Ex-presidente critica integrantes da força-tarefa da Lava-Jato durante seminário do PT
Com Estadão Contùdo
Durante o evento organizado pelo PT para discutir a "Lava Jato" em São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a operação fez "a coisa mais sem-vergonha" que aconteceu no Brasil, dirigindo ataques ao juiz Sérgio Moro e aos membros do Ministério Público Federal e da Polícia Federal. Ele afirmou ainda que Moro, o procurador Deltan Dallagnol e "o delegado da Polícia Federal" não têm mais ética, lisura e honestidade do que ele.
"A 'Lava Jato' não precisa de um crime, ela acha alguém para depois tentar colocar um crime em cima de um criminoso. E para isso eles fizeram a coisa mais sem-vergonha que aconteceu nesse país porque um juiz precisa da imprensa para execrar as pessoas, que estão sendo citadas, junto à opinião pública e depois facilitar o julgamento", afirmou o petista.
Ele citou o juiz que coordena as investigações em Curitiba e o coordenador da força-tarefa da "Lava Jato" no MPF. "Eu tenho dito que eles deram um azar muito grande porque foram mexer com quem eles não deveriam ter mexido. Nem o Moro, nem o Dallagnol, nem o delegado da Polícia Federal têm a lisura, a ética e a honestidade que eu tenho nestes 70 anos de vida", falou Lula.
Lula se referiu ao interrogatório que vai comparecer em Curitiba no dia 3 de maio e disse que está esperando por qual crime ele será imputado. "Eu duvido que tenha um empresário solto ou preso que diga que um dia o Lula pediu 10 centavos para ele", afirmou. O petista ressaltou que condena que dirigentes partidários peçam dinheiro para empresários. "Nunca permiti que nenhum empresário fizesse isso, e sou amigo de muitos empresários", declarou.
No discurso, o ex-presidente defendeu a aprovação do projeto de lei do abuso de autoridade no Congresso. O texto é visto como ameaça às investigações. Na plateia do evento, estava o senador Roberto Requião (PMDB-PR), relator da proposta no Senado. "A gente não pode deixar de aprovar a lei de abuso de autoridade, porque ninguém está acima da Constituição", afirmou Lula.
Ele pediu que os parlamentares petistas "briguem" mais para aprovar a lei e impedir o abuso de agentes públicos no País. "Nós somos um partido que foi criado para mudar a história desse país, não fomos criados para ficar com medo", disse. No evento, estavam diversos deputados e senadores petistas.
Lula disse que é preciso defender "companheiros" que são acusados sem provas. Na sua fala, não faltaram críticas à imprensa. "É preciso mostrar o outro lado da 'Lava Jato'. A 'Lava Jato' é uma moeda que tem a cara da Globo, das televisões outras, dos jornais, a cara da Veja, da Época, da Istoé, do procurador, da Polícia Federal, tem a cara do Moro. Mas não tem a cara do povo que está sendo prejudicado", disparou.
O petista disse ainda que está sendo vítima de acusações de que ele está antecipando uma candidatura a presidente da República ao fazer atos públicos, como a viagem para a Paraíba nas obras do Rio São Francisco e a manifestação contra a reforma da Previdência na Avenida Paulista. "Agora vão começar outro processo, dizer que estou vetado para ser candidato porque estou em um processo de antecipação de campanha", disse.
O ex-presidente disse que vai se defender, aguardar o julgamento e "ir até a última consequência" nos processos da "Lava Jato". "Se eles querem pegar o Lula, não estraguem o Brasil, encontrem outro pretexto, o Brasil é muito maior que o Lula", afirmou. O petista ressaltou que não tem medo das acusações, mas tem preocupação com a democracia e as instituições.
Requião Presente no evento do PT para discutir a "Lava Jato", o senador Roberto Requião (PMDB-PR) garantiu que o projeto do abuso de autoridade vai ser votado no Senado. E também destacou que "tem todas as condições" para ser aprovado. Ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, Requião afirmou que foi convidado por Lula para comparecer ao evento. Filiado ao partido do presidente Michel Temer, mas atuante na oposição ao peemedebista, Requião era o único parlamentar não petista presente no evento. "Qual o problema? Ele [Lula] me convidou e convidou o PMDB", brincou.
