Por Guilherme Caetano
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, disse que a instituição vai lançar uma linha de crédito voltada para micro e pequenas empresas.
A declaração foi dada numa entrevista exclusiva à GloboNews.
“[O financiamento de grandes empresas por parte do BNDES] Foi uma política com grandes questionamentos. Nós temos que rapidamente nos mobilizarmos para a parte de infraestrutura.
A gente vai ter um papel muito importante no relançamento das atividades econômicas assim que a gente vencer a questão da reforma da Previdência”, declarou Levy. “Nós estamos desenvolvendo novos instrumentos para ajudar nesse tipo de financiamento.
Semana que vem vamos lançar uma linha de crédito especial, desenhada especialmente para as micro e pequenas empresas“. Saiba mais: Aeroportos: Governo arrecada R$ 2,377 bi em leilão dominado por estrangeiros O volume individual desse financiamento, de acordo com o presidente do banco, pode chegar a R$ 500 mil, a depender do tamanho da empresa.
O preço tem uma combinação do custo do dinheiro do BNDES, por volta de 7%, somado ao spread (taxa que cobre o risco da empresa), que pode chegar a mais 5% ou 7%, podendo ser maior para pequenas empresas. No total, essa taxa deve ser de 12% a 15%.
O volume total do programa de financiamento é “bastante significativo, segundo Levy. “Graças a Deus, hoje o BNDES tem dinheiro para emprestar para micro e pequenas empresas“, afirmou. Saiba mais: Guedes diz que governo vai descentralizar recursos obtidos do pré-sal Ele cita alguns investimentos da instituição atualmente, como em ferrovias, rodovias e no setor de energia.
“Com o pré-sal, a gente vê uma perspectiva de aumento da produção de gás no Brasil. Se a gente conseguir abrir esse mercado da distribuição de gás e dar maior acesso ao caminhoneiro para ele poder usar o gás, isso traz um elemento de estabilização do preço do combustível e de previsibilidade para o caminhoneiro, pode ser extremamente interessante”, declarou. Saiba mais: Proposta de militares aumenta custo da categoria em R$ 10 bi em dez anos Quando questionado sobre os projetos financiados no passado pelo BNDES, Levy disse que eles “continuam causando bastante desconforto”. “Enquanto projetos, muitas vezes não alcançaram o objetivo. Em alguns casos, são aeroportos completamente vazios, que o próprio país que recebeu a obra não está contente. O aeroporto de Moçambique eles chamam de elefante branco.
O porto de Mariel em Cuba, também. O problema, do nosso ponto de vista, é a questão de que [esses projetos] hoje são inadimplentes. Há um prejuízo para a economia”.