A coligação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acionou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e outros 67 apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por terem publicado nas redes sociais a foto de um painel instalado em Porto Alegre que associa a esquerda à facção PCC (Primeiro Comando da Capital) e ao aborto.
POR MATHEUS TEIXEIRA
A campanha do petista pede que o tribunal determine ao filho do chefe do Executivo e aos demais bolsonaristas a exclusão das postagens com a foto do painel. Além disso, também requer que os responsáveis sejam multados em R$ 25 mil.
Os advogados do PT afirmam que os aliados do mandatário compartilharam "conteúdo sabidamente inverídico, de forma a buscar influenciar os eleitores, por meio de uma ligação errônea de que partidos de esquerda, como os que compõem a coligação representante, fariam apologia do aborto de forma indiscriminada e possuiriam ligações com o Primeiro Comando da Capital e o narcotráfico".
Marcos Valério em depoimento a PF, o ministro Celso de Mello, do STF, homologou acordo de delação de Marcos Valério. Ele foi condenado por participar do mensalão do PT
A imagem traz a mensagem "você decide", uma convocação para manifestações do 7 de Setembro e uma comparação que, de um lado, tem a bandeira do Brasil e, de outro, o símbolo do comunismo.
De acordo com o texto, os comunistas defendem "aborto", "bandido solto", "MST forte", "narcotráfico" e é "a favor do PCC", enquanto a parte da bandeira do país é favorável à "vida", "bandido preso", "agro forte", "ordem e progresso" e é "a favor da polícia".
Na representação, o PT afirma que, "pela leitura do painel e pelo contexto atual do país, resta claro que se trata de propaganda negativa e de desinformação face aos partidos de esquerda do país, notadamente os que compõem a Coligação Brasil da Esperança".
"Diante do estratagema de disseminação de conteúdo falso visando a influenciar o pleito eleitoral do corrente ano, há necessidade de atuação enérgica e imediata da Justiça Eleitoral, de forma a conter o avanço desta prática", afirmam os advogados Eugênio Aragão e Cristiano Zanin.
A Justiça Eleitoral do Rio Grande do Sul já determinou a retirada do painel. Na decisão, o juiz da 113ª zona eleitoral do município, Márcio André Keppler Fraga, levou em conta que, apesar de não haver pedido de voto na peça publicitária, há o emprego da expressão "você decide" na iminência das eleições, acompanhada de elementos gráficos associados a ideologias políticas.
"A partir de uma racionalidade média, há que reconhecer que, no mínimo, ou ainda de forma indireta ou difusa, presente está o viés eleitoral da peça publicitária", diz o texto da decisão. Diante disso, o magistrado diz ser desnecessária "qualquer outra análise mais pormenorizada acerca de seu conteúdo".
Em julho, o ministro Alexandre de Moraes mandou outro filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), excluir publicações que associavam o PT ao PCC.
Pros enfrenta disputa interna sobre se terá ou não candidato
Com Agência Brasil
O empresário Pablo Marçal, filado ao Pros, lançou hoje (16) sua candidatura à presidência da República na sede de uma de suas empresas, a Plataforma Internacional, em Barueri (SP), no bairro de Alphaville, na região da Grande São Paulo.
A candidatura de Marçal, porém, é questionada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Duas alas do Pros disputam a liderança do partido: uma, da qual Marçal faz parte, é a favor da candidatura própria; outra, defende a coligação com o PT e o apoio ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva.
No final de julho, quando o partido era comandado por membros favoráveis a candidatura própria, uma convenção partidária oficializou o nome de Marçal como candidato. No dia 10, no entanto, uma decisão judicial colocou no comando do partido a ala a favor da coligação com o PT.
Ontem (15), o Pros aprovou a entrada do partido na coligação que apoia Lula e retirou o nome de Marçal da disputa presidencial. O TSE ainda não decidiu sobre a exclusão da candidatura do empresário. No sistema de divulgação de candidaturas do tribunal constava, até as 19 h, o nome de Marçal como candidato, assim como a participação do Pros na coligação junto com o PT.
“Lamento muito por isso, eu não vou retroceder. Já me procuraram para renunciar para evitar problema judicial. Vou reiterar uma coisa minha particular: sou jurista por formação, nunca acionei ninguém na Justiça. Essa vai ser a primeira vez que eu vou fazer, porque eu entrei nisso para ajudar o nosso povo. Eu sei que o sistema político atual não aceita gente de fora, fazem de tudo [para isso não ocorrer]. Eu entendo isso como um golpe antidemocrático”, disse Marçal em entrevista coletiva no fim da tarde.
À noite, durante o evento de lançamento da candidatura, Marçal disse estar preparado para assumir a presidência da República e destacou a defesa da família. “Eu estou pronto para passar os quatro anos da minha vida me dedicando, governando essa nação para fazer famílias serem restauradas, para abrir empresas, gerar empregos, para afastar esse monstro da inflação que assola tanto o mundo e tem assolado o nosso país”, disse.
O candidato participou por teleconferência do evento. Ele estava em Brasília na posse do novo presidente do TSE, Alexandre de Moraes.
O presidente e Jair Bolsonaro (PL) disse nesta terça-feira que o Brasil não quer mais corrupção e defendeu que se faça comparações entre a sua gestão e às passadas, numa referência indireta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em seu primeiro discurso após o início oficial da sua campanha à reeleição.
