O PSDB passou a última semana negociando uma fusão com Podemos ou Republicanos para ganhar força na disputa eleitoral de 2026, além de mais espaço dentro do Congresso Nacional
Por Edson Rodrigues
Na Câmara dos Deputados, a sigla tucana reduziu consideravelmente de tamanho nos últimos anos e, hoje, tem 12 deputados. O Republicanos - que tem a presidência da Casa - tem 44 e o Podemos, 14. As cúpulas do PSDB e Republicanos se reuniram na última semana para discutir o assunto. Os tucanos gostariam de definir até fim de abril, mas foram informados que, caso queiram se unir com o Republicanos, a resposta precisará ser dada até fim de março.
Com o Podemos, a conversa está mais avançada, mas o partido é menor. Por isso, há um interesse maior na fusão com o Republicanos. A cúpula do Podemos já concordou com a alteração de nome da sigla e comando compartilhado, com alternância de poder a cada dois anos. Também há a possibilidade de o Solidariedade, que tem cinco deputados, fundir com Podemos e PSDB.
Marcos Pereira presidente do Republicanos
Com o Republicanos, a sigla aceitaria mudar de nome, mas não alternar o comando. Hoje, o presidente do partido é Marcos Pereira (SP). Dentro da bancada dos tucanos, pelo menos oito deputados apoiam a fusão, mas há resistências em governos locais.
A cúpula do Republicanos sinalizou que a fusão com o PSDB, mesmo sendo um partido menor, seria positiva por incorporar recursos do fundo partidário e tempo de televisão nas eleições.
O Republicanos tem ministérios no governo Lula, mas tem dificuldades de estar coligado em uma eventual candidatura à reeleição do petista de 2026. O PSDB não pretende estar com Lula no próximo pleito.
DIVERGÊNCIAS
O presidente nacional do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), Marconi Perillo, disse em entrevistas que há uma “boa chance” de a sigla se fundir ao Podemos, já que as conversas entre os partidos estão “convergentes”. “Há uma boa chance de vingar com Podemos, porque as conversas estão bem convergentes. Somos mais ou menos do mesmo tamanho e essa possível fusão nos daria o corpo e daria mais segurança também”, disse Marconi.
Presidente do PSDB Marconi Perillo
Perillo ainda declarou que não há nada definido com nenhum partido, mas que o ideal é fazer “uma aliança com um partido já mais estruturado”, e que os tucanos vão definir com qual sigla fará a fusão do fim de março até o início de abril.
O PSDB tem registrado quedas nas urnas nas últimas eleições, sendo a sigla que mais perdeu nomes nas prefeituras em 2024. No Congresso Nacional, os tucanos ocupam 13 cadeiras na Câmara, no Senado, são apenas 3 congressistas.
Em janeiro, o PSD analisava uma possível fusão com o PSDB. Mas Gilberto Kassab, presidente do PSD, manifestou que não há pacificação interna sobre o tema, e que por isso, não iria adiante. O PSDB também já teve conversas com outras siglas, como o MDB, Solidariedade e PDT.
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