Presidenciáveis não pouparam críticas a ausência do candidato do PSL e a polarização entre PT e a "extrema-direita"; opções de centro se apresentaram como "esperança" para unir o país e sair da crise econômica

 

Com iG e G1

 

O último debate entre os candidatos à Presidência da República antes do primeiro turno aconteceu na noite desta quinta-feira (4). O debate na Globo teve a mediação do jornalista Willian Bonner e contou com a presença de Alvaro Dias (Podemos), Ciro Gomes (PDT), Fernando Haddad (PT), Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Boulos(PSOL), Henrique Meirelles (MDB) e Marina Silva (Rede).

 

O candidato Jair Bolsonaro (PSL), líder das pesquisas de intenção de voto, não participou do debate na Globo . De acordo com a avaliação dos médicos, o nível de estresse da eventual participação no encontro poderia ter reflexos na condição de saúde do presidenciável que recebeu alta no último dia 28.

 

No entanto, a ausência do presidenciável foi duramente criticada pela maioria dos participantes do debate. Para eles, Bolsonaro "fugiu do embate", "amarelou" e tinha condições de participar já que pode dar entrevista de quase meia hora para uma emissora concorrente, a Record.

 

A polarização entre os candidatos do PSL e Fernando Haddad também foi um assunto recorrente entre os participantes, com alguns ressaltando a "ameaça da extrema-direita" ou a volta do PT ao poder.

No primeiro bloco, os candidatos, em ordem definida por sorteio, fizeram perguntas entre si com tema livre. O primeiro a perguntar foi Ciro Gomes, que escolheu Marina Silva, questionando a candidata da Rede sobre a polarização política e uma suposta falta de governabilidade do próximo presidente eleito.

 

“Alguns estão votando por medo do Bolsonaro e outros por medo de Haddad. E essa política do medo vai afundar ainda mais o Brasil na crise. Mas nós temos alternativas para fazer essa escolha” disse Marina. Na réplica, Ciro classificou as palavras de Marina como ´sábias’. “O que está em jogo aqui não é paixão partidária. O que está em jogo é a vida dos brasileiros”, afirmou o pedetista. Em sua tréplica, Marina afirmou que pretende “governar com os melhores”.

 

Geraldo Alckmin foi o próximo a perguntar, e questionou Fernando Haddad sobre o déficit que o próximo governo terá que assumir. “A política econômica petista levou o Brasil a uma crise sem precedentes. Você pretende manter esse modelo?”, questionou o tucano. Haddad defendeu os governos anteriores e atacou o partido do adversário. “O PSDB se aproximou de Michel Temer para sabotar o governo Dilma e foi isso que levou o País à crise”, retrucou o petista.

 

Em sua réplica, Alckmin disse que o PT “terceiriza responsabilidades” e lembrou que quem “escolheu” Michel Temer foi o PT e a ex-presidente Dilma Rousseff. “Não acredito nem em PT e nem em Bolsonaro para tirar o Brasil da crise. Precisamos unir o País”, afirmou. Em sua tréplica, Haddad prometeu equilibrar as contas públicas, mas sem tirar direitos dos trabalhadores. “Temos que cortar do andar de cima e não dar privilégios como os que vocês deram ao judiciário”, disse.

 

Alvaro Dias foi o terceiro a perguntar e escolheu Henrique Meirelles, mas perdeu todo o seu tempo reclamando de não ser convidado para dar entrevista na emissora e falando mal dos governos do PT e do ex-presidente Lula. O emedebista, por sua vez, utilizou seu tempo para falar sobre suas propostas nos setores e economia, segurança e saúde.

 

Guilherme Boulos escolheu Geraldo Alckmin e o questionou sobre o apoio do seu partido à reforma trabalhista. “Nós somos contra o corporativismo. A reforma trabalhista foi necessária e nenhum direito foi tirado. O Brasil precisa voltar a crescer e precisamos de reformas: política, tributária, reforma do estado”, listou o ex-governador de São Paulo, que prometeu trazer investimentos privados para criar empregos.

 

O psolista discordou do adversário e atacou auxilio moradia para juízes e juros abusivos de bancos. “Nós temos coragem para revogar essa reforma trabalhista”, prometeu. Em sua tréplica, Alckmin insistiu que a reforma não tirou nenhum direito e está ajudando a criar postos de trabalho.

 

Henrique Meirelles chamou Ciro Gomes para debater sobre “salvadores da pátria”. Em uma clara referência à Bolsonaro, o ex-ministro da Fazenda lembrou do fracasso do governo Collor. “É o choque entre duas personalidades exuberantes: o lulismo e o anti-lulismo representado pelo Bolsonaro, mas não existe salvador da pátria”, respondeu o pedetista.