O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), deu encaminhamento a uma ordem para que a Polícia Federal (PF) interrogue os senadores Romero Jucá (PMDB-RO) e Renan Calheiros (PMDB-AL), bem como o ex-presidente José Sarney e o ex-presidente da Transpetro (subsidiária da Petrobras) Sérgio Machado.
Por Felipe Pontes
Os quatro são alvos de inquérito no STF, aberto em fevereiro, no qual são acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) do crime de embaraço à Lava Jato, por tentarem barrar ou atrapalhar as investigações da operação.
Os interrogatórios já haviam sido autorizados por Fachin em fevereiro, mas, em despacho datado da última segunda-feira (20), o ministro enviou os autos à PF para que dê prosseguimento à determinação.
Fachin ordenou ainda que seja colhido, nas companhias aéreas, o registro de todas as passagens aéreas emitidas e utilizadas por Sérgio Machado no período entre 1º de dezembro de 2015 e 20 de maio de 2016.
Advogado
O ministro deixou indefinido, entretanto, o cumprimento de uma terceira medida que havia autorizado em fevereiro, a pedido da PGR: que fosse apurado no STF todos os registros de acesso do advogado Eduardo Antônio Lucho Ferrão às dependências da Corte, em Brasília.
Segundo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, Ferrão foi o interlocutor incumbido por Sarney e Renan de tentar influenciar o ministro Teori Zavascki, então relator da Lava Jato no STF, a limitar o alcance da operação.
A indefinição ocorre devido a um pedido feito pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para que Fachin reconsidere a providência. A entidade argumentou que a diligência solicitada pela PGR viola as prerrogativas constitucionais da advocacia.
Para a OAB, é irrelevante para a investigação quantas visitas ou audiências foram feitas pelo advogado no STF. “Se o fez, e quantas vezes o fez, estava no desempenho de seu exercício profissional, cuja lei de regência assegura seu livre ingresso e permanência em qualquer órgão publico”, diz o texto da entidade. Sobre esse ponto, Fachin escreveu em seu despacho que ainda irá se manifestar.
Entenda o caso Aberto em fevereiro, o inquérito contra os políticos e o ex-presidente da Transpetro teve como base o acordo de delação premiada de Sérgio Machado e conversas gravadas entre ele e os outros envolvidos.
As gravações foram divulgadas no ano passado, após a retirada do sigilo do conteúdo das delações de Machado. Em uma das conversas, Romero Jucá cita um suposto "acordo nacional" para "estancar a sangria".
O advogado de José Sarney e Romero Jucá, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, classificou de “absurda” a decisão do STF de abrir o inquérito com base em uma “gravação espúria”, mas disse que uma vez instaurada a investigação “é absolutamente normal a oitiva dos envolvidos”.
Por meio de nota, Renan disse que “todos os depoimentos necessários serão prestados". Segundo o senador, informações e dados solicitados pela Justiça serão "disponibilizados espontaneamente". Para ele, esta etapa do processo "será importante para dirimir quaisquer dúvidas sobre sua conduta”.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Sérgio Machado.
Coordenador da Lava-Jato não citou Gilmar Mendes, que criticou procuradores por vazarem informações sigilosas
Com Agências
O coordenador da força-tarefa da operação Lava-Jato, Deltan Dallagnol, afirmou na tarde desta quarta-feira (22/03) que a proposta de anulação de delações premiadas vazadas ilegalmente à imprensa “não tem pé, nem cabeça”. Deltan não citou o nome do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que chegou a dizer que havia possibilidade de anular colaborações após vazamentos. Mendes se envolveu em polêmica com Rodrigo Janot, procurador-geral da República, após afirmar que o órgão divulgou informações de processos sigilosos, como os nomes dos políticos suspeitos de receber propina da Odebrecht.
"A ideia de anular colaborações ou provas porque informações foram vazadas ilegalmente para a imprensa, com todo respeito, não tem pé, nem cabeça. É claro que vazamentos são condenáveis, mas a proposta peca por falta de senso prático e de amparo jurídico", afirmou o coordenador da força-tarefa. "Em resumo, apesar da possível boa-fé de eventuais defensores da ideia, anular colaborações, porque os depoimentos vazaram não é razoável por abrir espaço para o esvaziamento do instrumento da colaboração. A proposta preocupa por potencialmente acarretar a impunidade de políticos e empresários do círculo do poder que desviaram bilhões e estão na iminência de serem responsabilizados".
