O processo sucessório de administração de Palmas promete a disputa mais acirrada da jovem capital, um desafio de gigantes
Nos bastidores da política palmense seguem as articulações, os acordos, as buscas pelo melhor grupo político capaz de oferecer aos eleitores da Capital, nomes que possam elevar a cidade ao patamar que merece, um lugar de destaque, com possibilidades reais de crescimento econômico e independência financeira. Nessa corrida, personagens já conhecidos dos palmenses e outros nem tanto se despontam e disputam a atenção dos eleitores. Um deles, com bastante experiência na administração da cidade, é o ex-prefeito Carlos Amastha (PSB), que aparece em terceiro lugar nas rodadas das pesquisas que começam a surgir.
Carlos Amastha ficou conhecido como um dos prefeitos que mais trabalhou por Palmas, que transformou a cidade em belos cartões-postais, que mais fez pela saúde, que concluiu obras deixadas pelas metades por seus antecessores (especialmente ruas e avenidas), que trouxe o carnaval da fé e muitos outros benefícios. Mas nem tudo são flores, ele também ganhou o título de pior prefeito para os servidores municipais, aquele que menos fez pelos servidores, ganhando a malquerença de muitos.
O jornal O Paralelo 13 entrevistou com exclusividade o pré-candidato, presidente do PSB Tocantins, Carlos Amastha, e questionou sobre as principais propostas para Palmas, caso consiga se eleger novamente. Ao longo da entrevista, o prefeiturável elencou e questionou algumas das ações da atual gestão, falou sobre suas principais propostas para um possível mandato e o que fez pelos servidores municipais, entre outros assuntos.
Confira a íntegra da entrevista do pré-candidato a prefeito de Palmas, pelo PSB, Carlos Amastha.
R - A visita do presidente nacional, Carlos Siqueira, foi um ato de apoio ao trabalho que o PSB vem fazendo no Tocantins e que está rendendo muitos frutos, principalmente na nossa capital. Já são cinco anos que a gente está afastado da gestão municipal e o cidadão palmense tem uma lembrança muito forte dos avanços da cidade. Então, queremos resgatar isso tudo, Palmas quer voltar a brilhar, o brilho dos palmenses e dos tocantinenses precisa ser resgatado e o PSB vai possibilitar isso, pois a principal marca do PSB é a qualidade das suas gestões. Eu fiquei obviamente muito lisonjeado, porque a pré-candidatura à prefeitura de Palmas foi colocada entre as cinco prioridades entre os mais de cinco mil municípios brasileiros.
R- Bom, sem lugar a dúvidas, as nossas propostas de pré-campanha passam por dois eixos; primeiro, retomar a qualidade dos serviços que a gente já tinha implantado, que tem que voltar ao nível e continuar avançando. Nós deixamos Palmas com a melhor saúde de todas as capitais brasileiras, deixamos com a melhor educação de todas as capitais brasileiras e avanços em todas as áreas, no turismo, no esporte... Então, a gente precisa retomar todos os projetos que estavam em andamento e avançar muito mais e colocar Palmas no patamar que merece. E tem também o outro eixo, que são todos os projetos que não foram iniciados e que ficaram prontos, inclusive com fontes de recursos garantidas para construir a Palmas do futuro e a Palmas do futuro leva em consideração, primeiro, o aspecto de infraestrutura, segundo a qualidade dos serviços públicos, incluindo aí o transporte coletivo, a educação, a saúde, a cultura, e outras áreas, que tem que ser de excelente qualidade e terceiro, os projetos estruturantes que garantam o desenvolvimento econômico da cidade. Nosso distrito turístico, o distrito industrial, a geração de emprego, de rendas, o ‘Palmas Destino Saúde’, os grandes eventos da cidade, nos tornar uma referência de desenvolvimento econômico de maneira que a gente gere muitos empregos, e empregos de qualidade.
Já são cinco anos que a gente está afastado da gestão municipal e o cidadão palmense tem uma lembrança muito forte dos avanços da cidade. Então, queremos resgatar isso tudo, Palmas quer voltar a brilhar.