 

Meirelles concordou com o adversário e afirmou que o Brasil precisa de “experiência, competência e propostas concretas”, afirmando que seus trabalhos nos governos Lula e Temer ajudaram a criar 12 milhões de empregos. Ciro propôs limpar o nome dos brasileiros no SPC e fazer uma reforma tributária, taxando mais os mais ricos.

Fernando Haddad chamou Guilherme Boulos para uma dobradinha sobre os cortes de direitos trabalhista governo Temer. O psolista, no entanto, ignorou a pergunta para mencionar a história do regime militar e disse que não quer uma nova ditadura.

 

Haddad agradeceu a resposta do adversário e também juntou a tangente iniciada pelo psolista com a pergunta inicial. “Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida e outros programas importantes não existiriam sem a democracia. Não podemos permitir o corte de direitos”, afirmou.

 

O último embate do primeiro bloco foi entre Marina Silva e Alvaro Dias. A ex-ministra quis saber quais os atributos são necessários para um governante tirar o Brasil da crise. “A corrupção no País é uma afronta aos 52 milhões de brasileiros abaixo da linha de pobreza”, respondeu o candidato que, novamente, utilizou todo o seu tempo para criticar o que chamou de “roubalheira” dos governos petistas.

 

Marina disse que acredita que os atributos ideais para um governante são: “Compromisso com a mudança, uma boa equipe, pois não existem salvadores da pátria e coragem moral para combater a corrupção”. A candidata afirmou ainda que é a corrupção que tira dinheiro de áreas como a saúde.

 

O ex-governador do Paraná concordou e disse quem tem um plano para acabar com o “modelo perverso” do governo brasileiro e ainda alfinetou as candidaturas de Haddad e Bolsonaro. “De um lado uma organização criminosa e do outro a marcha da insensatez”, afirmou.

 

Segundo bloco de debate na Globo O segundo bloco seguiu os mesmos moldes do primeiro, mas com tema sorteado. Guilherme Boulos pegou o assunto “custo Brasil” e voltou a escolher Geraldo Alckmin. O psolista afirmou que o tucano privilegiaria empresários com isenções fiscais em São Paulo e questionou se ele pretende manter essa política. “Precisamos fazer uma reforma do estado urgentemente. A crise pegou o Brasil inteiro, mas em São Paulo tivemos superávit. Diminuímos imposto de quase tudo, como remédios, alimentos”, disse.

 

Em sua réplica, Boulos voltou a afirmar que os governos tucanos davam privilégios aos mais ricos. Na tréplica, Alckmin exaltou suas medidas no estado de São Paulo e propôs uma reforma tributária para desburocratizar o pagamento de impostos.

 

Com o tema “legislação trabalhista”, Marina Silva escolheu Henrique Meirelles e quis saber se o ex-ministro da Fazenda pretende fazer ajustes em pontos polêmicos da reforma trabalhista. O emedebista admitiu que é preciso fazer algumas mudanças e propôs um relacionamento “moderno” entre funcionário e empresa. Marina também prometeu fazer alterações na lei da reforma trabalhista.

 

Meirelles foi o próximo da ordem do sorteio e chamou Alvaro Dias para debater sobre o tema “saúde”. “O que nós podemos fazer para garantir que as pessoas tenham atendimento rápido e de qualidade?”, perguntou o emedebista. Seguindo seu mote das outras perguntas, Dias disse que a primeira coisa é “não roubar” e voltou a falar sobre casos de corrupção nos governos de Lula, Dilma e Temer. “O SUS que era um grande programa acabou sendo um programa pífio por conta de desvio de verbas”, disse.

 

Em sua réplica, Meirelles lembrou que não tem nenhum processo. Na tréplica, o ex-governador do Paraná acusou o ex-ministro de ser conivente e citou as delações do ex-ministro Antonio Palocci e do publicitário Marcos Valério.

 

Com o assunto “gastos públicos” Alvaro Dias escolheu Fernando Haddad e perguntou sobre os casos de corrupção envolvendo a Petrobras. O petista ficou incomodado com o tom do adversário e afirmou que ele estava debochando do debate. "Nossos governos foram os primeiros a colocar o pobre no orçamento”, se defendeu Haddad.

 

Geraldo Alckmin chamou Marina Silva para debater sobre “transportes”. “Qual sua proposta para diminuir o custo Brasil para ajudar a transportar a produção agrícola?”, questionou o ex-governador de São Paulo. A candidata da Rede prometeu investir em infraestrutura e, principalmente em ferrovias e hidrovias. “A infraestrutura gera empregos, gera renda, mas tem que ser sustentável”, analisou.