Dallagnol disse ainda que a anulação de delações vazadas abriria um canal para que os próprios delatores ou pessoas mal intencionadas ficassem impunes. "A sugestão de que o vazamento contamina a prova que lhe antecede não tem fundamento legal. A lei prevê explicitamente que mesmo as provas consideradas ilícitas podem ser legalmente utilizadas quando têm uma fonte legal independente da suposta fonte ilícita. Isso faz com que a coleta original das provas, dentro de um procedimento regular de colaboração premiada, garanta a aceitação e plena legalidade das evidências".
Na manhã de hoje, Janot acusou o ministro Gilmar Mendes de sofrer de “decrepitude moral e disenteria verbal”. O procurador fez as críticas numa resposta à acusação do ministro de que procuradores teriam convocado uma entrevista coletiva em off na semana passada para vazar os nomes dos políticos suspeitos de receber propina da Odebrecht. Janot disse que Mendes apontou o dedo contra o Ministério Público, mas se omitiu sobre o uso do off no Palácio do Planalto, no Congresso Nacional e no próprio STF.
"Não vi uma só palavra de quem teve uma disenteria verbal a se pronunciar sobre essa imputação o Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal. Só posso atribuir tal ideia a mentes ociosas e dadas a devaneios. Mas infelizmente com meios para distorcer fatos e instrumentos legítimos de comunicação institucional", disse o procurador-geral no encerramento de encontro de procuradores regionais eleitorais na Escola Superior do Ministério Público.
Janot não mencionou o nome de Mendes, mas fez uma série de referências que não deixam dúvidas sobre o alvo de suas criticas. As informações sobre o a suposta coletiva foram divulgadas pela imprensa no domingo e replicadas por Mendes ontem à tarde no STF. Ao falar sobre o suposto vazamento dos nomes de políticos da lista de Janot, o noticiário fez referências a prática do off no Palácio do Planalto, no Congresso Nacional e no STF. Para Janot, o ministro preferiu direcionar os ataques ao Ministério Público e omitiu, de forma deliberada, as menções ao uso do off no Palácio, do Congresso e no STF. .
Ex-diretor e “laranja” confirmam uso de notas frias para justificar gastos irregulares. Principal beneficiado seria ex-governador
Por Edson Rodrigues
Joaquim Carlos Parente Júnior e Sandoval Cardoso
Tudo começou com a denúncia feita pela senadora Kátia Abreu, ainda no período eleitoral de 2014, de que o então presidente da Assembleia Legislativa do Tocantins, Sandoval Cardoso, e colegas, teriam usado os serviços de um “laranja”, chamado Aluizio Castro Júnior, para a abertura de uma empresa e a devida emissão de notas fiscais frias, em que os valores envolvidos seria diretamente enviados a Sandoval Cardoso.
Eis que, em pleno 2017, Aluízio foi ouvido pelo Ministério Público e confirmou que Sandoval Cardoso e o Diretor Geral da Casa de Leis, Joaquim Carlos Parente Júnior, assim como vários outros parlamentares, fizeram, sim, uso da empresa fantasma criada com o incentivo dos gestores, para a emissão de notas fiscais frias, que justificavam o aluguel de microônibus, de máquinas impressoras, a realização de pesquisas de opinião pública e confecção de panfletos.
O objetivo, claro, era a obtenção de vantagens financeiras. Com a quebra dos sigilos bancários e telefônicos, junto com os depoimentos de Joaquim Parente e Aluizio Castro, a má fé dos parlamentares citados ficou clara e suas carreiras políticas estão bem perto do fim.
Os nomes dos políticos envolvidos está em nosso poder, mas, para evitarmos pré-julgamentos e, até mesmo, processos, vamos aguardar o Ministério Público fazer seu pronunciamento oficial para que os nomes possam ser revelados.
