarão relegados a um segundo plano, longe da vida pública.

 

Esse “despertar” do eleitorado aconteceu em todo o Brasil, inclusive no Tocantins, e veio como um recado duro e certeiro a várias lideranças políticas no Congresso Nacional e nas Assembleias Legislativas, em que muitos não foram reeleitos.

 

Não foram reeleitos porque não corresponderam às expectativas e, principalmente, às necessidades dos seus eleitores, que os queriam como representantes e não como “ocupantes de gabinetes”, improdutivos, inalcançáveis e supondo-se, inatingíveis.

 

Foi por isso que a maioria dos eleitores do Tocantins decidiram colocar um ponto final nas expectativas de sobrevida política dos que não foram reeleitos.  Foi um julgamento sem dó nem piedade, baseado em fatos – provas – de que quem estava no poder precisava ser substituído por inapetência, inoperância e incompetência.

 

LIMPA GERAL

 

E não foi só no Tocantins, como falamos antes, mas em todos os estados brasileiros, numa espécie de “limpa geral”, que surpreendeu até os institutos de pesquisa, incapazes de identificar tamanha transformação no perfil do eleitorado.

 

Ficaram de fora nomes de “força e tradição” como José Serra, Paulinho da Força, Joyce Hasselman, Ivan Valente, Alexandre Frota, Fernando Pimentel, Marcio França, Abraham Weintraub, Artur Weintraub, Álvaro Dias, Luis Miranda, Marcelo Freixo, Collor, Requião, Molon, Vicentinho, Cesar Maia, Rodrigo Maia, dentre muitos outros.

 

TOCANTINS

 

O eleitorado tocantinense se mostrou intrinsecamente engajado nesse sentimento de mudança, deixando e fora nomes fortíssimos, mas com um viés diferente.  Os não eleitos não são acusados de corrupção ou atos não republicanos, mas se distanciaram de suas bases e tomaram decisões pessoais que desagradaram seu eleitorado cativo, resultando em votações pífias, incapazes de leva-los à sobrevida política.

 

Nomes como Kátia Abreu, Dulce Miranda, Tiago Dimas, Osires Damaso, Célio Moura e muitos outros.

 

Alguns foram vítimas de suas próprias ações, outros, dos problemas conjunturais das novas regras eleitorais, como a Federação Partidária e o cociente eleitoral, que levaram candidatos com menos votos a tomar o lugar de alguns com mais votos.

 

SUCESSAO MUNICIPAL 2024

 

E que fique bem claro aos que desejam ser candidatos nas eleições municipais de 2024.  O recado dado nas urnas no último domingo, tem prazo de validade estendido até outubro de 2024.  Ou seja, não mudarão os motivos ou as formas de julgamento dos eleitores, principalmente no tocante à divisão das oposições, aos chefetes de comissões provisórias de partidos – mais efetivamente nos nove maiores colégios eleitorais do Tocantins.

 

Caso venham divididos para o embate sucessório municipal, as derrotas serão tão devastadoras quanto as que ocorreram na eleição do último dia dois de outubro.  O governador Wanderlei Barbosa não poderá disputar uma reeleição e, possivelmente, se desincompatibilizará do cargo para disputar o Senado em 2026, quando serão duas vagas para o Tocantins.  Com isso, eleger os prefeitos dos principais colégios eleitorais do Tocantins serão sua missão pétrea.

 

Se a oposição ao Palácio Araguaia não estiver atenta a isso, atenta ao recado das urnas, corre o risco de ser tratorada, suplantada por um rolo compressor que veio para ficar, chamado Wanderlei Barbosa.

 

É hora de refletir, baixar a bola, calçar as sandálias da humildade e, principalmente, de trabalhar, muito, para reconquistar a confiança do eleitor.

 

Fica a dica!