 

Em sua réplica, Alckmin também prometeu ferrovias, além de hidrovias na região norte. O candidato ainda falou que, em seu governo, o Brasil se tornará o maior produtor de grãos e proteína animal do mundo. Marina lembrou de seu trabalho como ministra do Meio Ambiente e da construção da BR-163, que vai do Pará ao Rio Grande do Sul.

 

Antes da próxima pergunta, Henrique Meirelles teve direito de resposta concedido após ser chamado de “cúmplice de corrupção” por Alvaro Dias. Ele teve um minuto e voltou a se afirmar como candidato ficha-limpa.

 

Fernando Haddad pegou o tema “meio-ambiente” e, por conta das regras, foi obrigado a enfrentar Ciro Gomes. O candidato do PT perguntou como o adversário pretende equilibrar o agronegócio com o desenvolvimento sustentável. Ciro elogiou sua companheira de chapa, a senadora Katia Abreu, que é uma das líderes históricas da bancada ruralista. Ele também lembrou que já trabalhou com Marina Silva e propôs atividades alternativas na produção rural.

 

Em sua réplica, Haddad disse que é preciso sobretaxar e desapropriar terras improdutivas. “Os ruralistas modernos estão produzindo, mas os ruralistas arcaicos não estão”, atacou o petista. Em sua tréplica, o pedetista afirmou que o PT teve 14 anos para unir o Brasil, mas fracassou.

 

Na pergunta final do bloco, Ciro ficou com o tema “combate às drogas” e perguntou para Guilherme Boulos sobre como diminuir a população carcerária do País. “Essa ideia de que usuário de droga tem que ser tratado com porrada e com prisão tem que ser superada”, disse o psolista, que atacou as propostas de segurança de Bolsonaro e propôs tratar o vício em substâncias químicas como um problema de saúde pública.

Ciro Gome , na TV , Foto:reprodução/ Antônio Coelho

Em sua réplica, Ciro também atacou Bolsonaro e afirmou que o candidato quer liberar as armas para que a indústria do setor lucre. “Eu queria tirar a máscara dele aqui, mas ele se ausentou do debate”, alfinetou o ex-governador do Ceará.

 

Terceiro bloco do debate na Globo

O bloco seguinte teve as mesmas regras do primeiro bloco, com temática livre, mas com cada candidato podendo responder até duas perguntas. Marina Silva foi a primeira e questionou Fernando Haddad sobre a alta rejeição de sua candidatura e se ele faz alguma autocritica. “Faria essa pergunta para o candidato Bolsonaro, mas ele mais uma vez amarelou, deu uma entrevista para outra emissora e não está aqui debatendo conosco”, alfinetou

 

“Eu estou concorrendo aqui numa situação atípica, já o que o líder das pesquisas, o ex-presidente Lula, foi impedido de concorrer por uma decisão arbitrária da Justiça”, se defende o petista, que utilizou o restante de seu tempo para elogiar o ex-presidente e os governos petistas.

 

Na réplica, a ex-ministra subiu o tom. “Você é incapaz de reconhecer os erros. O Brasil está à beira de ir para um esgarçamento sem volta entre sua candidatura e a de Bolsonaro e vocês não estão pensando em projeto de país, mas em projeto de poder”, disparou. Em sua tréplica, Haddad voltou a ficar na defensiva e fez elogios ao seu trabalho na educação.

 

Henrique Meirelles chamou Ciro Gomes e perguntou qual o projeto do ex-governador sobre como zerar a fila de creches para crianças carentes. “Minha proposta é fazer creches integrais para crianças de 0 a 3 anos”, disse o candidato.

 

Meirelles, por sua vez, falou sobre o programa Procriança, uma extensão do Prouni onde crianças mais pobres poderiam utilizar creches particulares sem custo. Ciro lembrou que seu programa de creches no Ceará fez com que ele recebesse um prêmio na Organização das Nações Unidas (ONU) pelo seu trabalho contra a mortalidade infantil.

 

Ciro e Meirelles ficaram frente a frente novamente, desta vez, para atacar a ausência de Jair Bolsonaro. “Deu uma entrevista longa e não está aqui”, disse Ciro Gomes. “Quem quer ser presidente tem que enfrentar intempéries”, completou Meirelles. Ciro ainda atacou o vice de Bolsonaro, General Mourão e as frequentes brigas internas na chapa do candidato do PSL. “O Brasil não precisa de outra aventura”, disse Meirelles na tréplica.

