Quando batemos na tecla de que ainda está muito cedo para dizer – e apostar – em quem será candidato a governador e senador pelos partidos ou federações partidárias no Tocantins, ainda tem gente que discorda
Por Edson Rodrigues
Mas, aos transitar pelos bastidores da sucessão 2022 no Tocantins, essa certeza do Observatório Político de o Paralelo 13 se concretiza a cada dia. As pedras atualmente à disposição dos eleitores realmente são as mais cotadas, as mais badaladas e as mais prováveis. Mas, apostar todas as fichas em qualquer uma delas, hoje, é, no mínimo, temerário.
Nosso Observatório Político vem acompanhando os trabalhos dos bastidores desde o início das movimentações visando a eleição de dois de outubro e, nos últimos dias, uma articulação vem sendo colocada em andamento pelo PT, comandada pelo próprio “grão mestre” da legenda, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em conjunto com o seu candidato ao governo do Estado, Paulo Mourão, em direção a um “namoro político” com o MDB, presidido no Tocantins pelo ex-governador Marcelo Miranda.
Neste último domingo houve dois fatos extra agenda, que foram o encontra de Paulo Mourão com um grupo de elite do MDB, e um telefonema de Lula para um “5 estrelas” do MDB, com o aval do senador Renan Calheiros, com muita receptividade por parte do interlocutor do lado tocantinense da linha, em um “papo” que durou, exatos, 23 minutos.
Da conversa, resultou o agendamento de uma reunião reservada, na primeira quinzena de maio, a ser realizada em São Paulo ou em Brasília.
Nosso Observatório Político tentou contato com o presidente estadual do MDB, Marcelo Miranda, para ouvir uma palavra sobre esse “namoro” com o PT, mas não teve sucesso.
SURPRESAS E AFUNILAMENTO À VISTA
Caso esse “namoro político” se concretize e se encaminha para um “noivado”, com anúncio e comunicação por parte dos envolvidos, pode-se garantir o surgimento de uma chapa majoritária e uma chapa proporcional formadas no PT, que criem chances para Paulo Mourão disputar uma das vagas para o segundo turno ao governo do Estado.
Com isso, inicia-se um processo de afunilamento das candidaturas majoritárias – governador, vice e senador – e permanece a previsão de mais de 350 candidaturas a deputado estadual e mais de 50 a deputado federal, tanto para reeleição quanto para primeiro mandato.
O início do jogo, como nosso Observatório Político vem “martelando’, só se dará com 100% de intensidade após a realização das Convenções Partidárias, que têm prazo final em cinco de agosto, quando estarão definidas as Federações, as chapas majoritárias e as chapas proporcionais, incluindo as “chapinhas”.
A única certeza que o eleitor pode ter desde já é que será uma eleição completamente sem fidelidade entre proporcionais e majoritários, em que cada um dos candidatos a deputado federal ou estadual vai procurar sua própria “máscara de oxigenação”, ou seja, os meios para realizar sua campanha de forma competitiva para ter chances reais de eleição, sem se preocupar com a situação dos seus majoritários, visto que estes estão decidindo sozinhos os rumos que tomarão, com quem irão fazer federação, deixando os proporcionais “sozinhos na campina”.
QUEM REALMENTE INTERESSA
Mas, o grande fator que vai definir essas eleições será o sentimento do eleitorado. Hoje, cerca de 80% dos cidadãos votantes encontram-se incluídos na faixa dos socialmente necessitados, incluindo desempregados, endividados, com CPFs suspensos, com filhos fora da escola ou da faculdade por incapacidade financeira, membros de famílias destruídas pela Covid-19, oprimidos pela inflação e descrentes das qualidades que algum político possa ter.
Enquanto isso, com um oportunismo estranho e até certo ponto compreensível, a Justiça Eleitoral vem desenvolvendo, junto à mídia, uma campanha para que os jovens de 16 anos tirem seu título eleitoral e votem nestas eleições, utilizando como estímulo a possibilidade de eles elegerem seus representantes para “mudar a política”.
O interessante é que em campanhas anteriores não houve tamanho esforço em busca do voto dos jovens e, desconfia-se, que seja uma tentativa de reverter a vantagem que o presidente Jair Bolsonaro tem em relação ao voto dos idosos, mais conservadores e é, justamente, com Jair Bolsonaro que o Poder Judiciário, que comanda as eleições, está em uma “guerra velada”.
O certo é que será uma eleição com diversos ingredientes novos, completamente imprevisível e, mais uma vez, uma oportunidade de se mudar o País, o Tocantins e a filosofia nociva que impera na política nacional, onde a maioria chafurda na lama da corrupção, movida pelos interesses pessoais em detrimento das necessidades da população.
Que Jesus Cristo esteja olhando pelo Tocantins em dois de outubro!