As primeiras análises indicam que deve haver uma união de oposicionistas como a única forma de derrotar o atual governador
Por Edson Rodrigues
Triste de um governo e de uma comunidade que não tenha uma oposição forte, competente, inteligente e responsável. O que seria de nós, brasileiros, se não fossem os saudosos baluartes como Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Franco Montoro e Leonel Brizola, que se uniram em oposição ao governo vigente em torno de uma única causa suprapartidária.
Dentro desse contexto, acreditamos que deve, sim, existir uma oposição ao governo Marcelo Miranda, lembrando a todos os governistas que isso faz parte da democracia e só fortalece os ideais pelos quais se luta.
A oposição tem que criticar, tem que apontar o que está errado, mas, principalmente, tem que apontar as soluções e indicar os caminhos. Não adianta apenas ser oposição e nada mais, de forma irresponsável, apenas tentando fragilizar um governo que procura driblar as crises e pavimentar um caminho de progresso e bem estar social.
No Tocantins, sem um nome de consenso, a oposição prepara uma luta inglória, em que o bombardeio e o ataque cerrado fazem parte do cardápio diário.
Aumentar o calibre das armas. Essa é a única saída, vislumbrada pela oposição, para conseguir derrotar o governador Marcelo Miranda nas eleições do ano que vem.
Um dos principais articuladores oposicionistas nos confidenciou que, a partir desta semana, vão aumentar as críticas pontuais às políticas do governo e as articulações para que haja uma união entre as candidaturas pra que seja escolhido apenas um nome para, com a reunião de seguidores de várias vertentes, ter condições de derrotar Marcelo Miranda nas urnas: “o maior pecado da oposição nas próximas eleições será concorrer com dois ou três nomes. Se isso acontecer, pode ‘carimbar a faixa’ para o Marcelo”, sentenciou.
Nossa fonte ressaltou que a atual crise econômica pela qual passa o País fragiliza muito os municípios e, por conseguinte, os prefeitos, que terminam se curvando às benesses que só o Estado pode proporcionar, ficando, assim, politicamente comprometidos com a candidatura de Marcelo Miranda.
“Se a oposição não começar a “cravar a espora” no governo, o mais rápido possível, vai ficar quase impossível conter o crescimento da pré-candidatura de Marcelo e a recuperação de sua popularidade”, avisou.
Até a nossa fonte oposicionista já sabe que o governador Marcelo Miranda está com o pé na estrada, reservando apenas um ou dois dias para ficar no Palácio Araguaia e gastando os demais em visitas à municípios, lideranças e à população, em geral.
Marcelo Miranda já se recuperou dos problemas de saúde que o acometeram e o obrigaram a passar por intervenções cirúrgicas, levando-o a perder mais de 16 quilos e está bem mais forte, fisicamente, aproveitando para privilegiar sua agenda de viagens tanto ao interior, aonde vem entregando obras importantes, quanto à Brasília, aonde vem mantendo importantes encontros com ministros, com o presidente Michel Temer e com representantes dos principais órgãos financiadores do governo federal, como BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.
No próximo dia 14, Marcelo estende seus esforços ao exterior, para onde viaja em busca de mais recursos para o Tocantins, que garantam a assinatura de ordens de serviço e a liberação para obras importantes, como a nova ponte sobre o Rio Tocantins, em Porto Nacional.
Dependendo do sucesso dessas empreitadas, Marcelo Miranda pode, também, dar início às obras de duplicação das rodovias entre Palmas e Porto Nacional e Palmas e Paraíso até o próximo dia cinco de outubro, que se juntarão às diversas obras que o governo do Estado dará início nos 139 municípios tocantinenses, possibilitadas pelos empréstimos autorizados pela Assembleia Legislativa, que colocou, sabiamente, a divisão dos recursos entre os municípios como ponto principal para a liberação.
FUSÃO
Segundo nossa fonte na oposição, o melhor cenário para buscar uma vitória sobre Marcelo Miranda em 2018 seria a fusão das três atuais pré-candidaturas oposicionistas, pois, não há nomes de peso à disposição para formar três boas chapas, competitivas e com condições financeiras para bancar marqueteiros, gráficas, estrutura de campanha, aviões, palanques, equipes jurídicas, e pessoal de trabalho.