 

Alvaro Dias foi o próximo a perguntar e escolheu Geraldo Alckmin. Após mais ataques ao PT, o candidato do Podemos questionou o tucano sobre seu projeto para mudar o sistema de governo do Brasil. Alckmin voltou a afirmar que o PT terceiriza responsabilidades, mas disse que o caminho não pode ser o dos “radicais de direita”. “Não respeitam os trabalhadores, não respeitam as mulheres. É preciso combater os extremos”, disse o ex-governador.

 

Em sua réplica, Dias afirmou que era preciso parar de discutir “assuntos periféricos” e focar na corrupção. Na tréplica, Alckmin voltou a prometer uma reforma política e a diminuição do número de partidos políticos.

 

Novamente, Haddad escolheu Guilherme Boulos e perguntou a proposta do psolista para o ensino médio. “Precisamos retomar o investimento em educação e o primeiro passo é revogar a PEC do Teto de Gastos”, sugeriu o psolista, que ainda prometeu a implementação de tecnologia nas escolas e revogar a reforma do ensino médio feita pelo governo Temer.

 

Em sua réplica, Haddad prometeu auxiliar as escolas estaduais com o modelo implementando nas escolas federais, militares, Sesi e Senai. Na tréplica, Boulos criticou os investimentos públicos nos financiamentos estudantis e propôs mais vagas em universidades públicas.

 

No embate final do bloco, Geraldo Alckmin chamou Marina Silva e quis saber a proposta da candidata para lidar com a segurança pública. “Nossa propostas é um sistema único de segurança pública. Com investimento em inteligência, equipamento e policiais melhor remunerados para combater o crime organizado”, explicou a candidata da Rede.

 

Alckmin citou números de seu governo em São Paulo, afirmando que o número de homicídios, especialmente de jovens e negros, caiu muito no estado. “Vamos aperfeiçoar o código penal” prometeu o tucano.

 

Quarto bloco no debate na Globo

No quarto bloco, o tema das perguntas voltou a ser sorteado, com os candidatos podendo responder até duas vezes. Com o tema “Previdência” Haddad escolheu Ciro Gomes e perguntou a opinião do adversário sobre a reforma proposta pelo governo de Michel Temer. “É uma aberração. Um trabalhador rural do nordeste não pode ter o mesmo tempo de aposentadoria que um trabalhador intelectual do Leblon ou da Avenida Paulista. E o Bolsonaro quer a mesma coisa. Aliás, o Bolsonaro não, o Paulo Guedes” afirmou o ex-governador do Ceará, que propôs uma nova reforma.

 

Haddad concordou. “Não dá pra ter a mesma regra pra todo mundo”, afirmou o petista. Ciro relembrou que quatro das cinco maiores centrais sindicais do País estão com ele e disse que tem se reunido com os trabalhadores para montar uma proposta mais justa. “O maior problema do Brasil é a desigualdade”, completou Ciro.

 

O pedetista foi o próximo a perguntar e chamou Henrique Meirelles para debater sobre segurança para as mulheres. “Para defender as mulheres, precisamos melhorar a segurança de todos. Precisamos de um sistema de segurança unificado e de mais recursos para aumentar o efetivo”, propôs.

 

Com o tema “políticas sociais” Meirelles escolheu Geraldo Alckmin e perguntou a proposta do tucano para reforçar as políticas sociais e para que menos pessoas precisem do Bolsa Família. “Só temos um jeito, que é recuperar a economia e criar empregos e, para que isso aconteça, as reformas são necessárias”, explicou o ex-governador de São Paulo, que elogiou o Bolsa Família.

 

Meirelles prometeu uma “política econômica bem sucedida” e voltou a lembrar de seus trabalhos no Banco Central e como ministro da Fazenda.

 

Com o tema “saneamento”, Boulos perguntou para Geraldo Alckmin se ele considerava o saneamento básico um negócio ou um direito. “Saneamento básico é essencial para a saúde da nossa população. Hoje, o governo tributa as empresas de água e esgoto. Nós vamos devolver esse dinheiro para colocar água e tratar o esgoto da casa das pessoas”, explicou.

 

Alckmin e Alvaro Dias debateram sobre educação, com o tucano prometendo zerar a fila das pré-escolas. Depois, Marina Silva chamou Guilherme Boulos para debater sobre impostos. Os dois candidatos concordaram que as classes mais pobres no País pagam muitos impostos.

