"UNIÃO" PELA SOBREVIVÊNCIA POLÍTICA EM 2022: UM GRUPO DE POLÍTICOS E PARTIDOS SE UNE VISANDO GALGAR O PODER NOS PRINCIPAIS COLÉGIOS ELEITORAIS DO TOCANTINS

Posted On Segunda, 21 Setembro 2020 04:10
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“União nacional, diálogo, entendimento, conciliação, trégua são nomes de um estado de espírito que está se formando na comunidade nacional.”

 

Trecho do discurso de despedida de Tancredo Neves do Senado, em 1983.

 

Palmas, Araguaína, Porto Nacional, Gurupi e Paraíso têm “acertos oposicionistas” duvidosos, pois após o pleito de 15 de novembro, apurados os votos, ninguém sabe se a união vai durar

 

Por Edson Rodrigues

 

As eleições de 15 de novembro próximo guardam em seu contexto peculiaridades “perigosas” para qualquer acerto político visando os cargos de prefeito e vereador em disputa.  A partir do dia 31 de dezembro findam as ajudas do governo federal aos estados e municípios, além do auxílio emergencial aos milhões de brasileiros desempregados ou na informalidade que, graças a elas, não passaram fome.

 

Os grupos políticos e os partidos que estão forjando “uniões” de última hora para a sobrevivência política nestas eleições de 2020, são, em sua maioria, de oposição ao governo federal e, mesmo que consigam êxito em suas pretensões eleitorais em cidades de média a grande porte do Tocantins, terão que se virar financeiramente, sem as bênçãos nem do governo do Estado, muito menos do governo federal.

 

Some-se a isso os milhares de problemas pós pandemia que serão repassados às futuras administrações que tomarão posse em primeiro de janeiro, que não participaram nem tiveram conhecimento profundo sobre os protocolos adotados pelas autoridades de Saúde.

 

Nesse quesito, os candidatos à reeleição que vencerem seus pleitos, terão a vantagem de apenas dar continuidade ao que já vinha sendo feito, mas, todos os eleitos, sem exceção, contarão apenas com os recursos constitucionais e das receitas próprias, em um Estado que não é industrializado e em que a maioria absoluta dos municípios sobrevive apenas dos repasses do FPM e dos minguados “caraminguás” do ICMS.

 

Será um começo de mandato de muitos desafios, pois, por ser início de ano, as emendas impositivas tanto estaduais quanto federais, só começarão a chegar no segundo semestre, dependendo da força política do autor da emenda com os governos de Mauro Carlesse e de Jair Bolsonaro.

 

Não sendo dessa forma, o processo de sobrevivência política dos governos municipais será apenas desespero.

 

E isso não está errado, pois faz parte do processo democrático.  A presença de uma oposição é importante para haver o equilíbrio de forças.  Do contrário, vira ditadura.

 

O QUÊ DIZ O ELEITOR?

 

Nunca, jamais na história política, o eleitor teve um papel tão preponderante em uma eleição.  Neste momento, a maior parte do eleitorado, que está na base da pirâmide social do Tocantins, se encontra tentando sobreviver, desempregada, e tentando evitar que suas famílias passem por privações, tenham, ao menos, duas refeições garantidas por dia, que os aluguéis estejam pagos, mesmo sem saber como, pois os atrasos se acumulam, as contas de luz e água para por em dia, com a esperança no Decreto de Calamidade Pública, que prorrogou o pagamento dos atrasados até 31 de dezembro, sem somar com as contas na quitanda, nos colégios particulares e nas faculdades de seus filhos.

 

Apenas a minoria que tem contracheques gordos, vale alimentação, assistência médica e a garantia do salário na conta vem fazendo a “fuzarca” eleitoral, brigando por seus candidatos e pelos nomes que os manterão próximos ao poder e ao padrão de vida que levam.

 

O restante, citado anteriormente, ainda está silencioso, analisando a situação a que foram relegados pelos governos municipais, alguns órfãos de pai, mãe, avôs, avos e parentes muito próximos, que se foram por falta de um leito de UTI ou de atendimento médico adequado, abandonados pela classe política.

 

Esses eleitores ainda estão prestando atenção nos carrões de luxo e na ostentação dos que estão próximos ao poder, se fazendo de surdo-mudo, mas com a visão e as mentes sadias, alertas para os “políticos Copa do Mundo”, que só aparecem de quatro em quatro anos, para os “políticos gafanhotos”, que trituram as folhas de pagamento com parentes e amigos.

 

Será esse eleitor que irá analisar tudo, colocar todos no mesmo “balaio” e irá ponderar se vale à pena deixar seus lares para comparecer às urnas, se expor ao Covid-19, para votar em um candidato a prefeito ou a vereador que sabe que não fará nada por ele.  Nesses casos, a multa de três reais vale muito mais a pena

 

"PAI NÃO É QUEM FAZ, MASQUEM CUIDA"

 

Os prefeitos eleitos em 15 de novembro próximo, que assumirão em primeiro de janeiro de 2021, têm os mandatos sob sua tutela, podendo mudar, a qualquer momento, de partido.  Já os vereadores têm os seus cargos em poder do partido.

 

Logo, até as eleições de 2022, muitas posições políticas e muitas “filosofias” pode mudar de uma hora para outra, de acordo com as conveniências de grupo e pessoais. E, como as oposições estão divididas, ainda é cedo prever quem é quem e quem “será” com quem, tendo como única certeza que a vontade do povo e os motivos que levarem o povo a eleger qualquer candidato estarão em último lugar na escala de importância adotada pelos políticos para definir se vão ou se ficam.  O que interessa, no fim, é apenas o poder pelo poder.

 

FUTURO

 

Até o próximo dia 26 de setembro, qualquer previsão positiva ou negativa sobre os grupos políticos que aí se encontram, formados por partidos e líderes, será mero palpite.  Chute puro!

 

Só a partir dos registros das candidaturas e das coligações será possível vislumbrar as nuances de cada candidatura.  Até lá, serão muitos os lances políticos, as jogadas de mestre e os xeque-mates aplicados na busca do voto nesta campanha.  Cada lance com as características da região e movidos pelas particularidades dos interesses de cada candidato.

 

Se somarmos a isso as operações da Polícia Federal que explodem a cada dia no Tocantins, que podem atingir o seio de algumas campanhas ou respingar em alguns candidatos, apoiadores e avalistas de campanhas, temos aí um cenário perfeito para as incertezas.

 

Há ainda o fato de que os “times políticos”” ainda não estão totalmente ‘escalados” e que a partida mal começou.

 

Mesmo assim, as baixarias nas redes sociais já começaram e devem “feder” muito até o fim da campanha, deixando aos veículos de comunicação tradicionais, impressos ou online, como a “tábua de salvação” dos eleitores preocupados em formular um voto consciente e correto, baseado em informações reais e comprometidas com a verdade.

 

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