A manhã desta quinta-feira, 26 de setembro de 2019, ficará marcada na história do Tocantins por mais uma vergonha no campo político a pipocar na mídia nacional. Uma operação da Polícia Federal, levou para a cadeia o ex-governador Marcelo Miranda, seu irmão, Brito Jr., e seu pai, uma das lendas vivas da política tocantinense, José Edmar de Brito Miranda
Por Edson Rodrigues
A decisão do juiz federal João Paulo Abe, levou em consideração desarticular uma organização criminosa suspeita de prática constante de atos de corrupção, peculato, fraudes em licitações, desvios de recursos públicos, recebimento de vantagens indevidas, falsificação de documentos e lavagem de capitais, formada por um núcleo familiar em que três pessoas com poderes suficientes para aparelhar o Estado, mediante a ocupação de cargos estratégicos.
ASSASSINATO E TORTURA
Mas, o que deixou os tocantinenses perplexos – afinal, a família Miranda já foi alvo de outras operações da PF – foi a revelação de uma delação premiada que cita crimes de tortura e assassinatos (no plural, mesmo), ocorridos a mando do clã dos Miranda em uma fazenda no Pará.
Quando se trata de corrupção, é um tipo de vergonha, mas crime contra vidas humanas, é de desencorajar qualquer um dos mais entusiastas dos correligionários.
A defesa dos Miranda alega que são fatos “requentados” e “antigos”, mas é fato que em nenhuma das operações anteriores as palavras tortura e assassinato não haviam aparecido.
Há ainda a acusação de que uma camionete teria sido presentada ao desembargador Ronaldo Eurípedes, que teria contratado uma empresa indicada pelos Miranda para a realização de obras no Tribunal de Justiça do Tocantins, justamente o órgão que fiscaliza as contas do estado.
Ou seja, além da ação criminosa, o clã dos Miranda ainda estaria envolvendo outros poderes em seus malfeitos.
PARÊNTESE
Vamos, neste ponto, abrir um parêntese.
Não há como questionar as acusações contra a família Miranda, a respeito de corrupção e outros crimes tais, pois a grandeza das provas as tona incontestáveis. Mas, atribuir aos Miranda crimes como assassinato e tortura, até que se prove o contrário, vai além do limite do aceitável.
Pessoalmente, não acredito nas palavras do delator. Tenho sérias dúvidas quanto á idoneidade das afirmações. Como o ônus da prova é do acusador, caberá à Justiça encontrar os pontos e liga-los até que se chegue a um cenário incontestável da culpabilidade dos Miranda quanto á essa acusação.
Por mais corruptos, como as provas apontam, que sejam os Miranda, sinceramente, não acredito que tenham chegado ao inimaginável ato de mandar torturar e matar pessoas.
Onde estão os cadáveres, as famílias desses mortos e, o principal, em qual delegacia, de qual cidade, esses crimes foram registrados?
Isso cheira a fake News. Minha opinião.
MAIS CASTELOS A RUIR
Não é de hoje que O Paralelo 13 vem avisando que ainda há muita coisa para acontecer no Tocantins até o período eleitoral que se aproxima. E não são coisas boas, são, na verdade, ações pontuais da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e de outros órgãos investigativos, que vão complicar os partidos na hora de montar suas nominatas, por falta de nomes disponíveis, tamanha a “limpeza” que essas operações irão perpetrar entre os políticos e pretensos candidatos do Tocantins.
Outros “castelos”, de outras clãs estão prestes a cair, também, para vergonha do povo do Estado mais novo da Federação. Não há mais como evitar que as máscaras caiam e revelem a verdadeira identidade, o verdadeiro caráter de muitos que se julgam intocáveis. E isso em todos os Poderes, não só no Executivo.
Uma fonte de credibilidade indelével fez um diagnóstico devastador sobre investigações em fase de conclusão, entre elas a Operação Ápia, e se mostrou espantada com a ousadia dos nomes envolvidos – todos figuras públicas – que, ao que parece, perderam o medo da Justiça e fizeram – e ainda fazem – atos inenarráveis, maquiavélicos, planejados por “mentes doentias”, que tratam o Tocantins como uma republiqueta de quinta categoria, um verdadeiro território sem Lei.
O PASSADO NOS CONDENA
Mas, se olharmos pelo retrovisor, podemos ter uma ideia de como o Tocantins vem sendo usado pelos criminosos de colarinho branco.
São, nada menos que , quatro desembargadores afastados de suas funções por suspeita de venda de sentenças; todos os governadores, com exceção de Moisés Avelino, afastados de suas funções, cassados ou respondendo a processos por corrupção, inclusive o atual governador, Mauro Carlesse, que tem um pedido de cassação de diploma em trâmite, proposto pelo Ministério Público Federal, com farta documentação juntada em buscas e apreensões em órgãos públicos e no próprio Palácio Araguaia.
Segundo nossa fonte, a única instituição em que nenhum dos seus membros sofre processos ou investigações é a Defensoria Pública. As demais, com raríssimas exceções, estão contaminadas pelo vírus da corrupção.
Se todos fossem condenados, segundo nossa fonte, dois ônibus seriam pouco para fazer o traslado para a penitenciária.
“É coisa de dias. Até dezembro, todas as máscaras cairão”, finalizou nossa fonte.
AINDA HÁ TEMPO
Apesar da nossa fonte ter nominado diversos desses “falsos profetas”, enganadores de eleitores, nos abstemos de revelar esses nomes, justamente para que não haja pré julgamento de ninguém, nem para quebrar a confiança da fonte. Na terra, julgar é com a Justiça. No céu, é com Deus.
Mas, a partir de dezembro até outubro, o eleitorado tocantinense terá muito tempo para filtrar suas escolhas nas eleições municipais, pois, aos poucos, as operações irão revelar os lobos em pele de cordeiro que ceifaram vidas desviando recursos da Saúde Pública, deixando pacientes morrer por falta de remédio ou UTI.
Caberá à Polícia Federal, orgulho do povo brasileiro, instituição que, independente dos governantes, jamais parou de investigar e entregar para justiça os culpados, fossem quem fossem, adquirindo o respeito e a credibilidade junto à nossa população, inclusive, e principalmente, no Estado do Tocantins.
Sabemos que políticos brasileiros que pertencem ao lado negro da corrupção, vêm tentando de todas as maneiras desqualificar o trabalho da Polícia Federal, intimidando e ameaçando seus agentes e delegados. No Tocantins não é diferente, mas nossa fonte nos garantiu que o “limpa” em nosso território será executado com maestria.
Que Deus nos ajude!