 

Com o tema “corrupção”, Alvaro Dias chamou Fernando Haddad e afirmou que existe uma “conspiração com a Operação Lava Jato”, depois perguntou o que aconteceria com a operação em um eventual governo petista. “Nós vamos fazer o um governo tem que fazer, que é fortalecer os meios de combate à corrupção. Foi o que sempre fizemos”, explicou o ex-prefeito de São Paulo.

 

Em sua réplica, Dias disse que o adversário soltava “palavras ao vento”, uma vez que defendia que a prisão do ex-presidente Lula é injusta. “Temos provas cabais, primeira e segunda instância. Não podemos acreditar que alguém que diz isso vai impor rigor no combate à corrupção”, atacou. Haddad não falou sobre o ex-presidente, mas lembrou que a Lei da Ficha Limpa foi aprovada durante os governos petistas.

 

Em ordem definida por sorteio, os candidatos tiveram um minuto para as considerações finais. Alckmin agradeceu à população brasileira e pediu o voto da população para fugir do “radicalismo, do ódio e do preconceito”. Alvaro Dias também agradeceu e voltou a clamar pelo combate à corrupção, dizendo que essa foi sua luta durante toda sua vida política. Ciro Gomes afirmou que o Brasil está parado há quatro anos. “Essa divisão só vai aprofundar a crise no Brasil”, disse o pedetista sobre Bolsonaro e Haddad na frente nas pesquisas.

 

Henrique Meirelles pediu para que os eleitores comparassem competência e história e voltou a se afirmar como ficha-limpa. “Ódio não gera emprego”, disse o ex-ministro. Fernando Haddad disse que vai oferecer trabalho e educação para todos, “sobretudo para quem mais precisa”. Marina Silva atacou o “caminho do ódio, das mentiras e das falsas promessas” e se apresentou como uma “pacificadora”. Último a falar no debate na Globo , Guilherme Boulos também clamou para que as pessoas “não votem com ódio, mas com esperança”.

 

 

Posted On Sexta, 05 Outubro 2018 06:01 Escrito por

PT ataca Bolsonaro na reta final da campanha após candidato crescer em pesquisas
Com Agências

 

Após ser submetido a uma avaliação médica na manhã desta quarta-feira (3), o candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro, decidiu que não vai participar do último encontro entre os presidenciáveis antes do primeiro turno das eleições de 2018, o debate da Globo . O confronto está marcado para a próxima quinta-feira, às 22h05.

 

Em sua página no Twitter, Bolsonaro publicou um vídeo que mostra seus médicos falando com jornalistas a respeito da liberação ou não do candidato para o debate da Globo . Na gravação, o cirurgião Antonio Luiz de Vasconcellos Macedo, que cuidou de Bolsonaro no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, estava saindo da casa do presidenciável no Rio de Janeiro.

 

O médico avaliou como negativa a participação do candidato no debate pelo nível de estresse que poderia ter reflexos no seu quadro de saúde. Além disso, segundo ele, apesar de estar se recuperando bem do ataque que o levou ao hospital, Bolsonaro ainda não tem condições de falar por mais de 15 minutos seguidos.

 

"Podemos observar que a recuperação dele está indo muito bem [...] mas depois da nossa avaliação com ele, nós contraindicamos a sua participação em debates ou em qualquer atividade que pudesse cansá-lo", disse o médico. "Ele ainda não tem condições de ficar por mais de 10 ou 15 minutos em discussão ou em uma atividade que exija esforço físico", afirmou.

 

PT ataca Bolsonaro

O Partido dos Trabalhadores (PT) decidiu mudar a estratégia nessa reta final de campanha e partiu ao ataque contra o candidato Jair Bolsonaro (PSL). A guinada ofensiva dos apoiadores de Fernando Haddad se dá num momento em que pesquisas eleitorais mostram o ex-capitão do Exército em alta . Em vídeo, o PT ataca Bolsonaro por suas posições em votações na Câmara dos Deputados.

Posted On Quarta, 03 Outubro 2018 15:36 Escrito por

Bolsonaro, 32%; Haddad, 21%; Ciro, 11%; Alckmin, 9%; Marina, 4%

 

Com Agências

 

O instituto Datafolha divulgou nesta terça-feira o mais recente levantamento eleitoral para Presidência. Os resultados são semelhantes aos apresentados na segunda-feira pelo Ibope , que projeta um segundo turno entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).