“LIMPA GERAL”
O que acontece, hoje,no Tocantins, é reflexo do “limpa geral” que está sendo feito pelos órgãos fiscalizadores, como o Ministério Pùblico Federal, a Polícia Federal, a Controladoria-Geral da União, entre outros, que,mesmo em passos lentos, vem depurando o cenário político nacional, separando o joio do trigo, calcados na Lei de Responsabilidade Fiscal e nos preceitos morais e éticos, utilizando-se de instrumentos como o Portal da Transparência.
Com essa “força-tarefa” em ação, pode-se, tranquilamente firmar que acabou a era do “deixa pra lá”. A maior prova disso é que os maiores empreiteiros, os homens mais ricos do Brasil e os políticos que se diziam poderosos,hoje, estão atrás das grades e com seus bem bloqueados e confiscados.
TOCANTINS
A cada dia que passa fica claro que temos que render graças e aplausos aos profissionais dos órgãos fiscalizadores, principalmente os do Tocantins, que vêm agindo da forma mais correta possível, não observando partidos, parentescos nem apadrinhamentos.
Não é por menos que, hoje, em nosso Estado, os órgãos fiscalizadores estão abarrotados de processos sobre irregularidades administrativas e políticas, com pareceres pela rejeição de contas e inelegibilidade de diversos gestores públicos.
Se, antes, a única opção era a inelegibilidade, hoje, o bloqueio de bens e a possibilidade latente de prisão comum, como é para todos os que cometem crimes, associado á indignação da sociedade, colocam muitos agentes públicos com a barba de molho, sem cabeça para dormir, muito menos sem humor para interagir. Isso é notório no meio político do Tocantins.
Os depoimentos do ex-diretor da Assembleia Legislativa e do “laranja”, apesar de comprometedores e contundentes, não transformam ninguém e, réu, mas comprovam que a empresa era fantasma e que tem muito peixe graúdo preso na rede de atuação desse “empreendimento.
Afinal de contas, são mais de dois milhões de reais, em valores corrigidos, que podem significar dois milhões de problemas para muitos políticos tocantinenses.
Nosso dever é informar. O seu, leitor, é de formular seu voto.
Divirta-se!
Veja o que foi publicada na época:
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Notas frias
Com denúncia do PMDB, MPE entra com ação contra Sandoval Cardoso por improbidade administrativa
07 Mai 2015 18h27 atualizado às 12h36 Órgão acusa ex-presidente da Assembleia de emitir notas frias visando reembolso; para ex-governador, medida é "eleitoreira"
Saiba mais
Pelo PMDB, Kátia Abreu acusa Sandoval Cardoso de receber indenizações na Assembleia através de notas frias de empresa fantasma
Luís Gomes
Da Redação
O Ministério Público do Tocantins (MPE) propôs Ação Civil Pública no dia 26 de março contra o ex-governador Sandoval Cardoso (SD) por ato de improbidade administrativa, devido à emissão de supostas notas frias quando ocupava o cargo de presidente da Assembleia Legislativa, visando reembolso de gastos com a atividade parlamentar. Entre os citados na ação estão o ex-diretor-geral da Casa de Leis Joaquim Júnior, e o proprietário da empresa que teria participado do ato ilícito e delator do suposto esquema, Aluízio de Castro Júnior. A denúncia foi feita pelo PMDB durante o processo eleitoral do ano passado.
O processo tramita na 3º Vara dos Feitos das Fazendas e Registros Públicos da Comarca de Palmas, sob a responsabilidade do juiz substituto Frederico Paiva Bandeira de Souza, que já solicitou a manifestação prévia dos acusados. Entretanto, o empresário suspeito de emitir as supostas notas frias e delator do esquema não foi encontrado em sua residência e teria se mudado para Goiânia em agosto de 2014 – antes da formalização da acusação -, conforme relata oficial de Justiça em certidão.
Foto: Divulgação
Ex-governador Sandoval, alvo da ação do MPE
Denúncia do PMDB
O caso foi denunciado pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) no final de setembro de 2014 - vésperas das eleições –, através da então senadora candidata à reeleição e atual ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu. De acordo com a representação, Sandoval Cardoso, com a ajuda de Joaquim Carlos Parente Júnior, teria estimulado Aluízio de Castro Junior a abrir empresa fantasma para a emissão de notas frias, no final de 2012.
