Por Edson Rodrigues
Eis que o maior colégio eleitoral do Tocantins terá seu maior e mais disputado pleito eleitoral em 2024. Não só pela importância de ter a maioria dos votos em um universo de mais de 200 mil eleitores – que pode decidir a eleição para o governo do Estado em 2026 – mas pelo momento histórico de estabilidade política e econômica pelo qual o Estado do Tocantins está passando, com a possibilidade de, finalmente, se estabelecer como uma unidade federativa importante e influente, com sua economia deslanchando, capitaneada pelo agronegócio, deixando de ser uma eterna “promessa”, e assumindo seu lugar de “celeiro” do Brasil.
Por isso, Palmas precisa de um gestor agregador, com visão de futuro, que cuide do povo, mas que, principalmente, seja um excelente administrador, capacitado, inteligente e honesto, sem ódio no coração e sem perseguição política como premissa.
Candidatos à Prefeitura de Palmas nas eleições de 2020
A “temporada de caça” a um nome que reúna essas características está aberta, não só entre a população, mas entre os partidos e grupos políticos, que sabem que, com a inevitável realização de um segundo turno, caso não haja um vencedor com 50% mais um dos votos do primeiro turno, todos os que colocarem seu nome para a avaliação do voto popular terão que encantar os eleitores com projetos, propostas ideias e, principalmente, caráter.
Por isso, o Observatório Político de O Paralelo 13 trabalhou durante todo o Carnaval, com inúmeros contatos pessoais e remotos com líderes dos partidos mais importantes, para trazer uma radiografia do atual cenário político da nossa Capital, Palmas.
Nossa primeira constatação é de que ainda faltam algumas peças para compor o tabuleiro sucessório da Capital e, independente de alguns nomes já trabalhados nos bastidores, ainda não há uma candidatura com cacife suficiente para colocar o pé na estrada em busca de apoio político e popular.
PECULIARIDADES
Palmas tem peculiaridades que a diferem dos demais municípios do Tocantins. Nossa Capital abriga 90% das emissoras de rádio e TV, que serão “cabeças de rede” na exibição do Horário Político Obrigatório, o que faz com que todos os concorrentes tenham, pelo menos, a chance de ir para o segundo turno contra o candidato mais votado e tentar reunir em torno de si os votos das demais candidaturas derrotadas sendo que, em Palmas, estão quase 50% dos votos de todo o Tocantins, o que torna essa possibilidade de reunião de votos um verdadeiro “laboratório” para uma candidatura majoritária em nível de Estado, e os resultados e divulgações de pesquisas eleitorais referentes ao pleito de Palmas refletem – e muito – positiva ou negativamente nos demais municípios, principalmente nos maiores colégios eleitorais.
Logo, uma candidatura própria de qualquer partido precisa ser extremamente bem planejada e estruturada, com fundo eleitora polpudo e tempo de sobra no horário eleitoral obrigatório de rádio e TV, além de ser encabeçada por um nome forte, que tenha infraestrutura pessoal e seja realmente bem quisto pela população, em especial, pelos eleitores.
Ou seja, uma candidatura em Palmas não é para amadores e não deve, jamais, ser uma aventura, uma experiência com os nomes, pois a abrangência de uma derrota extrapola os limites da Capital e pode inviabilizar voos maiores em um futuro próximo.
O EXEMPLO DIMAS
Um exemplo claro e próximo dessa necessidade de infraestrutura pessoal e partidária é a derrota de Ronaldo Dimas para o governo do Tocantins. calcado na imagem de excelente administrador, capaz de dar uma nova cara para a segunda maior cidade e colégio eleitoral do Tocantins, Araguaína, sua candidatura ao governo do Estado naufragou por falta de unidade em seu grupo político, por decisões impostas “goela abaixo” e por ausência de infraestrutura partidária.
