Chegou ao fim a era dos candidatos proporcionais profissionais, aqueles que só disputam eleições para cargos do Legislativo Municipal e Estadual para receber as benesses do fundo partidário e aquelas que seus poucos votos podem proporcionar para que sejam “juntados” a algum grupo político para “fazer número”.
Por Edson Rodrigues
Quem mais gosta desse tipo de candidato, coincidentemente, são os chamados “partidos nanicos” que, sozinhos, não têm nenhuma representatividade política, sem compor o Congresso Nacional com seus membros e que, assim como os “candidatos profissionais”, se mantém na política às custas do fundo eleitoral.
Logo, esses nanicos não terão nenhum interesse em dividir seus parcos recursos com candidatos tocantinenses, sem a mínima chance de “vingar” em uma unidade da federação que ainda não alcançou os dois milhões de eleitores.
Isso é um fato.
ALTO RISCO
portanto, ser candidato a vereador em qualquer um dos 139 municípios tocantinenses pelos partidos nanicos, sem fundo eleitoral, sem espaço no Horário Eleitoral Obrigatório de Rádio e TV e sem interesse na vitória de seus membros, praticamente anula as chances de vitória, por mais popular, bem-quisto e boa praça que a pessoa seja. Só fama e um grande número de amigos, nunca ganhou eleição.
Para candidatos que ainda insistam em apostar nesse tipo de participação no pleito eleitoral, é alto o risco de perderem seus patrimônios pessoais, seus bens, suas posses, pois além de toda a falta de estrutura e interesse das legendas nanicas, mesmo que os candidatos tenham um “investidor”, alguém - ou “alguéns” - que banquem suas aventuras,eles terão em seu encalço a Justiça Eleitoral e o Ministério Público Eleitoral, a fiscalizar seus gastos de campanha, que devem, todos, sem exceção, estar registrados e debitados na conta oficial de campanha, ou seja, deve ter origem no fundo partidário.
ESTRUTURA DISPENDIOSA
Lembrando que qualquer cidadãos pode se candidatar a vereador, bastando estar filiado à legenda partidária seis meses antes da realização do pleito, falando apenas nos cincos maiores colégios eleitorais do Tocantins, onde haverá os programetes de Rádio e TV e a possibilidade de publicidade eleitoral nas emissoras de rádio e TV e nos veículos de comunicação presentes nessas cidades, esse candidato precisará de uma estrutura muito dispendiosa, com assessorias jurídica, contábil, de imprensa e de comunicação. Contratar uma produtora, um profissional de marketing, pessoas para panfletagem de santinhos, telões, aluguel de espaços, mesas, cadeiras, gastos com combustível e outras despesas, como até cafezinho no comitê, que podem impactar, de forma definitiva, sua conta bancária pessoal.
SEM CARGO, SEM DINHEIRO E SEM LIBERDADE
Vale, ainda, ressaltar que, caso consiga uma vitória prodigiosa, “na raça”, como se costuma dizer, qualquer desses candidatos pode nem chegar a ser diplomado, pois um errinho de contabilidade, um recursozinho gasto no lugar errado, uma foto, uma denúncia anônima, podem ser determinantes para a cassação, impugnação ou negativa de diplomação por parte da Justiça Eleitoral. E crime eleitoral dá cadeia.
Com um processo sucessório que já está nas ruas, com diversos candidatos fazendo pequenas reuniões, bancando churrascos, torneios esportivos, festas para a “rapaziada”, são muitas as provas que podem ser - ou estão sendo - produzidas contra si próprio. Fotos inocentes nas redes sociais - e, hoje, todo mundo tem um celular com internet - podem se transformar em provas, em evidências e na desgraça política e pessoal do “denunciado”.
O Observatório Político de O Paralelo 13, sabendo das poucas condições de muitos que sonham ser vereadores, prefeitos ou vice-prefeitos nas próximas eleições, faz este alerta como uma espécie de “favor”, tanto aos candidatos sonhadores quanto aos eleitores.
Não se arrisquem, não se vendam a falsas promessas, não apostem que ninguém está vendo, não dêem “murro em ponta de faca”.
Sem estrutura partidária, sem bons profissionais de marketing, sem uma boa assessoria, não se arrisque em ser candidato por um partido nanico.
Não adianta você ou seu “amigo do peito” ter dinheiro para bancar a campanha. Não é esse dinheiro que poderá ser gasto na corrida eleitoral. Será só - e apenas - o recurso vindo do fundo partidário.
Se o seu partido não tem condições de se bancar, não seja um “bobo da corte”. Repense, se reinvente, consiga uma legenda com representatividade, mostre seu potencial e se faça respeitar. Aí, sim, se candidate.
OS MILAGRES ELEITORAIS
Mas, em se tratando de política, há sempre aqueles milagres pontuais, em que os verdadeiros líderes com bons e relevantes serviços prestados às comunidades de suas cidades, principalmente os representantes de bairros e líderes classistas, que correm atrás de soluções das demandas e colocam os prefeitos a par do que está acontecendo e cobram soluções de forma correta, são cooptados pelos próprios candidatos a prefeito que têm interesse em investir na eleição de vereadores com quem terão laços durante o governo e, muito provavelmente, serão seus apoiadores, esses conseguem milagres de ser eleitos.
Mesmo que se candidatem por partidos nanicos, esses líderes recebem infraestrutura da federação interessada em eleger seus candidatos a prefeito, com recursos oficiais, diminuindo os riscos de não eleição, deixando para eles os pequenos gastos de ordem publicitária e de mobilidade.
Ou seja, no tipo de processo eleitoral que se aproxima, se elegem por partidos nanicos que conseguirem fazer parte de federações partidárias sérias. Esse tipo de milagre o próprio "retrovisor da história” mostra que são possíveis, porém, pouquíssimos.
O risco é grande, as chances de vitória, remotas, mas impossível, não é.
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Quem avisa, amigo é!