A denúncia afirma que o ex-governador recebeu R$ 223.734,75 sem ter prestado qualquer tipo de serviço à Casa Legislativa. Aluízio de Castro teria alegado em vídeo – que foi anexado ao processo – que o dinheiro iria “para o bolso de Sandoval”. “Ele utilizava as notas, que não era utilizado o serviço. Nunca tive carro, microônibus, nunca soube o que é pesquisa de opinião pública, nunca fiz panfleto, nunca fiz nada e ele utiliza dessas notas para receber dinheiro público sem o devido serviço”, afirma o delator na gravação , conforme a representação.
O Ministério Público baseou a ação na representação do PMDB, no resultado de diligências, que teriam comprovado inexistência da empresa no local especificado, e na análise todos os documentos fiscais do empreendimento com a Assembleia Legislativa, enviado pelo atual presidente da Casa de Leis, Osires Damaso. “Pelo conjunto fático-probatório, restou demonstrado que a empresa foi utilizada em esquema criminoso de desvio de recursos públicos”, discorre o documento.
Improbidade
O promotor de Justiça Miguel Batista de Siqueira Filho, responsável pela ação, individualiza as condutas ímprobas dos citados. No documento é apontado que Sandoval Cardoso instituiu empresa em nome de Aluízio de Castro Júnior “com a finalidade específica de emitir notas fiscais frias para justificar o pagamento de despesas inexistentes com os recursos destinados ao pagamento de despesas indenizatórias”.
“Não há dúvidas, com base nas provas levantadas, que o requerido Sandoval Cardoso, na condição de Presidente da Assembleia, incorporou indevidamente ao seu patrimônio despesas indenizatórias de gabinete da Assembleia Legislativa, acobertando-as com notas fiscais frias, causando, ao tempo dos fatos, o prejuízo total de R$ 244.884,65 aos cofres públicos”, acrescenta.
Sobre Joaquim Parente Júnior, a ação destaca que o então diretor geral “atestava junto com Sandoval Cardoso as notas de empenho de reembolso das cotas de despesas parlamentares”. “Foi o responsável por receber e administrar o dinheiro escuso proveniente de fraude, conforme a confissão do representante da empresa, Aluízio de Castro, com o objetivo claro de lesar o erário”, considera o promotor.
Em relação a Aluízio de Castro, o Ministério Público entende que ficou comprovado, após as diligências realizadas, que a empresa que representava “não detinha relacionamento com qualquer instituição financeira e não existia veículo registrado em seu nome”, o que, conforme o promotor, demonstra “indícios claros” de que o empreendimento era “de fachada”, para fabricar notas frias para Sandoval Cardoso “desviar recursos”.
Pedidos
Por fim, o promotor de Justiça Miguel Batista de Siqueira Filho pede a condenação Sandoval Logo Cardoso, Joaquim Carlos Parente Júnior, Aluízio de Castro Júnior pela prática de ato de improbidade administrativa de enriquecimento ilícito e dano ao erário, conforme regido pela Lei 8.429 de 1992, que prevê: perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos e pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial.
O outro lado
O ex-governador Sandoval Cardoso afirmou ao CT que ainda não foi citado sobre essa ação. "Mas ela não tem cabimento, é meramente eleitoreira", criticou. Segundo ele, a empresa pivô do caso prestou serviço não só ao seu gabinete, mas para o de outros parlamentares também. "Eu tenho as notas, os serviços foram prestados, e não chegaram a R$ 200 mil. Acham que vou me sujar por causa de R$ 200 mil?", questonou Sandval. Para ele, se houve alguma irregularidade, foi cometida pela empresa. "Não sei a situação da empresa, se sua nota fiscal era regular. Essa não é a minha obrigação. Minha obrigação era pagar o serviço mediante a apresentação da nota fiscal, e assim o fiz", afirmou Sandoval.
Ele contou que, na campanha, foi procurado por Aluízio de Castro Júnior, que queria dinheiro para "inventar essa história". "Temos mensagens dele no celular. Numa delas, esse empresário afirma que já tinha proposta de R$ 400 mil de outras pessoas para inventar essa história. Ele não conseguiu nos extorquir e acabou no programa eleitoral do Marcelo Miranda", afirmou.
