Já está mais que comprovado que na política não basta ser simpático, extrovertido e bancar o bom moço. Todas essas – boas – características de nada adiantam se o político não tiver um grupo forte. Do contrario, não terá condições de formar uma chapa profissional e competitiva
Por Edson Rodrigues
O Observatório Político de O Paralelo 13 faz, aqui, um alerta político aos dirigentes partidários, mais especificamente aos possíveis pré-candidatos proporcionais nas eleições estaduais.
De um ponto de vista panorâmico, nosso Observatório Político vê, no momento, potencial para formar chapas proporcionais competitivas nos partidos União Brasil, Republicanos, PL e PP, haja vista o quociente eleitoral por vaga, dividindo os votos válidos, em torno de 45 mil para deputado federal. Já as vagas para deputado estadual, estão baseadas em uma média de 25 mil votos por vaga. Nos dois casos, é preciso levar em conta, ainda, a abstenção.
Ou seja, não basta apenas ter fundo eleitoral e infraestrutura financeira. É preciso somar a isso votos e outras candidaturas competitivas.
PSDB E MDB
O PSDB e o MDB têm como presidentes e possíveis candidatos a deputado federal a ex-prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro e o deputado federal Alexandre Guimarães, respectivamente. Apesar deste último estar almejando o Senado, se sua escolha não de colar ou não encontrar vaga em uma boa chapa majoritária, terá que optar, mesmo, pela reeleição, e é aí que “o boi empaca para não entrar no curral do MDB”.
Alexandre Guimarães não terá Dulce Miranda como candidata a deputada federal com seu potencial de votos que chegou, na última eleição, a 38. 138 votos, para somar e conseguir p quociente eleitoral para “puxar” mais um. Isso sem levar em conta que o MDB não conseguiu eleger nenhum deputado estadual nas últimas eleições.
Da mesma forma encontra-se o PSDB de Cinthia Ribeiro que, mesmo com todos os esforços e infraestrutura político-partidária, o partido da então prefeita de Palmas conseguiu eleger somente – e justamente – o esposo de Cinthia, deputado estadual Eduardo Mantoan – e com apenas 14.062 votos, o que lhe conferiu a 17ª posição entre 24 vagas.
Caso a ex-prefeita decida, realmente, ser candidata à deputada federal, terá, obrigatoriamente, que turbinar seu partido com nomes competitivos também para deputado federal ou estar em uma federação com outras candidaturas boas de voto.
Desta vez, esse alerta vale, também, para Eduardo Mzantoan, que não terá a “Mamis Poderosa” fornecendo essa infraestrutura partidária e pessoal para dar suporte político e logístico, como aconteceu no pleito em quem Mantoan acabou eleito.
PSDB e MDB precisam, antes de qualquer coisa, ter representatividade política n a formatação de suas chapas proporcionais para 2026.
O imbróglio político-partidário no Tocantins é, sim, muito grande no momento, e olha que ainda falta um ano e seis meses para que um diagnóstico mais palpável possa ser apresentado, em que estarão definidos os candidatos ao governo do Estado, ao Senado e quantas chapas proporcionais estarão registradas junto ao Tribunal Regional Eleitoral.
Infelizmente, não podemos deixar de fora dessa equação as conclusões dos inquéritos das operações da Polícia Federal e, muito menos, descartar novas operações acontecendo até lá, além da formação das federações partidárias e as fusões, que estão em plena negociação entre as cúpulas dos partidos
WANDERLEI BARBOSA NÃO SERÁ CANDIDATO AO SENADO
A decisão pública do governador Wanderlei Barbosa de permanecer no cargo até o fim do seu mandato, abriu espaço para a composição de uma vaga majoritária na chapa para governador. O candidato que terá o apoio do Palácio Araguaia, na pessoa do próprio Wanderlei, conforme ele próprio deixou claro ao Observatório Político de O Paralelo 13 em café da manhã na sua residência, nesta última semana, ocasião em que nos foi revelado que a cúpula nacional do Republicanos exigiu uma participação na chapa majoritária, tudo indica que, para senador. No momento, tudo indica que essa vaga seria para o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Amélio Cayres. A outra vaga para o Senado nessa chapa, já está definida, tendo o senador Eduardo Gomes, aliado “de ouro” do governo do Estado.
Com essa composição, não haverá vaga para o deputado federal Carlos Gaguim realizar seu sonho de ser senador, pois o seu partido, o União Brasil, já terá a senadora Dorinha Seabra como candidata a governadora.
Na probabilidade da formatação dessa chapa, também não haverá espaço para o deputado federal Alexandre Guimarães se candidate ao Senado, a não ser que haja um alinhamento dele com Wanderlei Barbosa para que Amélio Cayres venha como candidato a deputado federal com apoio das bases de Alexandre Guimarães. E isso vai precisar de um enorme exercício político, costuras, entendimentos e muita, muita conversa.
CONCLUSÕES
Levando-se em conta que o governador Wanderlei Barbosa é o maior e mais forte líder político no Tocantins, com poder de transferência de votos, principalmente se o candidato for um político com serviços prestado ao povo tocantinense e não esteja envolvido em atos não republicanos, diante desta visão panorâmica aqui traçada, a chapa majoritária do Palácio Araguaia já está, praticamente, traçada, faltando, apenas, um candidato a vice-governador e os suplentes para as duas vagas ao Senado.
Sempre é bom lembrar aos nossos leitores, que não se pode deixar de destacar que, apesar do prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos estar focado em sua ótima gestão, numa largada surpreendente em termos de ritmo e qualidade de trabalho, e afirmar que não quer liderar nenhum tipo de oposição a ninguém, seu nome sempre estará em voga quando se tratar de líderes políticos que devem fazer parte das mesas de negociação para as definições de chapas majoritárias, mesmo que seja, apenas, para dar o viés a ser seguido, pois, segundo o próprio Eduardo, ele não está pensando em nada além de ficar os próximos oito anos à frente do Executivo da Capital.
Eduardo, aliás, está afastado da prefeitura para cuidar da saúde do seu filho, Samuel, transferido de UTI aérea para um hospital de São Paulo, e da sua esposa, Polyanna, que também passa por um momento delicado de saúde.
Rogamos a Deus para que tudo aconteça da melhor forma possível apara a família de Eduardo Siqueira Campos e que ele possa voltar o mais breve possível – e aliviado – desse afastamento mais que justificável.
Portanto, tudo o que foi apresentado aqui, nesta análise, é apenas um esboço das tendências políticas do momento. Mudanças e ajustes políticos podem – e devem – acontecer de acordo com as circunstâncias que forem se apresentando ao longo do tempo em cada grupo político.
O tempo – e ele é longo e inexorável – se encarregará de moldar cada grupo até que chegue agosto de 2026, quando as convenções partidárias baterem o martelo e sacramentar quem está com quem e quais serão, definitivamente, as chapas que irão para o embate das urnas.
Caberá aos eleitores tocantinenses fazer a filtragem do que lhe for apresentado, e definir, nas urnas, o veredito final, sem direito a recursos.
Por hoje, é só!