R - O servidor público não foi valorizado, foi supervalorizado em nossa gestão. É bom que as pessoas lembrem que a gente recebeu uma prefeitura que tinha um monte de pendências com o funcionalismo e fizemos tudo para colocar em dia. Talvez as pessoas não lembrem, mas agora é coisa comum tanto no governo do Estado quanto na prefeitura antecipar salários, mas antes de assumirmos a gestão de Palmas o atraso de salário dos servidores era a coisa mais corriqueira e comum. Hoje todo mundo paga em dia, todo mundo paga adiantado e nós que estabelecemos esse respeito. Fizemos concursos públicos, valorizamos todos os servidores, os planos de carreira, fizemos tudo aquilo que era devido. E preparamos a cidade, colocando as finanças da cidade em dia, de maneira que todos os direitos futuros fossem também garantidos, como está acontecendo hoje. O fato de a gestão municipal poder estar cumprindo com suas obrigações com o servidor público, é justamente porque encontrou uma cidade que tem condições de pagar bem, de valorizar o servidor público. O servidor público palmense é extraordinário. Foi com ele que a gente trabalhou e que tanto avançou e tem que ser o melhor pago do Brasil, o mais valorizado, o mais preparado e capacitado, e que entregue serviços de qualidade para a população.
Nós deixamos Palmas com a melhor saúde de todas as capitais brasileiras, deixamos com a melhor educação de todas as capitais brasileiras e avanços em todas as áreas.
R – Não. Eu duvido que a gestão municipal envie um pacote de benefícios para o funcionalismo que não possa ser pago, até porque só pode ser pago se tiver a rubrica de que dentro do faturamento da prefeitura exista viabilidade para que isso seja feito. Essa foi a maior dificuldade que encontramos lá atrás, que era uma cidade com poucos recursos, com pouca capacidade, com um percentual totalmente comprometido. E conseguimos reduzir e reduzir muito para colocar as finanças em ordem. Então isso é um processo extremamente profissional, e tanto as finanças, a procuradoria, a câmara de vereadores têm a responsabilidade de zelar para que isso, obviamente, seja viável. E sendo viável, não é mais do que justo com o funcionário público.
R - É impressionante a queda da qualidade do serviço à saúde. A gente tinha tanto orgulho de ver que as pessoas preferiam ir a uma UPA do que a saúde privada, porque realmente era um tratamento de excelência, tinha tudo. Tinha infraestrutura, médicos à disposição, enfermeiros, atendentes, e tinha remédio, não faltava absolutamente nada. Tanto que foi reconhecida pelo Ministério da Saúde (MS) como a melhor saúde do Brasil.
Sobre o Hospital Municipal é uma discussão vazia, eu disse na época eu fui prefeito, que se nos entregassem o HGP, nós faríamos dele o melhor hospital do mundo. Então, o problema é da gestão do Estado e esse problema não pode ser trazido para o município de Palmas, porque cada um tem sua obrigação. A média e alta complexidade é obrigação do Estado. E a Prefeitura de Palmas pode sim assumir essa responsabilidade e fazer uma saúde de excelência também em nível de média e alta complexidade. O único pré-requisito é que os recursos federais que vêm para que isso aconteça, venham para a Prefeitura.
"Júnior Geo está na categoria de político oportunista" ... "discurso falido"
R - O papel do, hoje, deputado Júnior Geo, infelizmente está naquela categoria de político oportunista. Se você ver na sua história, ele não tem absolutamente nada de serviço prestado nem para Palmas, nem para o Tocantins. Esse foi o seu papel na época, ser oposição ao prefeito e foi muito bom para ele captar esse sentimento que sempre existe uma parcela da população contra o gestor. Mas foi muito triste porque votava contra as coisas boas para a cidade, simplesmente por esse sentimento oportunista que ocasiona muito mal na política. É uma coisa séria ser oposição e eu sei ser oposição, hoje eu sou oposição, mas uma oposição responsável. Nunca orientamos, no PSB, para que um vereador ou um deputado votasse qualquer projeto que não fosse benéfico para a população de Palmas do Estado. E agora ele vive nessa situação de querer o apoio da prefeita, que é totalmente contra o discurso falido que ele sempre defendeu.