 

Há pouco mais de uma semana para o primeiro turno, aparecem, empatados em terceiro lugar e bem atrás dos dois líderes da pesquisa, o pedetista Ciro Gomes e o tucano Geraldo Alckmin. Acompanhe, abaixo, os números auferidos pelo Datafolha :

 

Jair Bolsonaro (PSL): 32%

Fernando Haddad (PT): 21%

Ciro Gomes (PDT): 11%

Geraldo Alckmin (PSDB): 9%

Marina Silva (Rede): 4%

João Amoêdo (Novo): 3%

Henrique Meirelles (MDB): 2%

Alvaro Dias (Podemos): 2%

Cabo Daciolo (Patriota): 2%

Guilherme Boulos (PSOL): 0%

João Goulart Filho (PPL): 0%

Eymael (DC): 0%

Vera Lúcia (PSTU): 0%

Branco/nulos: 8%

Não sabe/não respondeu: 5%

 

Em comparação com as pesquisas anteriores do mesmo instituto, Bolsonaro cresceu 4 pontos percentuais. Fernando Haddad, por sua vez, oscilou negativamente. Ciro se manteve em terceiro lugar, mas empatado tecnicamente com Alckmin, que oscilou um ponto negativamente. Marina Silva manteve sua tragetória de queda e agora está empatada tecnicamente empatada com João Amoêdo.

 

A pesquisa também levantou, entre os entrevistados, em quem eles não votariam de jeito nenhum. Veja, abaixo, o resultado:

Bolsonaro: 45%

Haddad: 41%

Marina: 30%

Alckmin: 24%

Ciro: 22%

Meirelles: 15%

Boulos: 15%

Cabo Daciolo: 14%

Alvaro Dias: 13%

Vera: 13%

Eymael: 12%

Amoêdo: 12%

João Goulart Filho: 11%

Rejeita todos: 3%

Votaria em qualquer um: 1%

Não sabe/não respondeu: 4%

Por fim, o instituto quis saber em quem os eleitores pretendem votar em um provável segundo turno . Foram testados diferentes cenários. Acompanhe:

 

Ciro 42% x 37% Alckmin (branco/nulo: 19%; não sabe: 2%)

 

Alckmin 43% x 41% Bolsonaro (branco/nulo: 14%; não sabe: 2%)

 

Ciro 46% x 42% Bolsonaro (branco/nulo: 10%; não sabe: 2%)

 

Alckmin 43% x 36% Haddad (branco/nulo: 19%; não sabe: 2%)

 

Bolsonaro 44% x 42% Haddad (branco/nulo: 12%; não sabe: 2%)

 

Ciro 46% x 32% Bolsonaro (branco/nulo: 20%; não sabe: 2%)

Contratado pelo jornal Folha de S.Paulo, o Datafolha ouviu 3.240 eleitores em 225 municípios distribuídos em todas as regiões do país. Com a margem de erro de dois pontos para mais ou para menos, a confiabilidade da pesqiosa é de 95%. Os questionários foram aplicados nesta terça-feira (2). O número de registro no Tribunal Superior Eleitoral é BR-03147/2018.

Posted On Quarta, 03 Outubro 2018 06:58 Escrito por

Delação contém uma narrativa minuciosa e explica como foi montado o esquema de propinas e loteamento de cargos

 

Da Redação

 

No primeiro termo de sua colaboração com a Polícia Federal, tornado público nesta segunda-feira, 1, pelo juiz federal Sérgio Moro, ele reafirma que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria conhecimento de esquemas de corrupção na estatal.

 

A delação de Palocci contém uma narrativa minuciosa e explica como foi montado o esquema de propinas e loteamento de cargos estratégicos atendendo interesses de partidos políticos na Petrobras, a partir das indicações de Paulo Roberto Costa (Diretoria de Abastecimento) e de Renato Duque (Serviços).

 

O relato do ex-ministro aponta, inclusive, locais onde o ex-presidente teria tratado pessoalmente da ocupação dos cargos na estatal, o 1.º andar do Palácio do Planalto.

 

"Em fevereiro de 2007, logo após sua reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva convocou o colaborador, à época deputado federal, ao Palácio da Alvorada, em ambiente reservado no primeiro andar, para, bastante irritado, dizer que havia tido ciência de que os diretores da Petrobras Renato Duque e Paulo Roberto Costa estavam envolvidos em diversos crimes no âmbito das suas diretorias", relatou Palocci.

 

Ainda segundo o ex-ministro, Lula indagou dele "se aquilo era verdade, tendo respondido afirmativamente".

 

"Que (Lula) então indagou ao colaborador quem era a pessoa responsável pela nomeação dos diretores; Que o colaborador afirmou que era o próprio Luiz Inácio Lula da Silva o responsável pelas nomeações; Que também relembrou a Luiz Inácio Lula da Silva que ambos os diretores estavam agindo de acordo com parâmetros que já tinham sido definidos pelo próprio Partido dos Trabalhadores e pelo Partido Progressista."

