Presidente do Congresso discursou na abertura dos trabalhos da Casa nesta segunda-feira (3)
Rute Moraes e Lis Cappi
O presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (União-AP), disse, nesta segunda-feira (3), que cada Poder deve respeitar suas “funções” e “limites”. A fala foi dita durante a abertura da terceira sessão legislativa ordinária da 57ª Legislatura do Congresso.
Na ocasião, ele defendia ser necessário “consolidar a economia, equilibrar contas públicas e promover o desenvolvimento econômico e social”. Dessa forma, o Congresso iria garantir que a voz do povo seja ouvida e respeitada.
“Para que isso tudo aconteça, é essencial que cada Poder respeite suas funções e seus limites. O Congresso tem a sua autonomia e as suas prorrogativas. Vamos trabalhar em harmonia com Executivo e Judiciário, mas sempre garantindo que a voz do povo, representada nesse Parlamento, seja a base de todas as decisões”, declarou Alcolumbre.
O presidente do Congresso defendeu que a Casa avance em uma agenda fiscal para gerar empregos e combater a desigualdade. Assim, destacou que é necessário um Legislativo “forte, atuante e, sobretudo, respeitado”.
“Um congresso que fiscaliza, que propõe, que debate, que faz acontecer. Um legislativo forte é indispensável à estabilidade democrática. É a garantia de mecanismos efetivos de fiscalização do uso dos recursos públicos e da execução das políticas governamentais. É o espaço real de negociação e mediação, que promove o equilíbrio entre os diferentes grupos políticos, regionais ou sociais”, continuou.
Alcolumbre defendeu ainda que exista uma oposição “consciente”, e que todos os parlamentares atuem com cordialidade, respeito mútuo e diálogo.
Estiveram presentes na cerimônia, compondo a mesa principal, as seguintes autoridades: presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luís Roberto Barroso; o procurador-geral da República, Paulo Gonet; e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, que representou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não pôde comparecer.
Além disso, entre as autoridades presentes estavam: os ministros do STF Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes; além dos ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública).
Protesto da oposição
Durante a sessão, deputados de oposição ao governo usavam bonés com a escrita “comida barata novamente; Bolsonaro 2026″. Além disso, eles falaram palavras de ordem: “Lula, cadê você? O povo está com fome e não tem o que comer”.
Os parlamentares levaram ainda diversas peças de picanha e pacotes de café. Nos pacotes de carne, havia uma foto do ex-presidente Jair Bolsonaro com a frase “picanha black”. Já a embalagem do café uma foto de Lula com a escrita “nem picanha e nem café”.
Além de Alcolumbre, discursaram na cerimônia o primeiro-secretário da Câmara, deputado Carlos Veras (PT-PE), que leu o discurso de Lula, Barroso e o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Alcolumbre eleito como novo presidente do Senado
Alcolumbre retornou ao comando do Senado e do Congresso no sábado (1°) após conquistar 73 votos. Em 2019, ele foi eleito pela primeira vez para o posto.
Após eleito, ele defendeu a autonomia e autoridade do Senado como Casa Revisora. Em geral, o senador amapaense indicou que a Câmara dos Deputados tomou o protagonismo, tirando a autoridade do Senado.
Ele ainda enviou recados ao STF (Supremo Tribunal Federal) e ao Poder Executivo, dizendo que o Congresso “não vai se omitir ou vacilar”.