Com Agências
"Nosso país não quer mais corrupção, quer ordem e prosperidade, façam comparações do nosso governo", disse, sob os gritos de "Lula ladrão" dos simpatizantes.
"Vocês já sabem o que foram três anos e meio do meu mandato, mas sabem que poderemos fazer muito mais por vocês", destacou ele, em discurso em cima de um trio elétrico em Juiz de Fora (MG), cidade onde sofreu um atentado a faca durante a campanha eleitoral de 2018.
O presidente vai buscar enfocar comparações com Lula, que lidera as pesquisas de intenção de voto ao Palácio do Planalto.
A primeira fala de Bolsonaro como candidato oficial da coligação PL-PP-Republicanos ocorreu na cidade do interior de Minas Gerais, exatamente no local em que ele foi alvo do atentado perpetrado por Adélio Bispo de Oliveira. Segundo investigações oficiais, o agressor agiu sozinho --Bolsonaro sempre contestou isso.
O presidente afirmou que tem gratidão por Minas Gerais e pela confiança e esperança de quem acreditou nele. Em linha com seus motes de campanha, ele exaltou a defesa da propriedade privada, defendeu "cada vez mais" a liberdade de imprensa do povo -- pesar dos sucessivos ataques que faz aos profissionais de comunicação-- e afirmou esperar que "amanhã ninguém nos proíba de falar de Deus".
"Sou uma pessoa exatamente igual a qualquer um de vocês", disse. "Podem ter certeza, jurei pela minha pátria enquanto militar, enquanto cidadão juro de novo dar a vida pela nossa liberdade. Podem ter certeza, onde o povo estiver, eu estarei", emendou.
Bolsonaro frequentemente e sem provas acusa adversários de defenderem o fechamento de igrejas. O presidente, que é católico, tem buscado apoio de eleitores evangélicos e participado com regularidade de eventos dessas denominações religiosas. Na cidade mineira nesta terça, a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, que é evangélica, também discursou e foi bastante ovacianada pelos apoiadores do presidente.
Na terça-feira (16), começa oficialmente a campanha para as eleições de 2022. Com isso, os candidatos poderão ir às ruas para pedir votos, fazer comícios e distribuir materiais de campanha. Os principais candidatos à presidência têm compromissos que marcarão a nova etapa do processo político.
Por Anita Efraim
Lula (PT), Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) vão começar a campanha no estado de São Paulo. Enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) vai a Juiz de Fora, Minas Gerais, no mesmo lugar onde foi vítima de um atentado em 2018.
Ciro Gomes
Candidato do PDT, Ciro Gomes estará na capital paulista na manhã de terça-feira para dar o ponta pé inicial da campanha. Ele visitará os bairros de Guaianases, na Zona Leste, e do Jabaquara, na Zona Sul.
O dia de Ciro começará às 7h, em Guaianazes, onde tem uma conversa marcada sobre a proposta de Renda Mínima. A promessa é que, se eleito, o candidato irá dar o nome de um petista ao projeto: Programa de Renda Mínima Eduardo Suplicy.
À noite, o candidato participará da cerimônia de posse de Alexandre de Moraes na presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Lula
O petista Luiz Inácio Lula da Silva vai iniciar a campanha eleitoral no período da tarde, na cidade de São Bernardo do Campo, na região do ABC Paulista, onde começou a trajetória política, como metalúrgico.
Às 14h, Lula estará na fábrica da Volkswagen do Brasil.
Lula teria uma agenda pela manhã, na MWM Motores e Geradores, mas o compromisso será adiado. Segundo a campanha, não houve tempo hábil para preparar questões logísticas, ligadas à segurança.
Jair Bolsonaro
O único que não estará em São Paulo será Jair Bolsonaro. O presidente vai para Juiz de Fora, Minas Gerais, o mesmo local onde foi alvo da facada em um ato de campanha em 2018.
Bolsonaro participará de uma motociata com apoiadores e, ao meio-dia, discursará.
No período da noite, tanto Bolsonaro quanto Lula estarão em Brasília, na possa de Alexandre de Moraes como presidente do Tribunal Superior Eleitoral.
Simone Tebet
A candidata do MDB, Simone Tebet, terá um evento oficial de início de campanha no próximo sábado (20), em São Paulo.
A reportagem procurou a campanha da emedebista para confirmar a agenda da próxima terça-feira, mas, até a publicação, não obteve resposta.
Por Ana Flávia Pilar
O governador do Pará e candidato à reeleição, Helder Barbalho (MDB), teve um crescimento patrimonial de 250% nos últimos quatro anos, em valores já corrigidos pela inflação. Em 2018, quando venceu as eleições no estado, ele declarou ter R$ 3,2 milhões em bens — R$ 5,3 milhões em valores de hoje —, soma que quase bateu na casa dos R$ 19 milhões em 2022.
A maior diferença entre os números se deu na ficha “outros bens e direitos”, onde atualmente o candidato declara ter R$12.350.000 de patrimônio. A aba estava zerada na última corrida eleitoral. Além disso, ele ganhou R$1,5 milhão em quotas ou quinhões de capital, categoria referente a participações societárias.
Filho do ex-governador Jader Barbalho (MDB) e da deputada federal Elcione Barbalho (MDB), Helder tenta a reeleição no estado do Pará pelo MDB, partido ao qual é filiado há 25 anos. Ele foi ministro da Pesca e da Secretaria Nacional dos Portos no governo Dilma Rousseff (PT), e ministro Integração Nacional do governo Michel Temer (MDB).