CRIAÇÃO DE FACULDADES DE MEDICINA NO TOCANTINS NÃO PODE SER VISTA COMO SIMPLES NEGÓCIO

Posted On Domingo, 13 Junho 2021 06:13
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A descentralização dos cursos de medicina na universidades e faculdades foi importantíssima para o Estado do Tocantins, que recebeu sua pioneira, a Unirg, graças ao empenho e à determinação do saudoso Comandante Jacinto, à época, prefeito da Capital da Amizade, Gurupi, cuja batalha pudemos acompanhar de perto, colocando em seu favor sua verve de desbravador e homem visionário, antevendo a necessidade de um curso superior de medicina no então Norte Goiano.

 

Por Edson Rodrigues

 

Comandante Jacinto fez valer sua amizade com o líder do governo de então, Wolney Siqueira, de quem eu era assessor, para que levasse ao Ministro da Educação, Marco Maciel, do mesmo PFL, que deu início à viabilização da instalação da Unirg.

Anos depois, tais olhar e atitude foram percebidas no então prefeito de Porto Nacional, Otoniel Andrade, que encabeçou um movimento popular, engrossado por um grupo de empresários e educadores, que plantou a semente que se mostrou fértil, para a criação de uma faculdade de medicina público-privada, que veio se concretizar na administração seguinte, de Paulo Mourão, que sacramentou o pacto com os proprietários do ITPAC, trazendo o curso para Porto Nacional, de onde se expandiu para Araguaína e Palmas.  Uma entidade que goza de excelência entre o seu corpo docente, que emplacou, também, os cursos de odontologia e engenharia, que já formaram centenas de profissionais que estão ajudando o Brasil a se manter em tempos de pandemia, atuando na área da saúde e da construção civil.  Um verdadeiro motivo de orgulho para a Capital da Cultura do Tocantins.

 

Em seguida, testemunhamos a chegada do curso de medicina aos campi da UFT, dando oportunidade às famílias carentes de ver seus membros terem a chance de se formar em cursos nobres, de forma gratuita.

 

 

Logo depois veio a iniciativa do governo do Estado, que trouxe cursos de medicina para os campi da Unitins, em outra conquista digna de aplausos, dando ao Tocantins a chance de formar seus próprio médicos e ao Brasil o exemplo de que, mesmo nos estados menos tradicionais, bons profissionais podem ser lapidados e entregues ao mercado de trabalho com todas as condições de desempenhar bem suas profissões.

 

ALERTA

 

Mas, há um sinal de alerta que dispara quando se percebe a facilidade atual para a criação de novos cursos de medicina em entidades que não reúnem as mínimas condições de proporcionar uma boa formação aos estudantes cujos pais pagam fortunas para verem formados.

 

O Conselho Regional de Medicina e o Ministério da Educação não podem se fazer de cegos, mudos e surdos e se omitir em relação a esses cursos desestruturados que formarão profissionais à sua imagem e feitio.

 

Com quais condições esses cursos estão sendo criados, qual é a qualidade dos seus corpos docentes, dos seus laboratórios – se é que os têm – de suas instalações, por fim?

 

Esse alerta está sendo feito no sentido de assegurar os futuros alunos desses cursos uma qualidade e condições mínimas para que se tornem bons profissionais.  Que não se gastem fortunas em vão e que tenham as mesmas chances no mercado de trabalho que os profissionais formados nas instituições já consagradas de Gurupi, Porto Nacional, palmas e Araguaína.

 

 

Estão sendo anunciados de três a cinco novos cursos de medicina espalhados pelo Tocantins, sem que se conheça o posicionamento dos sindicatos da área da Saúde, do Conselho Regional de Medicina, do Conselho Superior da secretaria estadual da Educação, que têm o dever de averiguar as condições e as qualificações desses cursos, para garantir a formação correta e evitar frustrações dos alunos e dos seus familiares.

 

Criação de cursos de medicina não podem ser geridas como a “casa da mãe Joana”, muito menos serem oferecidos por entidades que não têm credibilidade nem tradição, para que não se formem profissionais “nas coxas”.

 

Mais que uma instituição e uma sala de aula, cursos de medicina requerem professores gabaritados, laboratórios, bibliotecas e convênios que permitam residência aos futuros formandos.

 

Medicina é vida, não negócio.

 

Fica a dica!