 

Segue a delação de Palocci. "Acredita que Lula agiu daquela forma porque as práticas ilícitas dos diretores da estatal tinham chegado aos seus ouvidos e ele queria saber qual era a dimensão dos crimes, bem como sua extensão, e também se o colaborador aceitaria sua versão de que não sabia das práticas ilícitas que eram cometidas em ambas as diretorias, uma espécie de teste de versão, de defesa, com um interlocutor, no caso, o colaborador; Que essa prática empregada por Lula era muito comum."

 

Palocci está preso desde setembro de 2016, alvo da Operação Omertà, desdobramento da Lava Jato. O juiz Moro o condenou em uma primeira ação a 12 anos e dois meses de reclusão.

 

O termo número 1 de colaboração do ex-ministro foi anexado à mesma ação penal em que ele confessou crimes pela primeira vez. O processo se refere a supostas propinas de R$ 12,5 milhões da Odebrecht ao ex-presidente por meio da aquisição de um apartamento em São Bernardo do Campo e de um terreno onde supostamente seria sediado o Instituto Lula, que teria sido bancado pela empreiteira.

 

Em setembro de 2017, Palocci confessou crimes em depoimento no âmbito desta ação penal, em que atribuiu a Lula um "pacto de sangue" de R$ 300 milhões entre Lula e a empreiteira.

 

Segundo o ex-ministro, no primeiro governo Lula, a Odebrecht, "alinhada ao PP", passou a "atuar" para derrubar o então diretor da estatal, Rogério Manso, único remanescente do governo Fernando Henrique Cardoso. De acordo Palocci, Manso teria imposto "dificuldades" à empreiteira.

 

Palocci afirma que "isso se deu porque o PP estava apoiando fortemente o governo e não encontrava espaço em Ministérios e nas estatais" e que Lula estava "observando esse cenário".

 

"Lula decidiu resolver ambos os problemas indicando Paulo Roberto Costa para a Diretoria de Abastecimento", diz, em colaboração.

 

Segundo Palocci, a indicação "também visava garantir espaço para ilicitudes, como atos de corrupção, atendia tanto a interesses empresariais quanto partidários". Ele afirma que "assim, nas Diretorias de Serviço e Abastecimento houve grandes operações de investimentos e, simultaneamente, operações ilícitas de abastecimento financeiro dos partidos políticos".

 

O ex-ministro ainda diz que "o governo não sabia, à época, qual era o ganho pessoal dos diretores nessas operações" e que "isso não interessava ao governo que, embora não gostasse da prática, não trazia grandes preocupações".

 

Palocci relata que se sabia que já existia na estrutura da Petrobras, em áreas de menor escalão, cometimento de ilicitudes e que "se julgava que isso era o mínimo aceitável dentro de uma engrenagem tão grande como a da Petrobras, prática que é comum dentro de grandes empresas públicas e privadas, salvo raríssimas exceções".

 

O ex-ministro relata que "era comum Lula, em ambientes restritos, reclamar e até esbravejar sobre assuntos ilícitos que chegavam a ele e que tinham ocorrido por sua decisão" e que "a intenção de Lula era clara no sentido de testar os interlocutores sobre seu grau de conhecimento e o impacto de sua negativa".

 

O ex-ministro ainda diz que "explicitou a Lula que ele sabia muito bem porque houve a indicação pelo PP de um diretor, uma vez que o PP não fez aquilo para desenvolver sua política junto à Petrobras, até porque nunca as teve", e que a "única política do PP era a de arrecadar dinheiro".

 

Palocci afirmou ainda "que não havia sentido em se acreditar que o PP estaria contribuindo com políticas para a exploração do petróleo".

 

Defesa

Em nota, o advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Lula, afirmou: "A conduta adotada hoje pelo juiz Sérgio Moro na Ação Penal nº 5063130-17.2016.4.04.7000 apenas reforça o caráter político dos processos e da condenação injusta imposta ao ex-presidente Lula.

 

Moro juntou ao processo, por iniciativa própria ('de ofício'), depoimento prestado pelo Sr. Antônio Palocci na condição de delator com o nítido objetivo de tentar causar efeitos políticos para Lula e seus aliados, até porque o próprio juiz reconhece que não poderá levar tal depoimento em consideração no julgamento da ação penal. Soma-se a isso o fato de que a delação foi recusada pelo Ministério Público. Além disso, a hipótese acusatória foi destruída pelas provas constituídas nos autos, inclusive por laudos periciais.