Ao concorrer com Wanderlei Barbosa, um candidato que tinha uma situação extremamente oposta, com um grupo político consolidado e uma frente partidária que lhe garantiu o maior tempo de rádio e TV, Dimas acabou relegado a uma votação pífia, enquanto o governador conseguiu sua reeleição com a maior votação proporcional da história do Tocantins.
OS CONCORRENTES
O cenário atual da corrida sucessória na Capital reúne nomes de peso na política local e estadual, mas que ainda precisam reunir as características citadas acima, tendo como único e exclusivo foco a eleição para a prefeitura de Palmas.
Dentre esses nomes estão o da ex-presidente da Câmara Municipal de Palmas e atual deputada estadual, Janad Valcari, uma política jovem, destemida, firme, corajosa e preparada, que está construindo os alicerces de sua candidatura à prefeitura, baseada em seu discurso de credibilidade para debater o futuro da Capital para os próximos anos. Outro que figura entre os candidatos é o deputado estadual Júnior Geo, também um político de carreira recente, mas que goza de credibilidade junto à população, com ênfase nos estudantes e professores, por conta da coerência de sua bandeira e de suas propostas, mas que ainda carece de um grupo político mais numeroso, caso queira chegar a um segundo turno.
Carlos Amastha é outro nome que surge com naturalidade entre os candidatos possíveis à prefeitura da Capita. Ex-prefeito, Amastha é considerado um bom gestor e muito bom de marketing político, mas sem a formação de uma federação partidária dificilmente poderá chegar ao segundo turno. Para isso, já busca a formação de seu grupo político, desde que foi derrotado na eleição para o governo do Estado, assim como Ronaldo Dimas, em meio à turbulência durante sua campanha.
Há, ainda, nos bastidores políticos, articulações por parte do presidente do MDB estadual, Marcelo Miranda, visando a filiação do ex-senador Ataídes Oliveira à legenda. Caso a filiação se concretize, não está descartada a possibilidade de o MDB indicar Ataídes como seu candidato à prefeitura de Palmas, levando em consideração o fato do ex-senador sem um empresário bem-sucedido, com diversos negócios na área da construção civil da Capital, onde gera muitos empregos, além de ser um pioneiro e um político ficha limpa, tendo desenvolvido um trabalho respeitado no Senado Federal.
OS “CABOS ELEITORAIS”
Prefeita Cinthia Ribeiro e o governador Wanderlei Barbosa
Outro componente que vai influir decisivamente na eleição do próximo prefeito de Palmas são os “cabos eleitorais”, que respondem pelos nomes de Wanderlei Barbosa e Cintia Ribeiro, governador do Tocantins e atual prefeita da Capital, respectivamente.
Ser candidato à prefeitura de Palmas com as bênçãos de qualquer um dos dois já garante meio caminho andado rumo ao segundo turno. Se tiver o apoio dos dois, o meio caminho percorrido será rumo à vitória, em primeiro ou segundo turnos. E isso vale para os candidatos que já estão com seus nomes no páreo ou para novos nomes que venham a surgir.
Ou seja, a participação de Wanderlei e de Cinthia na sucessão da Capital será decisivamente primordial.
Caso seus candidatos – ou candidato único - não seja uma imposição, vinda de cima para baixo, mas um nome trabalhado, avaliado e aceito pelas bases, a chance de vitória é real e concreta.
É óbvio que tanto Wanderlei Barbosa quanto Cinthia Ribeiro querem estar juntos ao próximo prefeito de Palmas, de olho nas eleições de 2026, já que nenhum dos dois pode ser candidato à reeleição em seus mandatos atuais, pois, como já adiantamos, o maior colégio eleitoral do Tocantins é decisivo para as pretensões de qualquer político ou grupo político que queira se manter em evidência e ser lembrado pelos eleitores.
Assim como é importante para o povo, Palmas é importante para os políticos. que tal cada um tratar a nossa Capital de acordo com essa importância?
É o primeiro passo.... fica a dica!
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