Confira a íntegra da Ação Civil Pública do Ministério Público.
- Matéria atualizada às 12h26
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Presidente da Associação de Moradores do Povoado Mumbuca, Edivan Ribeiro, reforça necessidade da ponte para a comunidade
Aldemar Ribeiro
Líder comunitária Noemi Ribeiro comemora entrega da obra para a comunidade
Segundo Gilvamar Moreira de Sousa, foram investidos cerca de R$ 150 mil na reconstrução da ponte
Para o prefeito de Mateiros, João Martins, a entrega da ponte reflete um esforço coletivo em prol do povoado do Mumbuca
Com o apoio do Poder Público, da iniciativa privada e da sociedade civil, a ponte sobre o Rio Sono, no povoado do Mumbuca, comunidade tradicional quilombola localizada a 36 km de Mateiros, região do Jalapão, foi entregue neste sábado,18. A obra foi realizada com apoio do Governo do Estado, por meio da Agência Tocantinense de Transportes e Obras (Ageto), em parceria com a Prefeitura Municipal de Mateiros, a Associação dos Artesãos e Extrativistas do Povoado de Mumbuca, empresários e demais colaboradores. Destruída após um incêndio ocorrido em agosto de 2016, a estrutura de madeira teve avarias que impossibilitavam o tráfego e o acesso de veículos ao povoado, o que causou transtornos aos moradores, impedindo o acesso dos turistas naquele povoado. Segundo o superintendente de Operação e Conservação Rodoviária da Ageto, Gilvamar Moreira de Sousa, foram investidos cerca de R$ 150 mil na reconstrução da ponte. “Contamos também com o apoio da Sipav Construção e Incorporação, que montou as vigas de concreto. Foi um grande trabalho conjunto com apoio do Poder Público, da iniciativa privada e da sociedade civil”, afirmou. Para o prefeito de Mateiros, João Martins, a entrega da ponte reflete um esforço coletivo em prol do povoado do Mumbuca. “Logo depois da nossa vitória nas eleições do ano passado, já começamos a discutir a reconstrução da ponte. No início deste ano, realizamos as mobilizações necessárias, contamos com apoio do governador Marcelo Miranda e, felizmente, em pouco mais de dois meses, conseguimos entregar esta obra que é a realização de um sonho. O povoado do Mumbuca é internacionalmente conhecido e não poderia permanecer neste isolamento”, afirmou. Recomeços Para o presidente da associação de moradores do Povoado Mumbuca, Edivan Ribeiro Gomes, além do impedimento do tráfego de turistas e do enfraquecimento da economia dos moradores, as aulas foram interrompidas e os alunos foram prejudicados. “O incêndio deixou o Mumbuca e outras quatro comunidades quilombolas isoladas durante oito meses. Estávamos perdendo vendas de artesanato, as pessoas atravessavam o rio com compras de supermercado nas mãos e outras, inclusive, correndo o risco de sofrer um acidente”, afirmou. “No passado, nosso povo teve que atravessar o rio com balsa de buriti. Depois, veio a ponte de madeira e quando a gente menos esperava, perdemos a ponte e voltamos ao tempo em que a gente tinha que atravessar o rio a nado. Isso foi muito triste, mas graças a Deus agora estamos com uma ponte nova”, ressaltou a líder comunitária Noemi Ribeiro da Silva, também conhecida como doutora, filha da saudosa matriarca Dona Miúda. Ponte Com a inauguração da ponte, o Governo do Tocantins reintegra a comunidade Mumbuca ao mundo e possibilita o desenvolvimento da região, por meio do turismo e do empreendedorismo, gerando, assim, divisas para os moradores da região. A nova ponte demorou quatro semanas para ser concluída, contando com o apoio de 15 trabalhadores, sete equipamentos de construção civil e veículos. A estrutura é composta por oito vigas pré-moldadas. Na construção, foram utilizados 280 sacos de cimento, 32 metros cúbicos de areia lavada e vários metros de ferragem. A obra facilitará o acesso de automóveis e pedestres à comunidade que ficou conhecida nacionalmente e internacionalmente pela produção do artesanato com Capim Dourado.