“Sem empreiteiras para bancar as campanhas e com as novas regras eleitorais – fim das coligações, por exemplo – ficará muito mais difícil lutar contra uma candidatura que terá a máquina estatal trabalhando a seu favor”, revelou.
Segundo avalia nossa fonte, a oposição, hoje, tem dois bons candidatos, que são o prefeito de Palmas, Carlos Amastha e a senadora Kátia Abreu. Há, ainda, segundo ele, uma terceira candidatura em gestação, que é a do senador Ataídes Oliveira, que vem fortalecendo seu partido com novas filiações de prefeitos, vereadores e lideranças políticas e não pode ser ignorado em um primeiro momento.
As especulações em torno dos nomes do ex-procurador Mário Lúcio Avelar e do Dr. Marlon, adianta nossa fonte, não têm consistência.
VONTADE VERSUS TRADIÇÃO
O que podemos observar nesse processo eleitoral é que mesmo que o povo busque – e queira – mudanças, na prática, não é isso que acontece. Tirando Palmas como exemplo, 60% dos vereadores foram reeleitos e os que podem ser considerados “novos nomes”, na verdade ou são filhos de ex-vereadores, de ex-deputados federais, de “ex-alguma-coisa”, ou seja, são mais do mesmo.
Nos dez principais municípios tocantinenses, a mesma situação se repete, pois há a famosa transferência de votos. Nessas localidades, permanece a filosofia do coronelismo, ou seja, as velhas lideranças políticas continuam ungindo seus preferidos, que recebem os votos dos eleitores seja por gratidão, seja por “rabo preso”, seja por algum favor devido, e isso ainda vai perdurar por muito tempo, pois faz parte da cultura local. Para desespero da oposição, a grande maioria desses “coronéis” ou velhas lideranças políticas, como queiram, não aceita ser chamada de “vagabundo”, o que dificulta sobremaneira que sejam cooptados pelo menos por um dos postulantes ao governo do Estado.
Nos estados mais antigos, como São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro, a figura dos “coronéis” políticos já não existe mais, mas, no Tocantins, ainda são figuras comuns no dia a dia político.
PALMAS E SUAS PECULIARIDADES
Já Palmas, a nossa Capital, é uma cidade fora do contexto das demais do Tocantins. Sua população é formada por jovens, estudantes e por pessoas vindas de todos os estado da federação. Em sua maioria são pessoas esclarecidas, empreendedores, empresários, funcionários públicos concursados, sem vinculação política com este ou aquele candidato ou partido, bem diferente das demais cidades, onde cada família tem, pelo menos, um membro empregado no serviço público por indicação política, significando compromisso com o “benfeitor”.
Logo, Palmas prima pelo voto de protesto ou voto ideológico, onde candidatos como Amastha podem surgir e ser eliminados da vida pública com a mesma facilidade.
Esta análise política que nos foi propiciada por um membro da oposição, como todas as análises, é apenas uma radiografia do momento. Os “se” ainda são muitos, mas é de muita valia para qualquer início de trabalho rumo a uma eleição em 2018.
De qualquer maneira, concordamos em um ponto. O de que mesmo com todas as mudanças na legislação eleitoral e as movimentações políticas, a renovação mínima será de, pelo menos, 30% e qualquer previsão diferente desta foge dos preceitos da política tocantinense.
ELEIÇÕES JUDICIALIZADAS
Nesse contexto todo, não podemos esquecer do fato de que as eleições de 2018 se horizontam extremamente judicializadas, com uma terceiro turno garantido na esfera da Justiça Eleitoral.
Todo cuidado será pouco para que os próprios candidatos não produzam provas contra si mesmos e inviabilizem suas eleições. Em tempos de delações premiadas e ações controladas, o competente Ministério Público não vai precisar investigar muito para pegar muita gente com a “boca na botija”, pois os alcaguetes e delatores estarão juntos com políticos, empresários e cidadãos ávidos por endireitar suas vidas junto à Justiça e contribuir com gravações, filmagens e todo tipo de prova para tirara do páreo os candidatos que não lhes convenham, inserindo como elemento fundamental nas eleições de 2018 o “big brother” eleitoral, que promete levar muita gente ao “paredão” judicial.
Logo, é bom que cada um conheça seus companheiros , seus adversários e principalmente, suas reais condições de ser candidato, sob pena de ficar no meio da estrada, sem condições nem de pedir ajuda.
Quem avisa, amigo é!