“A saúde como a fortuna, deixa de favorecer os que abusam dela”
CHARLES DE SAINT-ÉVREMOND
Por Edson Rodrigues
As decisões tomadas pelo governador Mauro Carlesse e pela prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, de conceder duas semanas de ponto facultativo aos servidores de atividades não essenciais em todo o Estado e A prefeitura de Palmas prorrogar a validade do decreto municipal que suspendeu as atividades não essenciais em Palmas, respectivamente, mostram uma consonância entre os dois principais gestores do Tocantins na intenção de preservar vidas e evitar a explosão de casos de Covid-19 na Capital e no Estado.
Em um momento em que os casos da doença crescem exponencialmente em todo o País, provocando o colapso da Saúde Pública em várias cidades e estados, o Tocantins optou por priorizar o enfrentamento à pandemia em detrimento das atividades comerciais.
Milhares de cestas básicas para os mais necessitados
Caso tais decisões não fossem tomadas, muitas vidas seriam ceifadas, pois, assim como no restante do País, o sistema de Saúde Pública no Tocantins está à beira de um colapso, tanto na área pública quanto na privada, com superlotação e carência de leito de UTI.
AUGE
Tudo indica que a pandemia tenha atingido o seu auge no Brasil, com o registro de mais de duas mil mortes em um único dia e, mesmo com a Justiça, em várias comarcas, determinando que o governo do Estado atenda pacientes específicos que estão em estado grave, não há leitos disponíveis, muito menos profissionais de saúde para tal.
Porto Nacional conseguiu que 10 leitos de UTI fossem disponibilizados para a cidade, mas não há profissionais suficientes para colocar essas novas unidades em funcionamento pleno, ou seja, não adianta ter a ferramenta se não há quem a opere 24h por dia.
Mesmo com o aumento de leitos o numero é grande frente a procura
Aí é que está a importância das decisões de Carlesse e Cinthia em coibir ao máximo a circulação de pessoas, diminuindo o trânsito de servidores estaduais nas ruas e fechando os comércios não essenciais, mesmo que isso tenha rendido críticas ácidas por parte de seus detratores, principalmente dos oposicionistas à prefeita de Palmas.
NOSSA OPINIÃO
Pois nós, como dirigentes de um dos jornais mais antigos e tradicionais do Tocantins nos sentimos na obrigação de elogiar as medidas tomadas pelos dois gestores.
Obviamente as medidas são impopulares, mas mostram força e coerência com a situação vivida no País, em que alguns estados e muitas cidades estão chegando a decretar lockdown total, e têm como único objetivo salvar vidas.
Se levarmos em consideração os casos em que a polícia foi acionada para paralisar festas e dissolver aglomerações, ou seja, atitudes da própria população – e do próprio comércio, por que não dizer – entendemos o quanto são importantes essas medidas.
Parte da população ainda insiste em contrariar as orientações dos especialistas e, ante o crescimento do número de casos, essas medidas são essenciais para evitar i pior para o Tocantins e para a capital, Palmas.
O único adendo que fazemos é em relação à necessidade dessas medidas virem acompanhadas com a distribuição de cestas básicas às famílias de baixa renda e aos alunos da rede pública de ensino.
Se vamos interferir no ganha-pão dos cidadãos, que se criem condições de mitigar os efeitos negativos também com ações governamentais, equilibrando a questão social e minimizando os efeitos das medidas impopulares.
Que Deus nos proteja!