R - Na realidade, as mudanças nas avenidas, tudo aquilo que estava sendo feito parou, como pararam todos os projetos da cidade. Palmas não para porque ela estava em um impulso muito grande, a gente deixou uma administração muito bem organizada com recursos para todas essas obras que estão sendo feitas. Mas faltou detalhe, está faltando dar continuidade aos grandes projetos que ficaram prontos para a cidade.
R - Com certeza defendo. O BRT vira palavrão quando a gente não entende que estamos falando de mobilidade urbana, um dos maiores problemas e desafios da nossa cidade é a mobilidade, é o transporte público e isso já deveria estar resolvido. Nós perdemos um caminhão de dinheiro, mais de R$ 300 milhões, em conta para execução do projeto BRT, e vocês viram como terminou isso, o próprio Ministério Público Federal (MPF) pedindo para arquivar o processo porque não tinha encontrado absolutamente nada errado. Política mesquinha, a gente sabe que políticos estão por trás de tudo isso que foi feito e o único que perdeu foi o cidadão palmense. Então, com certeza vamos apresentar os projetos atualizados da mobilidade urbana. Que hoje vai muito além de um BRT, estamos falando de ônibus elétricos, de toda a tecnologia possível para fazer o que a gente sempre sonhou, Palmas uma referência em todos os aspectos. E a mobilidade urbana é um dos maiores desafios dessa cidade.
Nunca uma operação encontrou nada, absolutamente nada na minha conta. Nunca encontraram, nem encontrarão um centavo de dinheiro público nas mãos minhas ou da minha família.
R - Referente à decoração natalina e muitas outras coisas, lembro que era cobrado a prioridade e eu sempre defendi que prioridade é coisa de incompetente. A cidade tem que funcionar bem em todos os aspectos; saúde, educação, cultura, turismo, desenvolvimento social, etc. A decoração natalina é fundamental para promover o espírito no cidadão palmense, isso ativa o comércio, quando as vendas são boas no Natal, isso gera muito emprego, gera um otimismo para o ano que começa. A cidade não é decoração de Natal. A cidade não é educação. A cidade não é saúde, nem cultura. A cidade é tudo, e tudo tem que funcionar perfeitamente. Um investimento em uma decoração de Natal ela gera muito recursos do que aquilo que está sendo dispendido quando está sendo feito.
R - A diferença está clara. Nunca mais uma operação encontrou nada, absolutamente nada na minha conta. Todas as operações que foram feitas contra a gente terminaram exatamente da mesma maneira, absoluta falta de provas. Nunca encontraram, nem encontrarão um centavo de dinheiro público nas mãos minhas ou da minha família. Eu não entrei na política para roubar. Eu sei ganhar dinheiro na iniciativa privada, no serviço público é dação. É paixão para fazer as coisas para registrar na história e fazer de Palmas a melhor cidade do mundo para se viver. Esse problema os palmenses sabem que não terão com o Amastha, podem encontrar nos outros os milhões escondidos, ouros, joias e bois no Pará e tantas outras coisas. Em mim só vão encontrar honestidade, porque a questão pública, a coisa pública é um objetivo de vida, de transformar o paradigma dessa cidade para ser a melhor cidade do mundo para se viver.
Podem encontrar nos outros, os milhões escondidos, ouros, joias, bois no Pará e tantas outras coisas. Em mim só vão encontrar honestidade.
R – Em Porto Nacional eu vejo a Palmas de 2012. Vejo muita política na cidade e que tristeza ver como a cidade está abandonada, sem projetos, sem futuro. Uma cidade que tem como filhos o governador do estado, dois deputados federais, sete estaduais. Eu acho que Porto representa tudo de ruim da política tocantinense e eu já disse isso várias vezes. Tudo de ruim da política tocantinense está representando em Porto. Uma cidade maravilhosa com tantas potencialidades e onde a classe política tem uma disputa de poder não em prol do desenvolvimento da cidade, mas em prol do seus próprios interesses. E acho que essa candidatura do Álvaro chega para mexer nessas estruturas e mostrar que além desse caminhos da velha política existe a possibilidade que o novo faça a diferença na cidade.