SUCESSÃO ESTADUAL 2022: O DESAFIO DOS CANDIDATOS PROPORCIONAIS

Posted On Segunda, 21 Março 2022 06:44
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A cada dia que passa, ficam mais curtos os prazos e a distância para as eleições do próximo dia dois de outubro. Da mesma forma, aumentam as dificuldades para os candidatos detentores de mandatos encontrarem um partido que aceite suas filiações para concorrer á reeleição.

Por Edson Rodrigues

 

Por outro lado, aqueles que estavam tranqüilos em suas legendas visando a reeleição ou, até mesmo, uma primeira eleição, são atormentados pelas barreiras que começam a ser impostas pelas Federações Partidárias.

 

Os partidos já federalizados estão tendo que descascar um “abacaxi duplo”, que é ficar, obrigatoriamente, por quatro anos sem unido com as legendas da federação – por mais oportunista que tenha sido o “casamento” – e sustentar suas próprias candidaturas a prefeito, em 2024, “engessados” pelos olhares astutos e eficientes da Justiça Eleitoral.

 

CONTAGEM REGRESSIVA

 

Os próximos dias serão cruciais para cada um, partidos e candidatos, encontrar seus “cantinhos”, seus portos seguros, em chapas proporcionais com ou sem federação partidária, uma vez que a contagem regressiva já está em andamento, com término marcado para próximo dia dois de abril.  As dificuldades que vêm se interpondo no caminho de quem quer disputar uma vaga para deputado federal ou estadual já começam a fazer as primeiras vítimas, com postulantes já considerando nem se candidatar, tamanhos os percalços para encontrar um partido para se filiar.

 

Diante de todo esse cenário, é fácil afirmar que a parada não será nada fácil para os que buscam uma reeleição, principalmente para deputado estadual, que, além de tudo, ainda estão com suas imagens mais que desgastadas junto à opinião pública e ao eleitorado.

 

MARKETING POLITICO

Os pré-candidatos a deputado estadual e federal, assim como os pré-candidatos ao Senado, sejam à reeleição, sejam de primeira viagem, precisam, além de toda a preparação, estruturação financeira e partidária e vocação, ter um marketing político de primeira, feito por profissionais, com foco nas redações dos principais veículos de comunicação, pois é fato que os candidatos que estarão buscando um mandato, terão que bater de frente com os atuais detentores de mandato, que buscam uma reeleição.

 

Ou seja, será uma batalha dupla, e quem não tiver um marketing competente, vai gastar dinheiro a toa e enfrentar dificuldades em dobro para se eleger.  A disputa será a mais apertada possível e o marketing político pode ser o fator de desempate.

 

Embora a rejeição contra os atuais deputados estaduais seja grande, para não dizer monstruosa, os novos pretendentes terão que cativar os eleitores e mostrar que podem ter um desempenho melhor que os atuais na assembléia Legislativa e, quanto mais profissional for o trabalho de marketing, mais fácil fica de argumentar.

 

OS CONCORRENTES

Membros do MDB 

 

O que podemos adiantar é que a chapa de candidatos a deputado federal e estadual do MDB, em formação pelas mãos do seu presidente estadual, Marcelo Miranda, com candidatos sem mandato, deve levar a uma ruptura com os cinco deputados estaduais que estão, hoje, na legenda, visto que praticamente todos fazem parte da base de apoio a Wanderlei Barbosa e o MDB já se declarou oposição ao Palácio Araguaia.

 

Segundo informações de bastidores, somente dois deputados estaduais devem ficar na legenda, ressaltando que o partido tem um gordo Fundo Eleitoral e um ótimo Horário Gratuito de Rádio e TV a ser distribuído entre seus candidatos.

 

Já o PSDB da prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, virá, também, com uma chapa de proporcionais ou “puro sangue” ou fruto de uma Federação, mas, de uma forma ou de outra, a prefeita do maior colégio eleitoral do Tocantins vem forte, junto com seu partido, em busca de maior representatividade em todo o Estado.

Prováveis candidatos do Palácio Araguaia

 

Já para o Republicanos, todo cuidado é pouco para que não haja um “suicídio eleitoral coletivo”, na onda da filiação do agora governador de fato e de direito, Wanderlei Barbosa.  De nada adianta irem 15 ou mais deputados e pretendentes a deputado, com fome ao pote, se nenhuma chapa ou federação, mais que comprovadamente, vai fazer mais que oito eleitos.

 

O partido de Wanderlei Barbosa deve vir com um chapão de candidatos a deputado estadual, formado em grande parte – de 12 a 14 nomes – por candidatos à reeleição, e está preparando uma chapa de candidatos a deputado federal encabeçada pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Toinho Andrade.

 

A previsão do Republicanos é de fazer dói deputados federais, além dos demais, membros de outros partidos, mas da base do governador Wanderlei Barbosa.

 

Além dos tradicionais, várias outras chapinhas proporcionais estão em formação no Tocantins, todas com boas chances de ocupar de uma a duas vagas na composição final da Assembleia Legislativa.  Isso só ficará mais claro após as Convenções Partidárias, que têm prazo final no início de agosto.

 

E O ELEITOR...????

 

Desgastada porque o eleitorado tocantinense, em sua maioria desempregados, em um Estado que tem 60% de sua população avaliada como na linha de pobreza, e muitas famílias órfãos, com seus chefes vitimados pela Covid-19.  Para essa grande parcela da população, a culpa por tudo isso é da classe política, que não se preocupou em proporcionar uma rede de saúde pública adequada, enfiaram o Tocantins em uma espiral de corrupção de fazer vergonha a todo o Brasil, uma oposição que se mostrou fraca ante governos que deixaram a desejar.

 

O último, de Mauro Carlesse, a se comprovar os fatos que levaram o STJ a afastá-lo de seu mandato, comprova-se, também que os parlamentares estaduais foram, no mínimo, cegos ou omissos, para não falar que tiveram participação nos atos não republicanos, pois a grande maioria dos 24 deputados estaduais era leal a Carlesse. Esse julgamento ficará a cargo dos eleitores e das suas convicções.

 

Enquanto isso, sabe-se de antemão que os deputados federais e senadores não carregam esse peso, pois houve os que não se posicionaram nem contra nem a favor do governo de Carlesse e ajudaram o Tocantins sem indicar ninguém nem cobrar seu quinhão de participação no governo do Estado.  Dentro desse cenário, ninguém melhor que o próprio eleitor para saber separar o joio do trigo.

 

VALENTIA OPORTUNISTA

 

Mesmo assim, sem o mesmo peso que os deputados estaduais, na última semana alguns dos detentores de mandatos federais pelo Tocantins resolveram mostrar o quanto são “valentes”, agora que o pior perigo já passou, fazendo denúncias contra a gestão de Mauro Carlesse e, até, contra o governador Wanderlei Barbosa, aos quais chamaram de incompetentes e “farinha do mesmo saco”.

 

As perguntas que ficam são: onde esses “valentões” estiveram nos últimos três anos?  Dormindo?  Omissos?  Coniventes? As três opções juntas ou comendo pelas beiradas, nas benesses dos governos?

 

Quem somos nós, da imprensa, para apontar o dedo a respeito de todos esses questionamentos?  Quem vai julgar será o juiz de fato e de direito de todo processo democrático, o eleitor, na cabine de votação, no dia dois de outubro.

 

Aguardamos as convenções para que os candidatos sejam, finalmente, decididos e apresentados, para que, acompanhando o povo, possamos presenciar o julgamento que sairá das urnas.  Até lá, tudo será especulação.

 

Que Deus esteja conosco!

Última modificação em Segunda, 21 Março 2022 07:03