Mauro Paulino lança algumas hipóteses para explicar as divergências entre os números dos institutos e a votação
Por Jeff Benício
Em clima de ressaca, a 'Central das Eleições' da GloboNews debateu a surpreendente nova onda bolsonarista na eleição.
Ex- diretor do Datafolha e agora comentarista do canal, Mauro Paulino tentou ajudar os colegas de emissora a compreender os equívocos das pesquisas, bem além da margem de erro.
"Temos que relativizar os resultados das pesquisas", disse. "Os institutos precisam rever suas metodologias."
A Globo contrata o Datafolha e o Ipec (comandado por ex-funcionários do Ibope) para realizar levantamentos divulgados em primeira mão em seus telejornais.
"Neste momento, as pesquisas estão na berlinda e os pesquisadores precisam dar respostas", afirmou Paulino.
Ele concluiu que os institutos não conseguiram "captar a força da direita no Brasil" e precisam buscar "outras fontes de informação".
Citou a influência do conteúdo propagado por aplicativos de mensagens, como o WhatsApp, na definição do voto de muitos brasileiros.
O comentarista acredita que a defasagem dos dados do Censo (o último foi em 2010) pode explicar parte dos erros dos institutos, que tentam atualizar o perfil do País ao escolher quem entrevistar.
Mauro Paulino disse que as pesquisas de 2º turno são historicamente mais precisas, com maior chance de acerto no resultado das urnas.
Esse choque de realidade vai fazer os jornalistas da Globo e GloboNews analisarem a nova etapa da eleição sob um novo aspecto, sem se apegar tanto aos números.
A imprensa precisa se voltar às ruas, ao invés de ficar tão dependente dos dados dos institutos. Ouvir mais o povo. Sob pressão, o jornalismo também precisa dar respostas.