 

Palocci, por seu turno, mentiu mais uma vez, sem apresentar nenhuma prova, sobre Lula para obter generosos benefícios que vão da redução substancial de sua pena - 2/3 com a possibilidade de 'perdão judicial' - e da manutenção de parte substancial dos valores encontrados em suas contas bancárias."

Posted On Terça, 02 Outubro 2018 09:19 Escrito por

Investigados são acusados de participar de um esquema entre construtoras que – entre 2004 e 2015 – formaram um cartel para eliminar a concorrência

Com iG São Paulo

 

A Justiça Federal tornou réus 33 envolvidos em fraudes na execução de obras do Rodoanel Sul e no sistema viário da capital paulista. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal em São Paulo (MPF/SP), os investigados são acusados de participar de um esquema entre construtoras que – entre 2004 e 2015 – formaram um cartel para eliminar a concorrência e coordenar a definição dos preços de execução dos serviços.

 

Responsáveis pelas licitações, as empresas Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) e Empresa Municipal de Urbanização (Emurb) tinham agentes públicos que davam o aval para as fraudes nas obras do Rodoanel .

 

A pedido do MPF, a juíza federal Maria Isabel do Prado, da 5ª Vara Federal Criminal de São Paulo, decidiu desmembrar o processo em sete ações penais. Duas delas referem-se exclusivamente à participação dos agentes públicos.

 

Em uma ação, são réus Dario Rais Lopes, ex-presidente da Dersa e ex-secretário estadual de Transportes, atualmente no cargo de secretário de Aviação Civil do Ministério dos Transportes; e Mario Rodrigues Júnior, ex-diretor de engenharia da mesma estatal paulista, que atualmente é diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

 

Respondem em outra ação, Marcelo Cardinale Branco, ex-presidente da Emurb e ex-secretário de Infraestrutura e Obras da capital paulista; e também Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto , ex-diretor de engenharia da Dersa . Segundo o MPF, Paulo Preto teve atuação destacada na divisão das obras entre as empreiteiras, sobretudo a partir de 2007.

 

As demais ações apuram a responsabilidade dos integrantes das construtoras que, segundo a denúncia, participaram do esquema. O MPF aponta que o núcleo do cartel era formado pelas construtoras Andrade Gutierrez, Camargo Correa, OAS, Odebrecht e Queiroz Galvão.

 

Parte dos réus responderá, além de formação de cartel, por fraude à licitação. Esse crime foi identificado nas obras no Rodoanel e também em obras em sete vias da capital (avenidas Roberto Marinho, Chucri Zaidan, Cruzeiro do Sul, Sena Madureira, Marginal Tietê e Jacu Pêssego e córrego Ponte Baixa).

 

A procuradoria aponta que, além das “cinco líderes” – como são chamadas as construtoras que comandavam o cartel –, outras empresas menores também foram cooptadas ou se associaram ao grupo ao longo do período em que o conluio se manteve ativo.

 

Acusados de fraude nas obras do Rodoanel se defendem

A Dersa informou, por meio da assessoria de imprensa, que a própria empresa e o governo de São Paulo são os maiores interessados no andamento das investigações . Destacou que todas as obras da empresa foram licitadas obedecendo à legislação em vigor. “Se houve conduta ilícita com prejuízo aos cofres públicos, o Estado vai cobrar as devidas responsabilidades, como já agiu em outras ocasiões”, apontou. Disse ainda que se mantém à disposição para colaborar com as investigações.

 

O secretário de Aviação Civil do Ministério dos Transportes, Dario Lopes, e o diretor-geral da ANTT, Mario Rodrigues Junior, disseram que não comentarão o assunto, pois a questão ainda será submetida ao exame do Poder Judiciário.

 

A construtora Andrade Gutierrez disse que apoia toda “iniciativa de combate à corrupção, e que visa a esclarecer fatos ocorridos no passado”. Destacou que assumiu publicamente esse compromisso ao pedir desculpas em um manifesto e que segue colaborando com as investigações em curso dentro do acordo de leniência firmado com o MPF. A nota diz também que a empresa incorporou medidas nas operações para “garantir a lisura e a transparência de suas relações comerciais”.

 

A Odebrecht disse em nota que “continua colaborando com a Justiça e reafirma o seu compromisso de atuar com ética, integridade e transparência”. A Camargo Corrêa disse, também em nota, que está colaborando com as autoridades.

 

A OAS e a Construtora Queiroz Galvão disseram que não iriam se manifestar. Os demais citados na ação sobre fraude nas obras do Rodoanel foram procurados, mas não retornaram até a publicação da reportagem.

 

Posted On Quinta, 27 Setembro 2018 08:32 Escrito por
Página 739 de 857